Bela Guttmann (1905 - 1981)
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Doping
A Federação Internacional de Ténis (ITF), suspendeu o argentino Mariano Puerta dos courts durante 8 anos, devido a um controlo anti-doping no qual o tenista acusou etilifrina, uma das substâncias classificadas como estimulante pela Agência Mundial Anti-dopagem (AMA). O tenista de 27 anos, reincidente em casos de dopagem (acusou clenbuterol em 2004), vê assim a carreira praticamente terminada, assim como vê retirado da sua conta os prize moneys e os troféus ganhos nos últimos anos.
Apesar de ter passado ao lado da maior parte da imprensa, esta notícia provocou-me algumas questões: porquê uma pena tão pesada a um tenista que não é propriamente jovem? E porque os casos de dopagem têm invariavelmente rostos argentinos por detrás?
Se a medida visa criar um exemplo para os mais jovens que se sentem tentados a seguir o caminho do doping, duvido que resulte, isto porque o desporto é cada vez mais rentável ao alto nível e quanto mais depressa se atinge esse nível, mais fama e melhor nível de vida se alcança, mesmo que seja às custas de práticas mercenárias como consumo de substâncias ilegais. Na minha opinião, e mesmo sabendo que Puerta é reincidente nestes casos, parece-me que a medida é exagerada. 8 anos é a vida desportiva de muitos atletas e neste caso específico, ajuizar uma medida destas a um atleta de 27 anos é tirar-lhe não só o resto da carreira desportiva, como mandá-lo directamente procurar outra profissão à qual terá dificuldade acrescida devido ao seu passado criminal.
Quanto à segunda questão, o facto é que já são demasiadas vezes que argentinos surgem em casos destes: Juan Ignacio Chela (em 2000), Guillermo Coria (2001), Martín Rodríguez (2003), Mariano Hood e Guillermo Cañas (em 2005), são outros casos de tenistas argentinos apanhados na rede do doping, isto para não referir casos de futebolistas que têm bem mais impacto devido à expressão deste desporto no mundo. São muitas e cada vez mais as referências a actos ilegais associados a argentinos e, por muito respeito que o mundo queira ter por indíviduos dessa nacionalidade, torna-se cada vez mais difícil acreditar na verdade desportiva que contenha argentinos pelo meio.
A Federação Internacional de Ténis (ITF), suspendeu o argentino Mariano Puerta dos courts durante 8 anos, devido a um controlo anti-doping no qual o tenista acusou etilifrina, uma das substâncias classificadas como estimulante pela Agência Mundial Anti-dopagem (AMA). O tenista de 27 anos, reincidente em casos de dopagem (acusou clenbuterol em 2004), vê assim a carreira praticamente terminada, assim como vê retirado da sua conta os prize moneys e os troféus ganhos nos últimos anos.
Apesar de ter passado ao lado da maior parte da imprensa, esta notícia provocou-me algumas questões: porquê uma pena tão pesada a um tenista que não é propriamente jovem? E porque os casos de dopagem têm invariavelmente rostos argentinos por detrás?
Se a medida visa criar um exemplo para os mais jovens que se sentem tentados a seguir o caminho do doping, duvido que resulte, isto porque o desporto é cada vez mais rentável ao alto nível e quanto mais depressa se atinge esse nível, mais fama e melhor nível de vida se alcança, mesmo que seja às custas de práticas mercenárias como consumo de substâncias ilegais. Na minha opinião, e mesmo sabendo que Puerta é reincidente nestes casos, parece-me que a medida é exagerada. 8 anos é a vida desportiva de muitos atletas e neste caso específico, ajuizar uma medida destas a um atleta de 27 anos é tirar-lhe não só o resto da carreira desportiva, como mandá-lo directamente procurar outra profissão à qual terá dificuldade acrescida devido ao seu passado criminal.
Quanto à segunda questão, o facto é que já são demasiadas vezes que argentinos surgem em casos destes: Juan Ignacio Chela (em 2000), Guillermo Coria (2001), Martín Rodríguez (2003), Mariano Hood e Guillermo Cañas (em 2005), são outros casos de tenistas argentinos apanhados na rede do doping, isto para não referir casos de futebolistas que têm bem mais impacto devido à expressão deste desporto no mundo. São muitas e cada vez mais as referências a actos ilegais associados a argentinos e, por muito respeito que o mundo queira ter por indíviduos dessa nacionalidade, torna-se cada vez mais difícil acreditar na verdade desportiva que contenha argentinos pelo meio.
terça-feira, dezembro 20, 2005
Bacalhau
Não entendo a tradição portuguesa do bacalhau. Não sei donde vem e só esse facto já é meio caminho andado para a incompreensão bacalhoense natalícia. Não se pode comer carne? Então porque se come peixe ao invés da carne? Soja não seria mais orgânico e de acordo com a natureza? Querem tanto respeitar as tradições e nem sabem donde elas vêm, para que servem e qual o seu propósito. Quanto a mim, acho que vou comer cenouras e ervilhas na consoada num gesto de puro paganismo e arrogância ateia.
Não entendo a tradição portuguesa do bacalhau. Não sei donde vem e só esse facto já é meio caminho andado para a incompreensão bacalhoense natalícia. Não se pode comer carne? Então porque se come peixe ao invés da carne? Soja não seria mais orgânico e de acordo com a natureza? Querem tanto respeitar as tradições e nem sabem donde elas vêm, para que servem e qual o seu propósito. Quanto a mim, acho que vou comer cenouras e ervilhas na consoada num gesto de puro paganismo e arrogância ateia.
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Do comunismo
O comunismo está em extinção e já é preciso que os indivíduos de direita escrevam sobre ele. Por outro lado, esses indivíduos podem estar disfarçados, isto é, quanto mais afastados estão, mais vivem o poder. Contrasenso? Não, pois assim Franco, o galego, nunca seria o cruel ditador que foi. O poder vem da província, por isso olhem sempre de lado para o velho que ganha as partidas de dominó e da sueca.
Do indivíduo
Já repararam que a palavra indivíduo sugere um ser em dívida para com algo. Será o indivíduo um cidadão em dívida para com a democracia? E se não houver democracia, não há indivíduos? Assunto a rever.
Do bacalhau
Não gosto dele cozido.
O comunismo está em extinção e já é preciso que os indivíduos de direita escrevam sobre ele. Por outro lado, esses indivíduos podem estar disfarçados, isto é, quanto mais afastados estão, mais vivem o poder. Contrasenso? Não, pois assim Franco, o galego, nunca seria o cruel ditador que foi. O poder vem da província, por isso olhem sempre de lado para o velho que ganha as partidas de dominó e da sueca.
Do indivíduo
Já repararam que a palavra indivíduo sugere um ser em dívida para com algo. Será o indivíduo um cidadão em dívida para com a democracia? E se não houver democracia, não há indivíduos? Assunto a rever.
Do bacalhau
Não gosto dele cozido.
sábado, dezembro 10, 2005
"Os estádios serão os centros das cidades no futuro"
Esta é uma declaração do canal Discovery, a qual eu espero que seja apenas uma frase atirada ao ar e sem sentido. Infelizmente, e olhando ao nosso Portugal, os estádios foram o principal investimento em 2003 e 2004. Os resultados de tal investimento, dizem muitos, são positivos. Opinião com a qual eu não concordo, senão vejamos: para além do Euro2004 e dos 3 grandes, não vejo um usufruto benéfico de tais estádios, pois a mim até me parece que estes, por serem maiores e melhores que os anteriores, só causam maior crise aos clubes, confrontados com as despesas de um estádio de grande nível. Casos flagrantes são os estádios de Leiria, Coimbra, Faro/Loulé e Aveiro. Mas voltando à questão, serão os estádios os grandes centros citadinos do futuro?
Eu quero acreditar que não, pois tal seria a mediatização máxima do desporto como "a" representação das culturas, fossem elas bairristas ou nacionais. Isto não anda muito longe do que acontece em Portugal, onde o futebol é quem dita algumas das leis morais, porém as pessoas que vão, por exemplo, a Lisboa pela 1ª vez, não querem só ver o Estádio da Luz. Claro está, é um dos locais de visita, no entanto os turistas também gostam de conhecer a Baixa, Belém, o Parque das Nações, entre outros. Mas se por acaso chegar o dia em que só se vem a Lisboa para ver o Estádio da Luz ou o de Alvalade, aí acho que estaremos nesse tal futuro de que fala o canal Discovery. Acho esse mesmo futuro de difícil concretização em grandes cidades cosmopolitas como Londres, Paris ou Nova Iorque, cidades das quais o que nos vem primeiro à mente é o Big Ben, a torre Eiffel e a estátua da Liberdade, e não Wembley, o Parc des Princes ou Madison Square Garden, respectivamente. Um dia que os estádios sejam o centro da urbe será um mau dia para a história das civilizações, mas talvez não seja um mau dia para a identidade desse país.
Esta é uma declaração do canal Discovery, a qual eu espero que seja apenas uma frase atirada ao ar e sem sentido. Infelizmente, e olhando ao nosso Portugal, os estádios foram o principal investimento em 2003 e 2004. Os resultados de tal investimento, dizem muitos, são positivos. Opinião com a qual eu não concordo, senão vejamos: para além do Euro2004 e dos 3 grandes, não vejo um usufruto benéfico de tais estádios, pois a mim até me parece que estes, por serem maiores e melhores que os anteriores, só causam maior crise aos clubes, confrontados com as despesas de um estádio de grande nível. Casos flagrantes são os estádios de Leiria, Coimbra, Faro/Loulé e Aveiro. Mas voltando à questão, serão os estádios os grandes centros citadinos do futuro?
Eu quero acreditar que não, pois tal seria a mediatização máxima do desporto como "a" representação das culturas, fossem elas bairristas ou nacionais. Isto não anda muito longe do que acontece em Portugal, onde o futebol é quem dita algumas das leis morais, porém as pessoas que vão, por exemplo, a Lisboa pela 1ª vez, não querem só ver o Estádio da Luz. Claro está, é um dos locais de visita, no entanto os turistas também gostam de conhecer a Baixa, Belém, o Parque das Nações, entre outros. Mas se por acaso chegar o dia em que só se vem a Lisboa para ver o Estádio da Luz ou o de Alvalade, aí acho que estaremos nesse tal futuro de que fala o canal Discovery. Acho esse mesmo futuro de difícil concretização em grandes cidades cosmopolitas como Londres, Paris ou Nova Iorque, cidades das quais o que nos vem primeiro à mente é o Big Ben, a torre Eiffel e a estátua da Liberdade, e não Wembley, o Parc des Princes ou Madison Square Garden, respectivamente. Um dia que os estádios sejam o centro da urbe será um mau dia para a história das civilizações, mas talvez não seja um mau dia para a identidade desse país.
quinta-feira, dezembro 08, 2005
Gozar com as bandas
Já sabemos que a coisa não anda muito animadora para as bandas portuguesas que tentam criar alguma música decente, mas não fazia ideia que isto também já acontecia com bandas de nome feito, senão veja-se o que aconteceu com Therion:
"We are at this moment travelling to Omaha for the show (in a fucking uncomfortable van with a trailer). We drove til 5 in the morning and continued to drive today after 4 hour sleep and would have hade it for the Omaha show. We would have been late compared to normal load in time, but we would have had the time to set up our stuff, do a quick soundcheck and do the show (without any support acts). However, we just received a call saying the local promoter already cancelled the show. Nothing we can do about that, but again being very sorry. Especially as we could have done this show, it was not necessary to cancel it.
We will get the new tour bus this evening though, so be sure of that none of the remaining shows will be cancelled."
Para quem não conheça, os Therion são uma banda com mais de 10 anos, muito conhecida no meio do metal internacional, mas pouco ou nada no 'mainstream'. Se mesmo para os Therion a vida é difícil, imaginem então como ela é para os milhares de bandas portuguesas que procuram ainda o seu cantinho no mundo da música.
Já sabemos que a coisa não anda muito animadora para as bandas portuguesas que tentam criar alguma música decente, mas não fazia ideia que isto também já acontecia com bandas de nome feito, senão veja-se o que aconteceu com Therion:
"We are at this moment travelling to Omaha for the show (in a fucking uncomfortable van with a trailer). We drove til 5 in the morning and continued to drive today after 4 hour sleep and would have hade it for the Omaha show. We would have been late compared to normal load in time, but we would have had the time to set up our stuff, do a quick soundcheck and do the show (without any support acts). However, we just received a call saying the local promoter already cancelled the show. Nothing we can do about that, but again being very sorry. Especially as we could have done this show, it was not necessary to cancel it.
We will get the new tour bus this evening though, so be sure of that none of the remaining shows will be cancelled."
Para quem não conheça, os Therion são uma banda com mais de 10 anos, muito conhecida no meio do metal internacional, mas pouco ou nada no 'mainstream'. Se mesmo para os Therion a vida é difícil, imaginem então como ela é para os milhares de bandas portuguesas que procuram ainda o seu cantinho no mundo da música.
terça-feira, dezembro 06, 2005
Sobre o nada
O nada é meu amigo. Acompanha-me sempre que o meu pensamento procura algo não discernível, como se fosse um sonho encoberto por uma névoa da qual nem consigo dizer a cor. O nada torna-se tudo quando quero falar sobre ele, isto é, o debate centra-se na sua não-figura e na sua capacidade de extremar posições a limites que nos suplantam o imaginário.
Visto de uma maneira positiva, o nada é a felicidade pura. Quando a vida é feita de pequenos nadas (não confundir com momentos), ela torna-se simples, humilde...tosca. Portanto, quanto mais nadas existirem, maior será a felicidade. Muitos autores gostam de dizer que a ignorância é um estado saudável, pois permite-nos viver longe dos males do mundo, resumindo-nos a uma existência que em tudo se assemelha com o nada. Quem procura o nada acaba por (e sem o notar) tornar-se no nada. Nesse caso, apenas a busca pelo seu "eu" irá aproximá-lo da sua busca, todavia, o sujeito nunca procurará dentro de si pelo nada, visto ser ignorante.
Apesar deste paradoxo, o nada não é impossível de ser alcançado. Há nadas na nossa memória, tal como há algos. É tudo uma questão de moldar-nos o nosso cérebro para registar os nadas e não os algos.
Simples, não é? Não.
O nada é meu amigo. Acompanha-me sempre que o meu pensamento procura algo não discernível, como se fosse um sonho encoberto por uma névoa da qual nem consigo dizer a cor. O nada torna-se tudo quando quero falar sobre ele, isto é, o debate centra-se na sua não-figura e na sua capacidade de extremar posições a limites que nos suplantam o imaginário.
Visto de uma maneira positiva, o nada é a felicidade pura. Quando a vida é feita de pequenos nadas (não confundir com momentos), ela torna-se simples, humilde...tosca. Portanto, quanto mais nadas existirem, maior será a felicidade. Muitos autores gostam de dizer que a ignorância é um estado saudável, pois permite-nos viver longe dos males do mundo, resumindo-nos a uma existência que em tudo se assemelha com o nada. Quem procura o nada acaba por (e sem o notar) tornar-se no nada. Nesse caso, apenas a busca pelo seu "eu" irá aproximá-lo da sua busca, todavia, o sujeito nunca procurará dentro de si pelo nada, visto ser ignorante.
Apesar deste paradoxo, o nada não é impossível de ser alcançado. Há nadas na nossa memória, tal como há algos. É tudo uma questão de moldar-nos o nosso cérebro para registar os nadas e não os algos.
Simples, não é? Não.
sexta-feira, dezembro 02, 2005
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