sábado, julho 28, 2007

O equívoco das relações entre os clubes e a comunicação social

Tenho reparado que ao longo dos últimos anos, os clubes têm vindo a adoptar uma postura cada vez mais fria e arrogante para com a comunicação social, pois dizem eles, esta espalha pelo território que abrange informação falsa sobre a vida interna dos clubes. Este é um argumento típico de quem entende como funciona o mercado básico, mas que não olha para as leis de sobrevivência do mesmo. Numa primeira análise, os clubes precisam da comunicação social para se promoverem e garantirem um encaixe financeiro avultado devido às transmissões televisivas, enquanto a comunicação social necessita dos clubes para ganhar audiências e assim melhorar os contratos publicitários adjacentes às transmissões dos jogos. Contudo, e numa segunda análise que os gestores dos clubes teimam em não entender, a comunicação social pode viver sem os clubes, ao passo que os clubes não podem viver sem a comunicação social. Por isso causa-me sempre estranheza quando vejo o presidente de um clube criticar a (suposta) falsidade das notícias que a comunicação social propaga. A comunicação social não tem qualquer compromisso com a verdade, pois os rumores e os boatos são de facto, o seu melhor produto (isto seguindo uma lógica de mercado). Porém, os clubes têm um compromisso para com os seus sócios. Se um sócio deseja saber o que se passa dentro do clube, tal deve-lhe ser dito. Se a comunicação social quiser saber a mesma informação, a mesma pode ser negada pelo clube e com razão. O que para mim não tem lógica é que um clube use a comunicação social para chegar aos sócios, facultando toda a informação que lhe convém e escondendo aquilo que bem entende. Trata-se de um desrespeito para com os sócios do clube e de uma manipulação da comunicação social que se for dizimada como tem vindo a acontecer devido às arrogâncias desnecessárias dos presidentes, fará com que os clubes deixem de ter o melhor veículo de informação, obrigando-os a assembleias regulares, bastante dispendiosas ao nível de tempo, num claro retorno ao principio do século passado, quando o desporto ainda não era o fenómeno global que é hoje, num total desajuste à modernidade necessária para sustentar um clube.

quarta-feira, julho 25, 2007

Ainda não foi desta



Orelhas moucas. É isto que penso das equipas e dos ciclistas apanhados nas malhas do doping. Depois do que escrevi no post "grande atitude" sobre a necessidade de toda a estrutura do Tour agir em prol de um desporto equilibrado e justo, seguiu-se a revelação do controlo positivo sobre Vinokourov, mandando toda a minha ideia pelo cano. "Vino", como é apelidado o ciclista cazaque, é um dos ciclistas mais aclamados pelos jovens devido à força que possui a subir as montanhas e a marcar tempos milagrosos no contra-relógio. Pena é que tais tempos sejam afinal uma grande mentira. No último contra-relógio Vinokourov roubara 1 minuto em relação ao 2º classificado. Um grande resultado, que o controlo revelou ser falso, pois Vino havia procedido a uma transfusão sanguínea, denotando-se no seu sangue dois tipos de glóbulos vermelhos, que o ajudaram a melhorar a performance.
Vinokourov foi imediatamente suspenso pelo Tour e a sua equipa, a Astana, resolveu ser solidária e sair também, embora tivessem um ciclista no 3º posto da geral (Klöden). Para mim é evidente que toda essa equipa está dopada, visto que a atitude mais equilibrada passaria por suspender apenas Vinokourov, mas, sob o risco de serem outros corredores da mesma equipa apanhados e pôr em causa (ainda mais) o nome da equipa, a decisão foi global.
No público paira a revolta, pois esta deveria ser a volta da limpeza, aquela que marcaria o regresso à pureza da prova, assolada desde fins da década de 90 com casos de doping. A verdade é que ainda não é desta, para grande pena dos aficionados e simpatizantes do Tour de France.

quinta-feira, julho 19, 2007

Grande atitude

Os canais da televisão pública alemã ARD e ZDF decidiram cortar com a emissão dos directos do Tour de France após o controlo positivo do ciclista Patrick Sinkewitz da T-Mobile. Há quem critique esta atitude por força dos números (as audiências tinham vindo a subir continuamente desde o inicio da prova) e porque ainda falta o resultado da contra-análise, contudo, e da minha parte, aplaudo a medida tomada.

Em média as estações transmitem 2 a 3 horas diárias das etapas, sendo que é necessário um avultado investimento nos direitos de transmissão que, ao longo dos últimos dez anos, tem vindo a aumentar por força da globalização dos eventos desportivos. No plano contrário, as audiências têm caído a pique, fruto das vitórias constantes do mesmo corredor e sobretudo dos escandâlos de doping. Devido a esta desproporcionalidade entre o que é pago e aquilo que é recebido, a tendência é que cada vez mais televisões digam não ao Tour.

É uma vergonha que o Tour tenha chegado a este nível, mas ainda assim, é importante que não o deixem cair em desuso. O que estas TVs fizeram foi salvaguardar o investimento e o próprio espectáculo e aplaudo-as por isso, pois é de dinheiro dos contribuintes que se está a falar. Agora cabe aos ciclistas, aos médicos, aos directores desportivos e à organização do Tour fazer a sua parte, pois apesar de serem o problema, também por eles passa a solução.

quinta-feira, julho 12, 2007

Globalização



13 feridos nas largadas de Pamplona, entre os quais 2 americanos, 1 alemão, 1 polaco e 1 mexicano

quarta-feira, julho 11, 2007

Sinceramente

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Vocês iam estudar para um local onde nem profissão sabem escrever?
11 Julho 2007, 11h35, SIC, Programa da Fátima Lopes:
Nova batida no fundo por parte da TV portuguesa


Um senhor com missão de fazer rir a malta, com aspecto contente e divertido (algo forçado), conta algumas notícias recambolescas que viu, põe no ar vídeos do Youtube e revela pensamentos do dia por parte do cultos espectadores. O pensamento, sugerido por uma rapariga do nosso Portugal chamada Mariana, dizia:

"Não há homens impotentes, o que existe são mulheres incompetentes"

Perante a impassividade do público ali colocado para emocionar-se, Fátima Lopes, num espírito respondão (ela própria dizia que estava respondona naquele dia) contrapõe:

"Não há mulheres frígidas, o que existe são homens incompetentes"

Regabofe por parte do público feminino, o apresentador assistente de Fátima Lopes com cara de enfezadinho e mudança do rumo do programa para o Horóscopo, com a brilhante Maya.

No alto do seu brilhantismo intelectual, Maya decide continuar a culta conversa anterior e responde ao enfezadinho que agora se encontrava a procurar saídas para ficar bem na fotografia:

"A disfunção eréctil é uma doença"

Silêncio generalizado e palmas de seguida. Estragar um momento que tinha ficado por uma tentativa de humor num velório. Brilhante.

Depois, como grande programa que se trata, a parte do insulto, ou seja, Maya no seu melhor (referindo-se ao ajudante de Fátima Lopes, agora com cara de poucos amigos):

"Esse senhor é que seleccionou as frases, pelos vistos não havia nada melhor. Ora o signo de Leão desceu 3 lugares e está em 12º na tabela de hoje"

Moral da história 1: A Maya fica sempre por cima.
Moral da história 2: O tal apresentador deverá assinar pela RTP num curto espaço de tempo.
Moral da história 3: Nunca ver a SIC pela manhã.

domingo, julho 08, 2007

Novas Maravilhas do Mundo e de Portugal

Certo:
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[Angkor e Convento de Cristo]

Errado:
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[Cristo Redentor e Torre de Belém]

De resto concordo com quase toda a votação, embora ache que há monumentos mais interessantes em Roma do que o Coliseu. Reparei nestes concursos que não se dá mais valor ao trabalho artístico e peso cultural, mas sim ao valor simbólico do trabalho. O Cristo Redentor é imagem do Brasil tal como a Torre de Belém é imagem de Lisboa, contudo, e apesar de se tratarem de grandes construções, não são comparáveis à arte de Angkor e ao legado do Convento de Cristo em Tomar.

sábado, julho 07, 2007

7 Julho 2007: antevisão crítica

- Concerto Live Earth

Expliquem-me porque Metallica, Iron Maiden ou Offspring não estão no cartaz. Ah, já sei, o pessoal da pop-rock é que recicla, os outros são todos sujos e maus.

- Prólogo do Tour de France

Interessante como não há ninguém do pelotão completamente limpo de acusações de doping. Ao menos é justo.

- Cerimónia das Novas 7 Maravilhas do Mundo

Para mim, a cerimónia será uma fraude se alguma destas não for considerada Nova Maravilha:

  • Grande Muralha da China
  • Angkor, Cambodja
  • Taj Mahal, Índia
  • Machu Picchu, Perú