Sementes de uma guerra imparável
Cartoons. Simples cartoons despoletaram a nova onda de raiva islâmica pelo mundo. Inicialmente pensei que os cartoons fossem terrivelmente mal intencionados para com o culto de Maomé, mas depois de os ver senti um misto de choque e de perda: choque por no seu próprio país os editores de um jornal não terem direito a expressar a sua opinião e perda por ver radicais islâmicos aproveitarem os desenhos para iniciar uma discussão religiosa à escala global.
Contrariamente ao mundo islâmico, a Europa preza a sua liberdade de expressão, visto esta ter sido conseguida após a morte de milhões dos seus. A Europa faz mea culpa sempre que opina, mas a realidade é que assiste-lhe esse direito, isto é, quando algum europeu fala de um determinado grupo político tem consciência que está a tomar partido de uma opinião que lhe pode causar problemas visto o passado dos grandes grupos políticos europeus ser tudo menos condecoroso. A diferença principal resume-se aos problemas que essa opinião lhe pode causar.
No Islão a diferença de opinião é castigada severamente com chicote, pedras ou pena capital enquanto que na Europa a diferença é punida com uma discussão acesa mas íntegra, onde impera o argumento. Provavelmente esta diferença de conduta é proveniente da Idade Média, onde o método escolástico praticado na Europa se resumia a três fases: lectio, quaestio, disputatio.
Ler, questionar e disputar. Fórmula simples que ainda hoje aplicamos (basta lembrarmo-nos de como lemos as notícias do jornal) e ao que parece os radicas islamitas também. Então, onde está a diferença?
Infelizmente, a disputatio islâmica é levada ao extremo, servindo de argumento para iniciar guerras que aos olhos do mundo não tem sentido, enquanto ao europeu chega-lhe um troca de palavras para que todos se compreendam. Este "aos olhos do mundo" situa-se também no território islâmico, onde por muito que a opinião pública e a comunicação social queira distorcer a minha visão, não acredito que todos pactuem com atentados em nome de um Deus. Provavelmente existiam entre as vítimas fatais dos atentados em Nova Iorque, Londres, Bali, Madrid ou Nairobi alguns seguidores da religião de Maomé e eu pergunto-me se sempre estiveram as suas famílias de acordo com esses ataques que vitimam os crentes, se acharam que o seu Deus foi justo ao levá-los juntamente com os "infiéis".
Porém, a Europa continua a esgrimir a sua disputatio com os líderes radicais, enquanto estes vão pedindo insistentemente através de ataques sucessivos às capitais do Ocidente que a Europa use a disputatio árabe. Se por usarem as armas em vez das palavras eles estão mais próximos dos primatas que os europeus, então que os não-primatas resolvam a situação com as palavras. Há quem diga que uma chapada de vez em quando não faz mal nenhum, pois o castigo das palavras por vezes não chega e, posto isto, não será então altura do Ocidente dar uma chapada aos radicais islâmicos?
Enquanto os europeus não se decidem do que fazer, as embaixadas escandinavas no Médio Oriente vão sendo queimadas e destruídas, os líderes islâmicos vão oferecendo recompensas a quem achar o autor dos Cartoons, o presidente dos EUA continua a enriquecer o seu país e a economia chinesa vai caminhando triunfalmente, espantada com estas desavenças que não lhe dizem coisa alguma porque estranhamente, ninguém os procura para uma conversa. E no meio disto tudo, a Europa vai minguando passo a passo. É como disse o professor Luciano Amaral: "se uma civilização não gera os instintos necessários para sobreviver, é porque não merece sobreviver".
Contrariamente ao mundo islâmico, a Europa preza a sua liberdade de expressão, visto esta ter sido conseguida após a morte de milhões dos seus. A Europa faz mea culpa sempre que opina, mas a realidade é que assiste-lhe esse direito, isto é, quando algum europeu fala de um determinado grupo político tem consciência que está a tomar partido de uma opinião que lhe pode causar problemas visto o passado dos grandes grupos políticos europeus ser tudo menos condecoroso. A diferença principal resume-se aos problemas que essa opinião lhe pode causar.
No Islão a diferença de opinião é castigada severamente com chicote, pedras ou pena capital enquanto que na Europa a diferença é punida com uma discussão acesa mas íntegra, onde impera o argumento. Provavelmente esta diferença de conduta é proveniente da Idade Média, onde o método escolástico praticado na Europa se resumia a três fases: lectio, quaestio, disputatio.
Ler, questionar e disputar. Fórmula simples que ainda hoje aplicamos (basta lembrarmo-nos de como lemos as notícias do jornal) e ao que parece os radicas islamitas também. Então, onde está a diferença?
Infelizmente, a disputatio islâmica é levada ao extremo, servindo de argumento para iniciar guerras que aos olhos do mundo não tem sentido, enquanto ao europeu chega-lhe um troca de palavras para que todos se compreendam. Este "aos olhos do mundo" situa-se também no território islâmico, onde por muito que a opinião pública e a comunicação social queira distorcer a minha visão, não acredito que todos pactuem com atentados em nome de um Deus. Provavelmente existiam entre as vítimas fatais dos atentados em Nova Iorque, Londres, Bali, Madrid ou Nairobi alguns seguidores da religião de Maomé e eu pergunto-me se sempre estiveram as suas famílias de acordo com esses ataques que vitimam os crentes, se acharam que o seu Deus foi justo ao levá-los juntamente com os "infiéis".
Porém, a Europa continua a esgrimir a sua disputatio com os líderes radicais, enquanto estes vão pedindo insistentemente através de ataques sucessivos às capitais do Ocidente que a Europa use a disputatio árabe. Se por usarem as armas em vez das palavras eles estão mais próximos dos primatas que os europeus, então que os não-primatas resolvam a situação com as palavras. Há quem diga que uma chapada de vez em quando não faz mal nenhum, pois o castigo das palavras por vezes não chega e, posto isto, não será então altura do Ocidente dar uma chapada aos radicais islâmicos?
Enquanto os europeus não se decidem do que fazer, as embaixadas escandinavas no Médio Oriente vão sendo queimadas e destruídas, os líderes islâmicos vão oferecendo recompensas a quem achar o autor dos Cartoons, o presidente dos EUA continua a enriquecer o seu país e a economia chinesa vai caminhando triunfalmente, espantada com estas desavenças que não lhe dizem coisa alguma porque estranhamente, ninguém os procura para uma conversa. E no meio disto tudo, a Europa vai minguando passo a passo. É como disse o professor Luciano Amaral: "se uma civilização não gera os instintos necessários para sobreviver, é porque não merece sobreviver".
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