quarta-feira, dezembro 31, 2003

Estradas da Morte

E assim acaba mais um ano rico em factos e acontecimentos. Não quero destacar nada em especial, mas sim fazer uma nota às mortes decorrentes nas estradas portuguesas. Um flagelo que a maioria esquece-se de enunciar aquando os desejos de ano novo. Normalmente esta situação só nos é dada a conhecer quando confrontados com notícias que, infelizmente, abundam nos nossos "media". Não condeno os media, porque mesmo que eles quisessem encobrir este "fenómeno", seria impossível. Acho que cada um de nós já apanhou diversos sustos nas estradas, uns maiores que outros, para que não tenhamos consciência do que se passa nestes cemitérios de alcatrão.
Há uns anos passei numa estrada francesa que continha a fama de estrada da morte. No local de cada morte era colocada uma placa negra em forma de pessoa, parecida aquelas que os treinadores colocam para fazer de barreira nos treinos. Recordo-me de num espaço de mais ou menos cinco kilometros ter visto cerca de cinquenta placas. Foi um choque para mim, como é para qualquer pessoa que visse famílias inteiras destruídas por uma infracção ao código da estrada.
Há campanhas de sensibilização, mas à medida que os anos passam, como acontece amanhã, as estatísticas continuam a revelar a mesma regularidade de acidentes, mortos e feridos graves. É triste porque sucedem-se os governos e nada de positivo é criado para parar este flagelo. E ainda é mais triste porque desfazem-se famílias, vidas e sonhos.

E assim desejo a todos os leitores deste blog, que nem devem ser tantos como isso, um feliz ano novo e se possível que respeitem sempre o código de estrada. Não é só a vossa vida que está em jogo, é a dos outros também.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Sensacionalistas e opinadores de meia-tigela. É isso que são os nossos políticos. E mais o são quando aparecem na televisão. Gostei e não gostei, bom e mau gosto, mas qual é a moral deles? Não passam de índividuos que seguiram líderes com ideais, que entretanto traíram para chegar ao poder. E nós? Nós temos que escavar esses ideais, não nos é dada uma oportunidade que seja, e só temos direito a opinar algo valorizável se possuirmos uma cunha!
Mas que sociedade é esta onde vivo? É este o conceito de democracia como estrutura política ideal de um povo?
Tantas dúvidas e tão poucas respostas...é e será sempre assim.

domingo, dezembro 28, 2003

Sim, sou mais um no meio da merda, e depois? Os diferentes não levam mais nada deste mundo para além de chacota e algum dinheiro sujo. A invocação é pura perda de tempo porque ninguém sonha o mesmo que os outros. Quando, em raras excepções, o contrário acontece, são logo freaks ou drogados.
O que há mais no mundo não é água, mas sim inveja.

sábado, dezembro 27, 2003

O Natal já passou, que venha agora a Páscoa e os dias da mãe e pai, assim como as promoções do Modelo, Continente, Carrefour, Lidl, Pingo Doce, Feira Nova e as demais fontes por mim esquecidas, para que saciemos o nosso apetite consumista e nos deixemos envolver pelas iguarias que provocarão efeitos nefastos às nossas tripas.
Haja saúde, perca-se consumismo!
Cum caralho, devia ter ido para marketing...um gajo só faz merda mesmo.

terça-feira, dezembro 23, 2003

Merda do Natal, prendinhas para um lado, árvore para o outro, azáfama para fazer os fritos que nos vão torturar os intestinos até ao dia dos reis (quando os restos acabam), mails do Pai Natal a encherem a caixa do mail de uma maneira imbecil e que depois posso vir a precisar dele para algo realmente importante, e lá o mail não é enviado.
Mas se o mail fosse um problema. Tudo o que envolve a Net é descaradamente vendido e anti-estudo. É quase impossível procurarmos informação válida sem nos depararmos com pop-ups que incluem desde pornografia a descontos numa agência bancária da Malásia, passando por pílulas de alargamento do pénis e mamas. É absurdo o tempo que se passa aqui e no qual se podia estar a ler os milhares de registos que cabeças com maior, menor ou mesmo nenhuma formação (livro do Deco) escreveram.
Não. É melhor não ler nada. Vamos mas é todos cavar terra e semear umas couves que o país tá em crise. E nada de ir para o Hospital só porque perderam um dedo a ceifar. Ainda há mais nove. Além do mais as filas de espera têm que acabar. E vamos lá também deixar de sair à noite, ficamos todos a ver a RTP1 ou RTP2 com a família. Há por aí muita gatunice e não há melhor maneira para evitá-la que não seja assim. E não venham com histórias que esses sapatos tão rotos e precisam de outros, porque a calçada de Lisboa até nem é das piores e a faculdade é só a hora e meia de caminho. Tanto se queixa este povo. Ah, o café é para levar de casa, assim como o almoço.
Bom Natal.
Não entrem em comas alimentares.

sábado, dezembro 20, 2003

Social

O ser humano é implacável de facto. A sua psicologia é tão diversa que o estudo só pode ser feito numa ou outra dimensão e nunca em todas. Há sempre escapatória às situações. A Odisseia é um monumento literário de como o engenho vence os piores obstáculos, sejam eles naturais ou provocados por forças superiores à nossa concepção de mundo. Actualmente, a disformidade entre as subculturas, os grupos de pressão e o padrão social é tão acentuada que se torna irrisório usarmos de astúcia para convencer quem quer que seja de algo que nós cremos como correcto. Há sempre um mas, um outro argumento que de válido tem pouco, mas que de resposta a opressão à inteligência tem muito. É esta a sociedade utópica onde todos têm razão.

terça-feira, dezembro 16, 2003

"In the middle of the universe you will find the world of man. Some say that Midgard bears the most beautiful leaves on the worldtree Yggdrasil, but the world of man is a very fragile world and it is under a permanent threat. The sophisticated balance between polarities which is the fundament of Midgard, could easily be disturbed. If that would happen the forces of chaos will inundate the earth and the end will be the only future for mankind."

Não é tão irreal assim. A mitologia é o reflexo dos hábitos e costumes dos povos. Se o que está aqui escrito me parece o espelho da nossa realidade, só posso chegar à conclusão que não evoluímos enquanto espécie nos ultimos milénios.

segunda-feira, dezembro 15, 2003

Acharam-no. Agora está tudo mais claro e a população pode sorrir. Agora o futebol no Iraque vai ser de qualidade. Agora a Coca-Cola pode finalmente dizer que está em todos os países de mundo.

Este post parece uma secção do suplemento DNa, e este nome na feliz localidade do Barreiro só me faz lembrar em pitas depravadas e loucas de desejo carnal. Faz-me também criar teorias sobre a juventude e a sua rebeldia/estupidez. Normalmente a conclusão é sempre a mesma: a maioria é subserviente às opções que os familiares descobriram nos anos 70. A minoria são sempre os coitadinhos com falta de personalidade e vítimas do sistema. E eu digo pra mim próprio: Esta minoria são os que nunca estão em programas como Sic 10/11/12/? Horas, Ídolos ou Big Brother! E onde está a maioria? Precisamente. Nesses mesmos programas.

terça-feira, dezembro 09, 2003

A propósito da doença do futuro, sugiro este artigo. Mais do que nunca precisamos de nos precaver para o futuro, e ignorar os factos não é o melhor caminho. Não se trata de moral da minha parte, nem dessas campanhas contra as doenças. É sim uma preocupação com a nossa existência e bem-estar. No futebol alemão já houve suicídios devido a depressões. A estrela mais promissora do futebol alemão, Deisler, sofre de uma depressão motivada pelo que deixaria qualquer pessoa de rastos. A sua mulher ia falecendo durante a gravidez, sofreu de uma lesão gravíssima que o deixou fora dos relvados durante um ano e após a recuperação, voltou a lesionar-se por mais 6 meses. Além disso foi transferido para um grande clube europeu (Bayern Munchën) no qual ainda não pôde mostrar qualquer futebol. A idade vai já pesando, e Deisler já não é a maior promessa do futebol alemão. Porque nem tudo no futebol é espectáculo e beleza, porque nem tudo no desporto é felicidade e sucesso, gostaria de deixar esta visão sobre os jogadores de quem não se fala.
Preciso de arranjar jogos para o PC. Aceitam-se sugestões.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

Lá o professor Marcelo preencheu o seu tempo televisivo de Domingo, enchendo-o de livros que ninguém lê. Porque passa ele uns 20 livros, se o povo, o real povo, não lê nada mais para além do Record, A Bola e um ou outro livro da moda? O país real, que a TVI tanto apregoa, não lê Alçada Baptista e muito menos se interessa por livros de arte. Qual de nós nunca ouviu de gente mais velha, expressões como "Esse monte de páginas vai-te servir para alguma coisa?" Para eles o CCB será sempre aquele mamarracho, só superado pelo do Cutileiro no alto do parque Eduardo VII, onde o negócio mais velho do mundo alastra, agora globalizado pelos emigrantes que teimam em dirigir-se para o nosso país à espera de melhores oportunidades. Iludidos.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

(Des)actualidade - Notícia de abertura do jornal da SIC: Pedofilia nos Açores envolvendo nomes sonantes da advocacia, economia e educação. Quem diria não é? Estão-nos a corroer a cabeça com notícias que conhecemos há vários anos! Normalmente notícia implica algo novo, algo que aconteceu mas que para além do jornalista e dos envolvidos mais ninguém sabe. Em Portugal isso não acontece...sim, somos revolucionários e as nossas notícias já são conhecidas de todo o povo! Abaixo os pivots e os jornalistas de ficção!
Viva os ardinas e os pelourinhos!

Desporto - Saiu o grupo de qualificação de Portugal para o Mundial 2006. Rússia, Eslováquia, Letónia e Estónia formam os 4 do Leste que nos trarão muitas dificuldades. A Rússia será um dos principais candidatos à qualificação, assim como Portugal. Prevejo uma qualificação muito suada para Portugal, mas estou confiante que a conseguiremos.

segunda-feira, dezembro 01, 2003

"Também quero falar do Euro!"

Não gostei da cerimónia..pareceu-me muito elitista e presunçosa. Ainda mais, deixaram cadeiras vazias enquanto uns pobres cidadãos, só porque a sua ligação ao futebol não passa de adepto, ficaram à chuva. O Valentim Loureiro fez alusão a isso e retribuiram-lhe com uma estrondosa salva de palmas. Hipocrisias.
Quanto ao evento, gostei da Dulce Pontes e adorei os limites angulares da câmara. Não sei se mais alguém reparou, mas naquela ara onde estava a taça não se podia filmar à volta dela porque, presumo eu, alguém esqueceu-se de decorá-la em todos os lados. Típico.
Quanto aos grupos, acho que até tivemos sorte, se fosse um Portugal - Espanha a abrir era bem pior. Mas também não sei se assim foi bom. A 12 de Junho lá saberemos. Hoje ouvi que os russos têm medo que exista uma aliança ibérica no derradeiro jogo da fase de grupos, para que passem as duas selecções e lixem gregos e os mesmos russos. A leste do paraíso. Acho que eles não sabem que os espanhóis desprezam-nos e nós não nutrimos lá muita simpatia por eles (para não dizer nenhuma). Não admira, eu também acho que russos e chineses dão-se bem, mas devo tar muito enganado.