quinta-feira, maio 24, 2007

Enormidade
O ministro das Obras Públicas [Mário Lino], Transportes e Comunicações considerou ontem “faraónica” a construção do novo aeroporto de Lisboa na margem Sul do Tejo porque se trata de uma zona deserta.

[in Correio da Manhã]

Se uma área com 1 milhão de habitantes é deserta, Nova Iorque deve ser o equivalente a uma aldeia. Também não concordo com a instalação do aeroporto na Margem Sul, mas há que argumentar de forma devida. Dizer que não há espaço para um aeroporto de 3000 campos de futebol era correcto. Dizer que o aeroporto não teria margem de segurança devido á grande quantidade de habitações na área era correcto. Dizer que é longe de Lisboa era correcto. Dizer que é deserto, é uma enormidade que um ministro não pode cometer, sob pena de cair no rídiculo.

quinta-feira, maio 10, 2007

Em Lisboa

Autenticamente entalado pela vereação, Carmona Rodrigues será mesmo o último a abandonar, assim como o expressou na semana passada em conferência de imprensa, saíndo assim com alguma dignidade perante a opinião pública. Dignidade porque não foi mentiroso nem mudou de opinião conforme a favorabilidade do contexto, ao contrário dos seus entaladores oficiais. Mau grado toda esta situação, penso que os tempos de Carmona na Câmara foram bons, manifestados através de uma profunda actividade do Município a nível cultural, social e no registo das obras públicas e do tráfego automóvel. Muito há ainda a fazer, mas isso é típico de uma urbe globalizada e em constante movimento, pelo que Carmona sai ilibado nesse particular. Porém, a actividade económica da Câmara foi de facto o bico-de-obra, pois esta revelou danos e desequilíbrios conjunturais, que a Comunicação Social bem expôs. Marques Mendes, na sua já famosa originalidade, seguiu os passos desta e expôs o já exposto.
Para Carmona, pode ser que esta mudança o conduza a um lugar melhor, onde possa gerir e planear sem preocupações monetárias de maior.

terça-feira, maio 08, 2007

Na Madeira

Cada vez me convenço mais que de conformista, o português tem pouco. Somos declaradamente um povo de oposição ao poder instituído, ainda que façamos tudo errado para tentar desmantelá-lo. Nas recentes eleições da Madeira aconteceu mais um caso típico de oposição à portuguesa, isto é, criticando aquilo que está construído e quem o construiu. Quem tem reais razões de queixa acabou uma vez mais por ser esquecido no meio dos "mind-games" de Jardim a que a oposição se diverte a rebater, como se o projecto político destes fosse simplesmente o derrube da figura de Alberto João Jardim, acusando-o de estar agarrado ao poder quando no fundo, ele o ganha, eleições após eleições, através da expressão popular.