quinta-feira, novembro 17, 2005

O mar

Por vezes o mar é cruel e leva-nos aquilo que nos é querido. Outra vezes o mar é gentil e traz-nos recordações que queríamos de volta.
O mar é tudo aquilo que a vida devia ser e ao mesmo tempo, tem em si tudo o que podemos encontrar no pior dos pesadelos. O mar é isto. Por isso quando viajo para longe dele, sinto-me estrangeiro. O frio, a calma e a raiva...tudo nele é majestoso e tudo nele deixa saudade. Só através do mar conseguimos explicar esse sentimento chamado saudade. Tirar o mar a um português é tirar-lhe a saudade, é matá-lo por dentro.

2 comentários:

Akuma Kanji disse...

Acredita, mau não é tirar a saudade a alguém... mau é tirar as recordações a alguém. Mas que nem todas as recordações deixam saudades, também é verdade. Por exemplo, parafraseando uns versos: "As coisas vulgares que há na vida não deixam saudades, e só as lembraças (...) nos fazem sorrir. Há gente que fica na história da história da gente e outras de quem nem o nome lembramos ouvir."
Creio que me fiz entender...

Santiago de Sousa disse...

Do mar inalo sapiência. Ele discursa-me orações do que é proeminente, alertando-me assim para o ridículo do que sou em dimensão e relevância. Emana a toda a hora dele a saudade de heróis que nele navegaram...