sexta-feira, janeiro 13, 2006

Crise

Estamos em crise. Todos o sabem, todos o sentem e todos o proclamam. Mas afinal que crise é esta? Uns dizem que é económica, outros afirmam que é política e outros deduzem que é social. Em que ficamos?

Pessoalmente, penso que tem de existir um único epicentro da crise. Ela não se difundiu de vários quadrantes, mas sim de um único ponto. E esse ponto é político. Os sucessivos maus governos que atravessaram o país nos últimos 15 anos são os únicos responsáveis. Claro está, o que de bom se passou desse tempo até agora, também é seu mérito. O problema reside apenas no seguinte: o que se fez de negativo suplanta em larga escala o que de positivo foi feito.

A Expo 98, o Euro2004 e os projectos inacabados ou mal concretizados, tudo isto não é fado, mas sim casos que necessitam ainda hoje de averiguações, graças aos buracos financeiros que provocaram. Houve desvios na Expo 98 e não foram encontrados responsáveis. Do Euro2004 ainda não se soube se rendeu os tais 900 e tal milhões de euros previstos. E os custos passaram os 300 milhões previstos inicialmente. Quanto aos projectos inacabados/mal concretizados, falo de quase tudo o que se faz em Portugal: reformas na educação, na saúde e na justiça que acabam, invariavelmente, por se traduzir em custos sobre os custos anteriores, criando assim um défice abismal.
Dar tempo ao tempo é uma política que um povo stressado como o português nunca conseguirá suster, a não ser através de uma subjugação do povo ao governo. E subjugado o povo também não gosta de ser. No final das contas, compreende-se afinal, porque é díficil (ou impossível) fazer verdadeira política em Portugal.

2 comentários:

Anónimo disse...

Grande António

A crise não é política nem é so portuguesa.
É sobretudo uma crise de valores que começou já vão alguns séculos e há-de continuar depois de novo. É interessante olhar para os nossos dias e para o Império Romano 200 anos antes de cair.... interessante não?
Recomendo-te vivamente o livro de 100 páginas que se lê em menos de duas horas "A Europa de bento na crise de Culturas". Um livro diferente e resfrescante que faz falta a muita gente e que ultrapassa os limites do cristianismo.

António disse...

assim que puder, seguirei o teu conselho.Obrigado pela visita!