Translatio emperii, translatio studii do homem no mundo comtemporâneo
Aproveitando o saber adquirido durantes as aulas, sorri e dei por mim em afterthoughts sobre a matéria apreendida nas aulas de matrizes. E escrevi isto:
O transporte de elementos identificadores do velho continente para o Estados Unidos da América após a sua independência é o motivo mais recente de translatio imperii, translatio studii. Tal como o império romano deslocou elementos helenísticos para o seu território, também a estátua da liberdade oferecida pelos franceses, a língua inglesa e o obelisco na capital Washington são (porventura sem os próprios americanos o notarem) sinónimos de deslocação do poder político e porque não?, do poder ideológico e cultural. Hoje o grande império que se expande até ao médio oriente tal como Alexandre e Augusto o fizeram é o império dos EUA. Aliado a este fenómeno histórico assistimos também ao bom dispêndio das politicas globalizantes, das indecisões da política europeia que se atrasa dois passos cada vez que dá um e, obviamente, de factores históricos: o colonialismo despregado e ditatorial criou severas revoltas que culminaram com a morte de soldados europeus, criando isto uma crise etária, para além do esgotamento e mau emprego das matérias-primas trazidas das colónias. A corrupção do homem, o seu desejo bélico e os seus sonhos magnânimos acabaram por tornar as matérias-primas coloniais em nada. Construíram-se novos meios de comunicação como pontes e auto-estradas, modernizaram-se as cidades e no entanto, o comum cidadão continua pobre e sem ambições. É triste assistir nos dias de hoje a jovens com um potencial imenso a desejarem ser obscuros recepcionistas ou secretários de pequenas e médias empresas. Tal como os nossos pais emigraram para Lisboa e Porto à procura de trabalho para conseguirem uma vida no mínimo, estável, também nós lutamos actualmente pelo mesmo. Foi assim há 30 anos e é assim agora.
Mais do que nunca assistimos à deslocação em sentido inverso. Os obeliscos já não se situam na terra e apontam para o céu, são sim afiados e perfuradores da carne do povo. O clero/igreja continua envolto em mistérios de corrupção e o futebol assim como o lazer segue-lhe o caminho. O processo "apito dourado" é demonstrativo das estranhas ligações entre instituições e os dinheiros públicos. Hospitais, centros de saúde, escolas, faculdades e a totalidade dos serviços públicos estão envoltos num manto burocrático que nos corrói a paciência, a boa disposição e o tempo.
É assim o nosso tempo: lento em processos de valor perjorativo ao Estado e rápido em processos contra o cidadão do mundo, o cosmopolita que os gregos inventaram, os romanos aperfeiçoaram e os contemporâneos esbanjam em ócios relacionados com as suas necessidades básicas de sexo e violência.
Para mim existe hoje uma deslocação cultural e política herdada dos romanos e representada actualmente pelos EUA, que culminará num conflito à escala planetária (vicissitudes da globalização) com efeitos arrasadores que ninguém saberá. Mas não tenho dúvida alguma que esta é idade de ferro que Hesíodo falava, a ultima das idades, o ultimo dos porquês.
quinta-feira, abril 29, 2004
terça-feira, abril 20, 2004
Originalidade versus Imitação II
Sobre a minha questão do quão original era o ser humano nos presentes dias, acrescento agora um novo dado: a ansiedade de influência. Não fui eu que inventei este termo, mas sim Harold Bloom, célebre escritor norte-americano que apela ao combate das influências sobre o génio criativo. O que está implícito na obra feita e o porquê deste combate?
Este novo dado entra em conflito com a minha teoria sobre as novas criações, que podem ser puras e livres de qualquer influência. Eu questiono: porque existe a necessidade de revermos as obras numa outra obra de um outro autor? Não entendo esta torrente de influencialização sobre as novas criações. Estão a querer dizer-me que alguem isolado de todo o mundo globalizado e que lhe passe na cabeça pintar um quadro, será sempre alvo de atribuição de influência de pintor X ou Y ?!
Como referi no meu post anterior, o criador (e devido à nossa sociedade actual) será provavelmente louco e como tal, altamente influenciável pelo meio ambiente em que está envolvido e devido a isso a questão de ter ido "beber sumo" a um qualquer autor soa-me como absurda. Tal como Dalí inovou (e revolucionou), também esse louco estará a criar algo novo, sem qualquer ansiedade de influências para além do próprio meio ambiente em que está inserido.
Mais um pequeno ponto sobre a discussão entre o original e o influenciado.
Sobre a minha questão do quão original era o ser humano nos presentes dias, acrescento agora um novo dado: a ansiedade de influência. Não fui eu que inventei este termo, mas sim Harold Bloom, célebre escritor norte-americano que apela ao combate das influências sobre o génio criativo. O que está implícito na obra feita e o porquê deste combate?
Este novo dado entra em conflito com a minha teoria sobre as novas criações, que podem ser puras e livres de qualquer influência. Eu questiono: porque existe a necessidade de revermos as obras numa outra obra de um outro autor? Não entendo esta torrente de influencialização sobre as novas criações. Estão a querer dizer-me que alguem isolado de todo o mundo globalizado e que lhe passe na cabeça pintar um quadro, será sempre alvo de atribuição de influência de pintor X ou Y ?!
Como referi no meu post anterior, o criador (e devido à nossa sociedade actual) será provavelmente louco e como tal, altamente influenciável pelo meio ambiente em que está envolvido e devido a isso a questão de ter ido "beber sumo" a um qualquer autor soa-me como absurda. Tal como Dalí inovou (e revolucionou), também esse louco estará a criar algo novo, sem qualquer ansiedade de influências para além do próprio meio ambiente em que está inserido.
Mais um pequeno ponto sobre a discussão entre o original e o influenciado.
domingo, abril 18, 2004
O animal de estimação
Interessante o sentido das palavras. O animal que estimamos. Tão simples como isso. Mas não, o homem tem a mania de complicar o que é fácil e torna as criaturas em animais de companhia, de caça, de criação, entre outros.
Digo isto como referência ao gato do Lder, que está nas últimas mas que ainda há de chegar ao aniversário dele. Parece-me que é um bom exemplo de animal de estimação, pese a natural reserva que os gatos têm por humanos. O gato do JP também é interessante, pois vai para além da indiferença para com os humanos e prefere agredi-los com as suas patadas que devido ao seu crescimento já não são muito mansinhas, antes pelo contrário.
Li há pouco tempo que as crianças que têm contacto constante com animais têm tendência para criar anticorpos contra as alergias. É estranho que muitos pais afastem as crianças dos animais e eles afinal sejam benéficos à saúde dos pequenos seres. Quando li a notícia pela primeira vez até achei piada, mas depois reparei no meu caso e vi que provavelmente o artigo tem uma boa dose de verdade. Eu fui criado com uma gata muito meiga até aos meus 10 anos sensivelmente e a realidade é que não tenho alergias a nada que me lembre. Ao pó que é natural que nos faça alergia, a mim faz-me espirrar uma vez ou outra, mas nada mais que isso. Nada de borbulhas, comichões ou dores de cabeça provocados por alergias. Em contrapartida eu e o Sol não nos damos lá muito bem, mas isso é outra história.
Interessante o sentido das palavras. O animal que estimamos. Tão simples como isso. Mas não, o homem tem a mania de complicar o que é fácil e torna as criaturas em animais de companhia, de caça, de criação, entre outros.
Digo isto como referência ao gato do Lder, que está nas últimas mas que ainda há de chegar ao aniversário dele. Parece-me que é um bom exemplo de animal de estimação, pese a natural reserva que os gatos têm por humanos. O gato do JP também é interessante, pois vai para além da indiferença para com os humanos e prefere agredi-los com as suas patadas que devido ao seu crescimento já não são muito mansinhas, antes pelo contrário.
Li há pouco tempo que as crianças que têm contacto constante com animais têm tendência para criar anticorpos contra as alergias. É estranho que muitos pais afastem as crianças dos animais e eles afinal sejam benéficos à saúde dos pequenos seres. Quando li a notícia pela primeira vez até achei piada, mas depois reparei no meu caso e vi que provavelmente o artigo tem uma boa dose de verdade. Eu fui criado com uma gata muito meiga até aos meus 10 anos sensivelmente e a realidade é que não tenho alergias a nada que me lembre. Ao pó que é natural que nos faça alergia, a mim faz-me espirrar uma vez ou outra, mas nada mais que isso. Nada de borbulhas, comichões ou dores de cabeça provocados por alergias. Em contrapartida eu e o Sol não nos damos lá muito bem, mas isso é outra história.
sexta-feira, abril 16, 2004
segunda-feira, abril 12, 2004
"Blogosfera fight"
Round 1
Não sabia que isto para além de intrumento pouco útil de crítica, agora também servia para guerra que extravasa o opinativa atitude de quem aqui escreve. Os blogs viraram arma de arremesso contra a prepotência e arrogância de certos pensamentos. A opção dos comentários demonstra isso mesmo: venham criticar-me, venham falar mal para que eu possa ter um pretexto que me leve além da formal discussão.
Round 2
O intuito do blog é escrevermos arte e não usarmos do nosso rico léxico para insultar (in)directamente os outros. Há muito blog que se limita, e bem, a escrever um pensamento, uma opinião sobre determinada situação, momento ou pessoa. O meu blog pretende ser apenas isto. Se me insultarem do outro lado da blogosfera eu não irei assinar uma declaração de guerra, antes tentarei falar abertamente com essa pessoa sem necessidade de praça pública, como se isto fosse um coliseu com cartazes apelando à violência gratuita nas palavras dos seus participantes.
Round 3 - Final Round
Não é esse o meu espírito, desculpem lá se incomodo alguma alma carente de pacifismo. Eu só quero revelar certas partes da minha vida, certas reflexões sobre determinado assunto, para que conheçam um pouco mais da minha pessoa e dos meus próximos.
Nota: Este post surge como alusão à guerra verbal e desnecessária em que encontrei envolvido o meu colega João.
Round 1
Não sabia que isto para além de intrumento pouco útil de crítica, agora também servia para guerra que extravasa o opinativa atitude de quem aqui escreve. Os blogs viraram arma de arremesso contra a prepotência e arrogância de certos pensamentos. A opção dos comentários demonstra isso mesmo: venham criticar-me, venham falar mal para que eu possa ter um pretexto que me leve além da formal discussão.
Round 2
O intuito do blog é escrevermos arte e não usarmos do nosso rico léxico para insultar (in)directamente os outros. Há muito blog que se limita, e bem, a escrever um pensamento, uma opinião sobre determinada situação, momento ou pessoa. O meu blog pretende ser apenas isto. Se me insultarem do outro lado da blogosfera eu não irei assinar uma declaração de guerra, antes tentarei falar abertamente com essa pessoa sem necessidade de praça pública, como se isto fosse um coliseu com cartazes apelando à violência gratuita nas palavras dos seus participantes.
Round 3 - Final Round
Não é esse o meu espírito, desculpem lá se incomodo alguma alma carente de pacifismo. Eu só quero revelar certas partes da minha vida, certas reflexões sobre determinado assunto, para que conheçam um pouco mais da minha pessoa e dos meus próximos.
Nota: Este post surge como alusão à guerra verbal e desnecessária em que encontrei envolvido o meu colega João.
sexta-feira, abril 09, 2004
Trance
O trance é sem dúvida um tipo de som diferente de tudo o resto. A fusão entre batidas fortes e bem marcadas com efeitos mirabolantes que nos sugerem tão variadas visões e ideias é fabulosa. Não é um estado de transe mas provoca alguma abstracção do mundo se sentirmos a música a entrar dentro do nosso corpo.
Uma das curiosidades do trance é o facto de ser poder ser tanto dançável como reflexivo. Podemos agitar o nosso corpo ao som dos suas melodias bem delineadas e também podemos entrar num estado de viagem até algum sítio imaginário que a música eventualmente nos transporte. A mensagem do trance está nisso mesmo e por vezes é mais fácil criticar do que dar mérito aos seus autores.
Tal como muita gente deste país tenho que associar o trance às drogas. Mas não tomo a minoria pelo todo. É verdade que se fazem festas com o intuito de diversão e algo mais que isso, mas muita gente vai lá por curiosidade ou por convívio. Mas enfim, se quiserem saber algo mais sigam para esta página. Eu aprovo os gostos musicais deste meu vizinho pela totalidade (excepto Evanescence).
O trance é sem dúvida um tipo de som diferente de tudo o resto. A fusão entre batidas fortes e bem marcadas com efeitos mirabolantes que nos sugerem tão variadas visões e ideias é fabulosa. Não é um estado de transe mas provoca alguma abstracção do mundo se sentirmos a música a entrar dentro do nosso corpo.
Uma das curiosidades do trance é o facto de ser poder ser tanto dançável como reflexivo. Podemos agitar o nosso corpo ao som dos suas melodias bem delineadas e também podemos entrar num estado de viagem até algum sítio imaginário que a música eventualmente nos transporte. A mensagem do trance está nisso mesmo e por vezes é mais fácil criticar do que dar mérito aos seus autores.
Tal como muita gente deste país tenho que associar o trance às drogas. Mas não tomo a minoria pelo todo. É verdade que se fazem festas com o intuito de diversão e algo mais que isso, mas muita gente vai lá por curiosidade ou por convívio. Mas enfim, se quiserem saber algo mais sigam para esta página. Eu aprovo os gostos musicais deste meu vizinho pela totalidade (excepto Evanescence).
quinta-feira, abril 08, 2004
Descontextualizado:
- Não ando a ler nada de útil para a faculdade. Ver se a maré muda e deixar de lado alguns textos quentes...muito ambíguos para esta fase.
- Quero ir ver a "Paixão de Cristo" do Mel Gibson. Acho estranho as classificações que os cinéfilos fazem para os jornais: filme a evitar ou obra-prima. Decidam-se.
- Ando a ouvir o Death Cult Armageddon de Dimmu Borgir que já passou de moda. Agora é a vez dos novos albuns de Disturbed e My Dying Bride, projectados para a extracção em bruto pelos seus aficcionados pupilos.
- Não ando a ler nada de útil para a faculdade. Ver se a maré muda e deixar de lado alguns textos quentes...muito ambíguos para esta fase.
- Quero ir ver a "Paixão de Cristo" do Mel Gibson. Acho estranho as classificações que os cinéfilos fazem para os jornais: filme a evitar ou obra-prima. Decidam-se.
- Ando a ouvir o Death Cult Armageddon de Dimmu Borgir que já passou de moda. Agora é a vez dos novos albuns de Disturbed e My Dying Bride, projectados para a extracção em bruto pelos seus aficcionados pupilos.
terça-feira, abril 06, 2004
O futebol é uma caixinha de surpresas...
...e nem o facto de se possuir as maiores estrelas do futebol mundial garante títulos. O que aconteceu hoje ao Real Madrid foi uma clara demonstração que o futebol é um jogo colectivo e só depois é um jogo de individualidades.
O Monaco foi uma equipa aguerrida e lutadora, muito bem explanada e com cada jogador a saber quais as suas funções em campo. A única maneira de eliminar uma equipa como o Real Madrid é simplesmente ser-se mais equipa, possuíndo os jogadores unidos dentro e fora das quatro linhas. Não foi apenas azar o que aconteceu aos "galácticos", foi também a prova final de erros acumulados logo no ínicio da época. A pre-época na Asia com vista primeiro ao lucro e só depois à preparação dos jogadores foi só o primeiro índicio. Um outro foi o claro desiquilíbrio no plantel, com a já afamada falta de um central de méritos reconhecidos e de um médio defensivo à altura do agora londrino Makelélé. Não foi ao acaso que Carlos Queiroz disse que a "cantera madrileña" deveria estar ao nível das grandes escolas de formação, como as do Ajax, Auxerre ou Sporting. Depois deste falhanço, percebo agora que Queiroz disse isto como crítica ao director desportivo (Valdano): se não se podem contratar jogadores então só resta ir buscá-los ao próprio clube, e se o clube não oferece jovens com garantias como pode ele aspirar a grandes conquistas?
Pior que tudo, Queiroz é o primeiro a ser "apedrejado", por culpa própria, pois se os jogadores falham ele é o primeiro a dizer-se responsável pelas derrotas. Erradamente quanto a mim.
Quanto a Figo, fico com pena por ele, pois ele trabalha primeiro para a equipa e só depois para si mesmo. Ele é (e sempre foi) o primeiro a remar contra a maré, o primeiro a esboçar a reacção quando tudo parece perdido. Por isso aquele golo contra Inglaterra será sempre o melhor golo da sua carreira - é o golo que caracteriza a "raça" de Figo. Por isso, fico triste pelo Figo e também por Casillas, pois hoje eles não mereciam ser derrotados naquele estádio.
No outro jogo, parece que os milhões do russo Abramovich sempre estão a dar resultado. A outrora moribunda equipa do Chelsea, que lutava pelos postos de acesso às competições europeias é hoje uma grande equipa europeia , tendo vencido hoje o rival arsenal e internamente, está no 2º lugar do campeonato. Impulsionada pelos investimentos avultados e bem aplicados do milionário russo, a equipa de Ranieri está em boa forma, e as grandes estrelas jogam bastante para a equipa.
Mais do que comprar grandes estrelas só pelo nome, o Chelsea comprou bem e reforçou a equipa com jogadores de créditos firmados no futebol europeu como Crespo, Mutu ou Makelélé e com boas esperanças como Bridge (hoje decisivo). Para a próxima época está assegurada a contratação de mais uma esperança, Robben de seu nome.
Com um nome parecido e que muito me tem surpreendido, tem sido o jogador Rothen, do Monaco. Com um pé esquerdo a fazer lembrar Drulovic, este será provavelmente um jogador fascinante a curto/médio prazo.
...e nem o facto de se possuir as maiores estrelas do futebol mundial garante títulos. O que aconteceu hoje ao Real Madrid foi uma clara demonstração que o futebol é um jogo colectivo e só depois é um jogo de individualidades.
O Monaco foi uma equipa aguerrida e lutadora, muito bem explanada e com cada jogador a saber quais as suas funções em campo. A única maneira de eliminar uma equipa como o Real Madrid é simplesmente ser-se mais equipa, possuíndo os jogadores unidos dentro e fora das quatro linhas. Não foi apenas azar o que aconteceu aos "galácticos", foi também a prova final de erros acumulados logo no ínicio da época. A pre-época na Asia com vista primeiro ao lucro e só depois à preparação dos jogadores foi só o primeiro índicio. Um outro foi o claro desiquilíbrio no plantel, com a já afamada falta de um central de méritos reconhecidos e de um médio defensivo à altura do agora londrino Makelélé. Não foi ao acaso que Carlos Queiroz disse que a "cantera madrileña" deveria estar ao nível das grandes escolas de formação, como as do Ajax, Auxerre ou Sporting. Depois deste falhanço, percebo agora que Queiroz disse isto como crítica ao director desportivo (Valdano): se não se podem contratar jogadores então só resta ir buscá-los ao próprio clube, e se o clube não oferece jovens com garantias como pode ele aspirar a grandes conquistas?
Pior que tudo, Queiroz é o primeiro a ser "apedrejado", por culpa própria, pois se os jogadores falham ele é o primeiro a dizer-se responsável pelas derrotas. Erradamente quanto a mim.
Quanto a Figo, fico com pena por ele, pois ele trabalha primeiro para a equipa e só depois para si mesmo. Ele é (e sempre foi) o primeiro a remar contra a maré, o primeiro a esboçar a reacção quando tudo parece perdido. Por isso aquele golo contra Inglaterra será sempre o melhor golo da sua carreira - é o golo que caracteriza a "raça" de Figo. Por isso, fico triste pelo Figo e também por Casillas, pois hoje eles não mereciam ser derrotados naquele estádio.
No outro jogo, parece que os milhões do russo Abramovich sempre estão a dar resultado. A outrora moribunda equipa do Chelsea, que lutava pelos postos de acesso às competições europeias é hoje uma grande equipa europeia , tendo vencido hoje o rival arsenal e internamente, está no 2º lugar do campeonato. Impulsionada pelos investimentos avultados e bem aplicados do milionário russo, a equipa de Ranieri está em boa forma, e as grandes estrelas jogam bastante para a equipa.
Mais do que comprar grandes estrelas só pelo nome, o Chelsea comprou bem e reforçou a equipa com jogadores de créditos firmados no futebol europeu como Crespo, Mutu ou Makelélé e com boas esperanças como Bridge (hoje decisivo). Para a próxima época está assegurada a contratação de mais uma esperança, Robben de seu nome.
Com um nome parecido e que muito me tem surpreendido, tem sido o jogador Rothen, do Monaco. Com um pé esquerdo a fazer lembrar Drulovic, este será provavelmente um jogador fascinante a curto/médio prazo.
segunda-feira, abril 05, 2004
Originalidade versus Imitação
É uma questão interessante de ser abordada. Ontem em mais uma das minhas incursões pela noite barreirense surgiu essa discussão. É mesmo díficil ser-se original nos dias que correm. E quanto mais nos aplicamos para ser originais, pior se torna. Acho que original é aquele que nem dá por isso, que faz as coisas sempre com um propósito de ajudar em alguma coisa, remodelar algo, instruir alguém através da criação. Agora criar só para ser original...parece-me dificil que essa pessoa consiga fazer algo diferente de tudo o que já foi feito. A impossibilidade de tal tarefa começa logo no plano, pois segundo essa pessoa, o original terá de ter uma base em algo já orquestrado.
Para mim, a originalidade surge quando menos esperamos e depois de alcançada agarramo-nos tanto à nossa obra de arte de dificilemente compartilhamos com os outros. Não é uma questão de egoísmo, é apenas o receio de que ninguém compreenda a mensagem do que acabámos de criar.
Por isso os verdadeiros artistas são loucos, vivem desesperados por terem a sua vida revelada a todo o mundo e pior que tudo, ninguém compreende o que querem transmitir.
O auge de toda esta problemática é definir o que é original e o que é imitação. Não me debrucarei muito sobre este assunto, esta foi apenas uma opinião geral sobre a questão. Vou deixar as grandes discussões sobre isto para depois...pode ser que encontre algum artista realmente original até lá.
E já que falamos em arte, e porque este blog também é frequentado por alguns colegas da Faculdade de Letras, deixo aqui alguns trabalhos do Pedro Sousa.
É uma questão interessante de ser abordada. Ontem em mais uma das minhas incursões pela noite barreirense surgiu essa discussão. É mesmo díficil ser-se original nos dias que correm. E quanto mais nos aplicamos para ser originais, pior se torna. Acho que original é aquele que nem dá por isso, que faz as coisas sempre com um propósito de ajudar em alguma coisa, remodelar algo, instruir alguém através da criação. Agora criar só para ser original...parece-me dificil que essa pessoa consiga fazer algo diferente de tudo o que já foi feito. A impossibilidade de tal tarefa começa logo no plano, pois segundo essa pessoa, o original terá de ter uma base em algo já orquestrado.
Para mim, a originalidade surge quando menos esperamos e depois de alcançada agarramo-nos tanto à nossa obra de arte de dificilemente compartilhamos com os outros. Não é uma questão de egoísmo, é apenas o receio de que ninguém compreenda a mensagem do que acabámos de criar.
Por isso os verdadeiros artistas são loucos, vivem desesperados por terem a sua vida revelada a todo o mundo e pior que tudo, ninguém compreende o que querem transmitir.
O auge de toda esta problemática é definir o que é original e o que é imitação. Não me debrucarei muito sobre este assunto, esta foi apenas uma opinião geral sobre a questão. Vou deixar as grandes discussões sobre isto para depois...pode ser que encontre algum artista realmente original até lá.
E já que falamos em arte, e porque este blog também é frequentado por alguns colegas da Faculdade de Letras, deixo aqui alguns trabalhos do Pedro Sousa.
sexta-feira, abril 02, 2004
A Seleçcão é de todos nós
Ou pelo menos já foi. Agora acho que é só do Scolari. Depois do descalabro no mundial coreano/japonês vi muita gente a pedir um treinador que impusesse disciplina nos jogadores portugueses e tiveram-no. Agora aguentem-se à bronca. Quanto a mim não era preciso ir buscar um "sargentão" para a selecção, pois o Major Valentim Loureiro também podia fazer isso. Os defensores da escolha de Scolari dizem que ele é campeão do mundo. Eu cá digo que o sistema táctico do Brasil que ele utilizou era ridículo e foi apenas através de favorecimento das arbitragens que o Brasil chegou à final. A haver um vencedor que tivesse sido a Alemanha, que apesar de não ter efectuado grandes exibições ao menos não precisou da ajuda dos árbitros para chegar à final. Aliás, esse mundial foi quase tão mau como o Itália 90, pois das quatro equipas presentes nas meias-finais, duas delas foram fortemente beneficiadas pelos árbitros (Brasil e Coreia do Sul).
Mas estou a afastar-me da questão Scolari. A verdade é que ele não liga nada se o povo quer jogador X ou Y na equipa. A equipa é dele e pronto. Logo, e como jogamo em casa, o mínimo que podemos pedir é a vitória. Infelizmente acho que isto vai correr mal e nem aos quarto-de-final chegamos. Tou apenas a ser pessimista (característica de qualquer luso que se preze), e tenho muitos motivos para pensar assim: a seleccão não joga nada e não mostra a atitude que o treinador pede. E se não mostra de quem é a culpa? Do treinador obviamente, pois não consegue incutir à equipa essa mesma atitude.
De qualquer maneira, espero que corra tudo bem a Portugal no Europeu de futebol e como está na moda fazer selecções, eu cá também faço a minha:
Ricardo; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Nuno Valente; Costinha, Maniche, Figo, Rui Costa e Simão; Pauleta
Claro que não me serve de muito se tiver estes jogadores a correrem sem grande empenhamento, por isso o melhor mesmo é o meninos da selecção treinarem bem a atitude, que isso é que faz falta.
Ou pelo menos já foi. Agora acho que é só do Scolari. Depois do descalabro no mundial coreano/japonês vi muita gente a pedir um treinador que impusesse disciplina nos jogadores portugueses e tiveram-no. Agora aguentem-se à bronca. Quanto a mim não era preciso ir buscar um "sargentão" para a selecção, pois o Major Valentim Loureiro também podia fazer isso. Os defensores da escolha de Scolari dizem que ele é campeão do mundo. Eu cá digo que o sistema táctico do Brasil que ele utilizou era ridículo e foi apenas através de favorecimento das arbitragens que o Brasil chegou à final. A haver um vencedor que tivesse sido a Alemanha, que apesar de não ter efectuado grandes exibições ao menos não precisou da ajuda dos árbitros para chegar à final. Aliás, esse mundial foi quase tão mau como o Itália 90, pois das quatro equipas presentes nas meias-finais, duas delas foram fortemente beneficiadas pelos árbitros (Brasil e Coreia do Sul).
Mas estou a afastar-me da questão Scolari. A verdade é que ele não liga nada se o povo quer jogador X ou Y na equipa. A equipa é dele e pronto. Logo, e como jogamo em casa, o mínimo que podemos pedir é a vitória. Infelizmente acho que isto vai correr mal e nem aos quarto-de-final chegamos. Tou apenas a ser pessimista (característica de qualquer luso que se preze), e tenho muitos motivos para pensar assim: a seleccão não joga nada e não mostra a atitude que o treinador pede. E se não mostra de quem é a culpa? Do treinador obviamente, pois não consegue incutir à equipa essa mesma atitude.
De qualquer maneira, espero que corra tudo bem a Portugal no Europeu de futebol e como está na moda fazer selecções, eu cá também faço a minha:
Ricardo; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Nuno Valente; Costinha, Maniche, Figo, Rui Costa e Simão; Pauleta
Claro que não me serve de muito se tiver estes jogadores a correrem sem grande empenhamento, por isso o melhor mesmo é o meninos da selecção treinarem bem a atitude, que isso é que faz falta.
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