quarta-feira, julho 25, 2007

Ainda não foi desta



Orelhas moucas. É isto que penso das equipas e dos ciclistas apanhados nas malhas do doping. Depois do que escrevi no post "grande atitude" sobre a necessidade de toda a estrutura do Tour agir em prol de um desporto equilibrado e justo, seguiu-se a revelação do controlo positivo sobre Vinokourov, mandando toda a minha ideia pelo cano. "Vino", como é apelidado o ciclista cazaque, é um dos ciclistas mais aclamados pelos jovens devido à força que possui a subir as montanhas e a marcar tempos milagrosos no contra-relógio. Pena é que tais tempos sejam afinal uma grande mentira. No último contra-relógio Vinokourov roubara 1 minuto em relação ao 2º classificado. Um grande resultado, que o controlo revelou ser falso, pois Vino havia procedido a uma transfusão sanguínea, denotando-se no seu sangue dois tipos de glóbulos vermelhos, que o ajudaram a melhorar a performance.
Vinokourov foi imediatamente suspenso pelo Tour e a sua equipa, a Astana, resolveu ser solidária e sair também, embora tivessem um ciclista no 3º posto da geral (Klöden). Para mim é evidente que toda essa equipa está dopada, visto que a atitude mais equilibrada passaria por suspender apenas Vinokourov, mas, sob o risco de serem outros corredores da mesma equipa apanhados e pôr em causa (ainda mais) o nome da equipa, a decisão foi global.
No público paira a revolta, pois esta deveria ser a volta da limpeza, aquela que marcaria o regresso à pureza da prova, assolada desde fins da década de 90 com casos de doping. A verdade é que ainda não é desta, para grande pena dos aficionados e simpatizantes do Tour de France.

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