O Hino
Na inauguração do Alvalade XXI houve uma altura que me confundiu: o Hino. Vozes ao alto, entoando um canto vivo e forte que ecoava pelas paredes recentemente erguidas do novo estádio. E aí me deparei com uma dúvida: será que o Hino me arrepia pelos milhares de vozes que o entoam ao mesmo tempo ou será pelo apelo ao patriotismo que ele representa?
A letra do Hino, todos sabem, está obsoleta e nada tem a ver com a actualidade. Por outro lado é uma canção do principio do século passado e por isso a carga histórica acentua-se a cada ano que passa. No entanto parece-me pouco para com a música que nos representa em qualquer parte do globo...muito pouco mesmo.
Isto leva-me à conclusão que afinal arrepiei-me sim, pelo conjunto de vozes que entoam o Hino. Um factor chave d' "A Portuguesa" é o cativar da voz através de uma letra de fácil memorização e que muda o ambiente tornando-o algo de único. Comparando-o a outro hinos, como "Le Marseillese" ou o "God save the Queen" vejo que o português não é um tédio como estes dois, nos quais a letra e a música arrastam-se numa melodia melancólica e pouco apelativa ao chamamento das vozes.
É aqui que reside a diferença, os hinos de Inglaterra e França apelam ao verdadeiro patrotismo, à história do povo, ao passado, presente e futuro duma nação, deixando de lado a força da voz. Quanto ao nosso, definiria-o assim: Muita pujança na voz, mas pouca reflexão sobre o que ela significa.
De qualquer maneira sou contra um nova versão do Hino. Essa mudança só por si não mudaria o facto do português não ser patriótico. Perguntem a qualquer um onde nasceu Portugal e vão ter muitas surpresas...muitas mesmo.
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