25 de Abril: Perdurará na memória colectiva?
Nos últimos anos, além de um feriado mais no calendário português, o 25 de Abril tem-se destacado pelo enchimento da programação das estações de televisão de imagens nostálgicas da luta pela liberdade, muitas delas ainda a preto e branco. Pelas escolas, professores atafulhados em programas extensos não dão ao 25 de Abril o tempo que este necessitaria para ser devidamente assimilado pelos alunos. Nos vários pontos do país a data é marcada por comemorações musicais, actividades recreativas e algumas conferências, com particular incidência nas grandes cidades, onde o interesse pelo tema vai sendo cada vez mais díspar entre novos e velhos.
Não há forma perfeita de comemoração de um evento, neste caso de um que marcou a nossa história, mas há que constatá-lo, é preciso mudar a forma como festejamos a data. Os interesses dos jovens são hoje outros e como tal, é necessário difundir o tema na maior parte dos meios a que estes acedem. É preciso que o tema chegue ao que os jovens usam e procuram, é necessário engenho para atingir a mente de quem não nutre interesse pela nossa história. Entre algumas ideias que podem contribuir para uma melhor aprendizagem do 25 de Abril estão a criação de conteúdos na Internet fáceis de entender e de fácil acesso. Um bom exemplo de como cativar e contar a nossa história é o
museu virtual da RTP.
Outro exemplo é o uso das redes sociais como o Facebook ou o Linkedin, pois tratam-se de excelentes veículos para a promoção de conferências ou Workshops sobre este e outros temas. Num outro registo, tem que se chamar os jovens para a rua, não só para os concertos que habitualmente se realizam nestas datas, mas propondo-lhe actividades que possam contribuir para um melhor futuro deles, sejam o voluntariado, seja o trabalho comunitário, seja o mero convívio com outros jovens ou outras gerações. É por isso também necessário um esforço extra das gerações mais velhas em atrair as jovens, não lhes perguntando se querem fazer parte mas explicando-lhes o porquê de terem que fazer parte.
O que se faz hoje para comemorar o 25 de Abril é de saudar e não deve perder os apoios, no entanto pede-se urgentemente um papel mais interventivo do sector público e privado na comemoração da data, sob pena que daqui a algumas gerações o seu significado esteja completamente perdido no tempo.