Chachada
Desta vez a TVi conseguiu descer ainda mais o seu nível, apostando num programa com um conteúdo inócuo, incapaz de tomar a atenção dos descrentes no oculto e afugentando - através do falso método usado pela suposta médium Anne Germain - aqueles que não sendo crentes, respeitam este género de diálogos com entidades do mundo dos mortos.
O programa visa claramente criar emoção nos convidados e na plateia, de forma a que quem esteja por casa sinta de facto que está a ser estabelecida uma conexão entre o morto e o convidado ou público. Se a nossa população fosse letrada na sua maioria, este programa nem teria um segundo episódio, mas como grande parte da sua audiência deve ser constituída por uma massa altamente católica e por isso, respeitadora daquilo que não vê, não é de admirar que este programa seja bem sucedido.
Para quem tem algum raciocínio em sobra, não é difícil de entender que o famoso método de Anne Germain não passa de um mero horóscopo baseado no método de tentativa e erro. Se o convidado diz que não encaixa ou não está a ver que é, toma-se um percurso totalmente diferente do anterior. Caso para dizer: assim também eu.
Numa outra perspectiva, muitas das pessoas que ficam emocionadas por verem algo de sólido nas palavras de Germain, acabam por ser o ganha-pão desta médium inglesa que, em busca de fortuna, veio para o nosso Portugal aninhar-se numa televisão que privilegia a emoção em vez da razão. Além disso, o facto de ser estrangeira dá-lhe o toque de exotismo e respeito necessário para tornar o pouco volátil público português num rebanho de ovelhas perfeito.
Depois de usar a má educação, sexo e analfabetismo crónico dos portugueses (Big Brother e Fiel ou Infiel), segue-se agora o abuso do descanso dos mortos. Sinceramente, acho que nem a Júlia Pinheiro merecia isto.
1 comentário:
É a TVI, "a televisão que estabelece padrões". Lá nisso têm razão.
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