sábado, fevereiro 18, 2006

Eppur Si Muove

A guerra deve ser sempre um último recurso. Esta é uma das muitas filosofias que nos ensinam, mas que nunca se explicam. Hobbes dizia que a guerra nasce com o homem, que está no seu instinto. Eu, angustiado por notícias que abalam a minha fé na humanidade, deixo de acreditar seja no que for. Se a guerra nasce connosco ou não é de pouco interesse neste mundo, visto a paz não ser contagiante mas ao contrário, o estado de guerra semear aquilo que olhamos a cada esquina. O dinheiro podia ser um bem indiferente, mas nas mãos da guerra torna-se útil, torna-se na taxa de câmbio pela vida.

E enquanto isso, uma das últimas coisas que não se podem comprar - o tempo - passa ao nosso redor, deixado de lado, tal como a paz, pois a guerra é que faz a terra girar. Foi devido ao mal impregnado no dinheiro que Galileu acabou a sua vida de forma nada condecorosa para o que fez pela humanidade. Ele e tantos outros. Cada vez mais me convenço que se produz a guerra para dela tirar filosofias que nos ajudem a construir uma noção de progresso. É a crença disfarçada do pós-modernismo, que curiosamente diz que a guerra parou o progresso. Muito pelo contrário: a guerra é a engrenagem do progresso, é aquilo que permite ao mundo reflectir e no entanto, avançar. Avançar através da guerra. Onde se chegará? Obviamente, a lado nenhum, pois o mal como impulsionador do progresso é o mesmo que laranja podre como fonte do sumo de laranja.

Curiosamente, existe um prémio chamado Nobel da paz. É a guerra inevitável para que exista um prémio deste tipo? É este prémio um incentivo à guerra e consequentemente, ao progresso por detrás dela? Que interesses estão detrás da atribuição de um prémio que não dá gosto ver, pois envolve sempre a morte de seres humanos inocentes?

Tantas questões e no entanto, ela move-se.

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