Ela é fácil de satisfazer, está em todo o lado, não é dificil alimentá-la. Dificil é fazer com que ela tenha fome. Tou perante um bloqueio satisfatório da minha existência. "In Defiance Of Existence" é o ultimo trabalho duma banda nórdica que muito aprecio e só o titulo leva-me por caminhos tão longos que não lhes vejo o fim, até porque em certas alturas as encruzilhadas são tantas que a desistência é um facto ponderado e eficaz. Tudo o que seja feito sem o consentimento da desistência é doloroso e extremamente interrogativo. No fundo a minha existência não é desobediente, até porque só a imortalidade desobece o fenómeno natural vida e por isso ser tão sagrado. Porque neste mar de interrogações há lugar para certezas e uma delas é que tudo o que não está ao nosso alcance é sagrado. Por isso os brinquedos que estavam em cima do armário eram os melhores, por isso aquela por quem todos se babavam na escola era a melhor e por isso o Vodka purissimo é o melhor.
São fases, e estruturalmente todas acabam, umas demoram mais tempo que as outras, é certo, mas têm todas o seu termo. Há convenções sociais que nos dizem que há mortes mais "saudáveis" que as outras mas no fundo é tudo uma patetice, é o mesmo que dizer que há nascimentos melhores que os outros, por outras palavras, és um ser inútil e que mais valias não teres nascido! Claro que isto não pode ser dito assim, por isso tal como um nascimento pode demorar mais ou ter mais problemas, também uma morte tem o direito de ter também problemas e de poder se alongar um bocado mais!
Se merecemos que ela seja lenta ou rápida isso não somos nós que decidimos, tal como não fomos nós que decidimos se queríamos nascer ou não.
A temática "Deus" torna-se ambígua e chata, demasiado fervor e pouco raciocinio:
"No dia do Juizo Final os ressuscitados falarão apenas quando Deus lhes mandar com muito generosa complacência"
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