quinta-feira, outubro 22, 2009

Roubo!

(clique na imagem para ampliar)

Já suspeitava que o custo pela Internet em Portugal não fosse muito diferente da talhada que sofremos cada vez que pomos gasolina no automóvel. Agora tenho a confirmação de que pagamos muito caro o acesso à Internet, isto em comparação com os países que temos como modelo económico (Holanda e países escandinavos). Pelos vistos o governo gosta só de imitar os impostos desses países, tratando estes produtos como autênticos luxos para o consumidor!

Podia também falar das companhias que vendem estes produtos como a ZON, MEO, Cabovisão e tantas outras, mas não falo pois acredito que é o Estado que tem de regular por baixo o mercado das telecomunicações (sim, também as tarifas que pagamos nos telemóveis são das mais caras na UE) e não as citadas empresas, pois o que estas farão é agir em cartel tal como as abastecedoras de gasolina o fazem.

Para concluir a minha indignação, é absolutamente inacreditável que o Japão pague somente 0,27 dólares por cada mega de velocidade! Esta tarifa aplicada às velocidades portuguesas de conexão resultaria em 1.7€ (2.7 dólares) por uma ligação de 10 megas, que por acaso é a minha actual, pela qual pago cerca de 25€ (cerca de 15 vezes mais do que pagaria se estivesse no Japão).

Podem até falar-me que o Japão tem outra estrutura de comunicações (e é um facto pois a velocidade média é 61M p/s) mas uma coisa eu não aceito: se querem que cada vez mais pessoas adiram às novas tecnologias o caminho passa obrigatoriamente por dar-lhes melhores e mais baratos acessos.

Temos cada vez mais programas de incentivo à escolaridade ("novas oportunidades" p.e.), financiamos portáteis para os jovens e queremos ter cada vez mais uma população altamente qualificada, por isso não podemos negar o acesso pela via financeira. Seria lamentável e absurdo.

quarta-feira, outubro 21, 2009

terça-feira, outubro 20, 2009

O que é que este quer?

Eurodeputado do PSD exorta Saramago a renunciar à cidadania portuguesa

Mais um a querer usar o sucesso dos outros para dar nas vistas. É certo que para este senhor - deputado europeu por Portugal - deve ter o seu valor, mas enquanto representante de Portugal no parlamento europeu deveria ter mais cuidado nas suas opiniões. Não que ponha as mãos no fogo por Saramago, mas acho completamente lamentável que se use uma publicação sua para alguém tentar comprar uma guerra de temas tão quentes como a religião e a nacionalidade, capazes de fazer as pessoas mais influenciáveis tomar acções precipitadas, das quais poderão lamentar-se profundamente no futuro.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Falácia absurda ou talvez não?


Indivíduos com bom olfacto são mais simpáticos.
Fumadores a longo prazo perdem capacidades de cheiro.
Logo, fumadores a longo prazo têm tendência para não ser simpáticos.


terça-feira, outubro 13, 2009

Verdadeira face?



O programa é de 2007 mas só tive oportunidade de vê-lo hoje. Respeitava o trabalho desta actriz , mas depois deste vídeo do programa "Saia Justa" satirizando Portugal e os portugueses. mudo a minha consideração Não sei se o propósito era ter piada ou não, mas o que ficou como resultado final foi um estereótipo feio e digno de baixa instrução. Melhor sorte para a próxima, se é que haja alguém em Portugal capaz de a convidar depois desta "reportagem"

sexta-feira, outubro 09, 2009

Obama, o Nobel da Paz

Justo ou injusto? Saramago diz que é um investimento em vez de uma condecoração prematura e concordo em absoluto com o nosso Nobel. Igualmente concordo que este prémio, devido à fama que dá às pessoas que o recebem, representa um fardo enorme, alterando porventura possíveis planos de expansibilidade dos territórios, conseguindo até que muitos que o recebem olhem mais para o seu próprio umbigo em vez de olharem aos males que se passam nas outras nações. Neste contexto, talvez o prémio faça com que Obama invista ainda mais esforço pessoal nas alterações necessárias para que os Estados Unidos deixem de ser vistos, de uma vez por todas, com olhares de lado e mesmo com ódio pela comunidade internacional.

Das palavras que o Comité proferiu aquando a nomeação de Obama como Nobel destaco estas, que me parecem as mais acertadas.
  • "Pelos extraordinários esforços no fortalecimento da cooperação da diplomacia internacional e na cooperação entre os povos"
  • "Obama criou um novo clima na política internacional"
  • "a diplomacia multilateral voltou a ganhar uma posição central, com ênfase no papel que as Nações Unidas e outras instituições internacionais podem desempenhar".
  • “Muito raramente alguém cativou a atenção do Mundo e transmitiu às pessoas a esperança num futuro melhor”
De facto, Obama veio alterar a forma como se comunica nas grandes reuniões e cimeiras entre países, não deixando ninguém de lado e querendo ouvir todas as partes. Totalmente distinto da forma de comunicar da administração Bush. E claro, Obama é um ícone, pois é a esperança de algo diferente e novo, uma mudança de atitude perante o estabelecido, uma autêntica revolução no marasmo que até à sua chegada apoquentava a população mundial.

Contudo e pelo contrário, acho as seguintes palavras mais ficção que realidade, pois Obama ainda não garantiu nada, é apenas esperança espelhada numa pessoa, nada de concreto ainda realizado:
  • "O comité deu muita importância à visão e aos esforços de Obama no sentido de um mundo sem armas nucleares"
  • "a visão de um mundo livre de armas nucleares estimulou poderosamente e as negociações de controlo de armas".
  • "o diálogo e as negociações são preferidas como instrumentos para a resolução mesmo dos mais difíceis conflitos internacionais"
  • "os EUA estão agora a desempenhar um papel mais construtivo na abordagem dos grandes desafios das alterações climáticas que o mundo enfrenta"
  • “A diplomacia que exerce assenta no conceito de que aqueles que lideram o Mundo o devem fazer tendo por base os valores e as atitudes partilhadas pela maioria da população mundial”
Nenhuma nação irá desistir do nuclear até que os Estados Unidos comecem a dar o exemplo. Aliás, também Bush deveria então reinvidicar o prémio Nobel da paz pois foi sua administração que mais lutou contra as armas nucleares ao serviço de nações com espírito expansivo. O cenário de Obama de um mundo sem armas nucleares é idílico mas ainda assim possível, no entanto até agora são apenas palavras e não actos, daí que me recorde novamente da palavra "investimento" em vez de realidade.
Quanto à questão do desafio das alterações climáticas, até agora é apenas uma mudança de atitude e nesse sentido o governo português talvez merecesse mais o prémio pois é talvez o país que mais investimento per capita em energias renováveis fez. Por fim, a última frase parece-me algo dúbia. Liderar o Mundo com valores partilhados pela maioria da população mundial parece-me algo atroz, pois o que significa nesse contexto a minoria? Os países que não têm a democracia como sistema político? Os países invadidos sem explicação suficientemente lógica pelos EUA?

Finalizando, o prémio Nobel acaba por ser completamente merecido pela esperança que Obama representa para o Mundo. No entanto, este também é um prémio que acaba por ser dado a Obama devido à falta de alternativas num mundo cada vez mais individualista e perigoso.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Quem sou eu?

Teste desenvolvido pela Super Interessante.
Faz aqui o teu.


Entender os resultados:

Quadrante: Cada cor aparece duas vezes: são os lados opostos do mesmo factor

Concentração: Quanto mais bolas no quadrante, mais representativo da sua personalidade

Posição: Quanto mais no extremo estiver um traço, mais forte ele é. Com vontade dá para chegar perto do centro, mas dificilmente você passará para o lado oposto.


O Meu Resultado:
(a itálico as que eu considero falsas)

Agradável (8 bolas de 5): piedoso, confiável, generoso, tolerante, cortês
Liberal (8 de 6): imaginativo, original, curioso, gosto pela variedade
Instável (6 de 4): tenso, auto-piedoso e emocional
Reservado (4 de 2): tímido, quieto, insensível, discreto
Consciente (4 de 4): trabalhador, organizado, pontual e ambicioso

Em suma, este teste diz que sou uma pessoa muito liberal, agradável acima da média, mais instável que constante, algo reservado e perfeitamente consciente.

Eu achei a análise muito acertada.
Concordam com os meus resultados?

quarta-feira, outubro 07, 2009

sexta-feira, outubro 02, 2009

E o vencedor dos Jogos Olímpicos 2016 é:

Acertei no continente americano mas falhei completamente na cidade. Chicago foi até a primeira cidade a sair da votação, naquilo que foi uma clara derrota para Obama. Seguiu-se Tóquio e no final ficaram Madrid e Rio de Janeiro.

Ganhou o Rio de Janeiro, naquilo que é um impulso mais para o Brasil (contam igualmente com o Mundial 2014 e para este continente, tantas vezes esquecido dos grandes eventos.

A Madrid resta o consolo da campanha conjunta com Portugal para o Mundial 2018. Aí as circunstâncias geográficas serão propícias e bastará seguir o modelo excepcional de apresentação de candidatura levado a cabo por Madrid 2016.
Jogos Olímpicos: Palpite Final

É hoje anunciada a cidade que acolherá os Jogos Olímpicos (JO) em 2016. Depois de Pequim em 2008, seguir-se-á Londres em 2012 e depois a próxima cidade, relevada hoje pelas 17:30.

Para se perceber a importância que os JO têm no desenvolvimento e mobilização das cidades e países que representam, veja-se o staff que as 4 candidaturas finais levaram para esgrimir os últimos argumentos: do lado de Chicago (EUA) é Barack Obama que fala; por Tóquio (JAP) é o seu primeiro-ministro; pelo Rio de Janeiro (BRA) é o presidente Lula da Silva e por fim, é o Rei Juan Carlos que fala em nome de Madrid (ESP).

A decisão é dura de se tomar e trata-se de um comité de cerca de 100 membros que decide entre si a eleição da cidade-sede para 2016. É também um exercício de poder político, pois quem mais influência tem dentro desse comité acaba por ganhar. É certo que nesse aspecto a herança do espanhol Samaranch pode muito bem ajudar Espanha, mas também é grande verdade que os EUA costumam ter sempre várias pessoas nas altas esferas de decisão. Por fim, Tóquio acaba por sofrer a benesse dos votos asiáticos, enquanto o Brasil apela à inovação, de forma a garantir que os primeiros JO na América do Sul sejam realizados no Rio de Janeiro.

Todas as candidaturas têm as suas vantagens e defeitos, contudo acho que no final pesará o efeito geográfico sobre as grandes questões como o controlo anti-doping, aldeia olímpica, motor de progresso, etc. É por isso que acredito que os JO de 2016 serão no continente americano. Atenas em 2004, Pequim em 2008 e Londres em 2016 inviabilizam quase por completo as candidaturas europeias e asiáticas como Madrid e Tóquio respectivamente. Mesmo que Madrid aposte no mais baixo dos orçamentos, enquanto Tóquio promete uns jogos ecológicos e tecnológicos.

Assim, devido a esta rotatividade entre Europa e Ásia, o continente americano irá certamente receber os JO de 2016. Tenho algumas dúvidas da escolha que fará o comité olímpico entre Rio de Janeiro e Chicago, no entanto acredito que os senhores que decidem sejam influenciados pelo facto do Brasil receber em 2014 o Mundial de Futebol, deixando assim Chicago com caminho livre para a vitória na decisão. Acrescentar ainda que os EUA não recebem os JO de Verão desde 1996 (Atlanta) e que são sempre o primeiro no total de medalhas ganhas (Pequim foi excepção). Desta forma, acabam por ter direito a jogar em casa devido aos brilhantes resultados alcançados nas últimas décadas. Em contraste, a candidatura americana peca apenas pela cidade escolhida: Chicago é uma cidade com uma aura cinzenta e mafiosa, cenário em nada idílico para a luta anti-doping. É contudo o meu palpite para 2016. Veremos se mais logo tinha ou não razão.

Original no Crónicas da Bola

quinta-feira, outubro 01, 2009

O sorriso de Obama ou a melhor
publicidade de sempre à Colgate



Barack Obama's amazingly consistent smile from Eric Spiegelman on Vimeo.

Descoberto aqui.

Sobre [má] educação


Para todos aqueles que ainda acreditam na boa educação como arma do futuro contra o mal-estar geral, digo-vos claramente: esqueçam-na!

O futuro reserva-nos muita tecnologia que nos tornará cada vez mais individualistas e senhores de nós mesmos, pelo que não é por aí que a educação melhorará. Inclusive as máquinas automáticas que nos atenderão um pouco por todos os serviços públicos serão mais bem educadas que a maior parte das pessoas que nos cruzamos na rua.

As reuniões (conferências, debates, concursos, cerimónias de prémios, etc) carecerão de palavras afectuosas para se tornarem em meros códigos de boas práticas. Não cumprir essas práticas de "manual" será visto como uma das piores ofensas possíveis. Não importa que o contéudo seja ofensivo, desde que respeite a palavra dos outros e o tempo que cada um tem para falar. O primeiro exemplo que vimos disso foi na cerimónia da MTV quando Kanye West irrompeu pelo palco para cortar a palavra à cantora Taylor Swift. Aos olhos do mundo foi um acto extremamente rude e mal educado, muito pior que aparecer num programa de TV a insultar tudo e todos perante as gargalhadas dos mesmos que reprovaram posteriormente essa atitude.

Não defendo o acto de Kanye West e também o considero rude, mas igualmente não consegui aguentar com toda a hipocrisia que ouvi após a cerimónia.

O mundo da televisão estará cada vez mais preenchido com grosseria de quem entrevista, de forma a capitalizar ao máximo más condutas que eventualmente possam surgir dos entrevistados. A postura dos politicos (principais visados) tem que ser hoje em dia 80% de comunicação e 20% de conteúdo, pois os espectadores querem fleuma e caos, querem ter alguém para falar mal no dia seguinte, alguém para quem possam atirar as suas frustrações. Acabam pois por ser como os que outrora iam ao Coliseu ver os gladiadores. Querem sangue, descarregar frustrações e no fundo, acharem-se melhor que alguém com maior estatuto que eles.

Por fim, passando à vida quotidiana, as boas práticas sobrepõem-se à boa educação e isso é basicamente o que as pessoas almejam num serviço. Não interessa para nada que a senhora que nos está a atender seja a Miss Simpatia 2009 se depois se enganar a fazer a conta e levar-nos 5 euros a mais. Preferimos que ela nos encare com umas trombas demoníacas, soltando um "boa tarde" quase como se lhe tivesse espetado uma faca nas costas, mas que no final faça bem o seu trabalho.