terça-feira, agosto 15, 2006

Portugal, o país doente.

Portugal. Terra de sonho, com uma geografia incrível na qual paira um Sol fantástico durante largo período do ano, onde as reluzentes lezírias se conjugam com o verde da montanha e o amarelo da praia. A natureza deu a Portugal condições que muitos países, por grandes que sejam, podem apenas sonhar.

Contudo, Portugal possui uma doença. Incurável diz-se. Nada que admire no país onde a esperança morre à primeira e o pessimismo é rei. Infelizmente, neste país o que é bom não é reconhecido e o que é mau é destacado. Como isto acontece? Através da maior doença de Portugal: os portugueses.

Os portugueses são uma espécie estranha. Donos do seu nariz, respeitadores da história nacional e da genealogia que lhes convém, circulam insistentemente por este país, desgastando-o e tornando os países em volta nos maus da fita. Mesmo que pouco ou nada conheçam deles. No Portugal de hoje, ser anti-espanhol é ser mais português e isso é um mau passo para a internacionalização deste pequeno país. Pequeno porque o tornamos com as nossas acções e sobretudo, com o nosso pessimismo, no território mais pequenino e insignificante do planeta Terra. A cidadania em Portugal resume-se a falar mal dos outros, a maior parte das vezes sem mostrar uma pontinha de interesse pelo eles querem dizer, criando um ciclo desvantajoso económica e sobretudo socialmente.

É exactamente na parte social que se constata uma das maiores hipocrisias dos portugueses: capazes de receber de braços abertos quem nada percebe do nosso país - mas com a carteira recheada - e capazes de se manifestar contra o ingresso de milhares de imigrantes, que além da língua comum, possuem um gosto por Portugal que aqueles que aqui nasceram pouco ou nada nutrem.

Em síntese, a maior doença de Portugal são os portugueses, existindo porém um cura que passa pelo gostar de se ser português. Se o Deco, o Obikwelu e todos os imigrantes que viram em Portugal um país de oportunidades ajudarem a fomentar esse gosto, tanto melhor. Caminhar para trás e fechar-nos em nós mesmos é que não é o caminho. Pelo menos no panorama actual do mundo.