terça-feira, agosto 07, 2007

Tudo aquilo que já sabemos

A recente subida das taxas de juros veio pôr mais uma vez a nu o drama das famílias portuguesas, que lutando diariamente por um melhor nível de vida, têm que passar pelos mais diversos obstáculos que o governo central e as políticas europeias vão impondo. A dificuldade com que as famílias pagam os empréstimos bancários e a inflexibilidade dos bancos face à situação económica dos seus clientes representam de forma clara o fosso entre os ricos e os pobres, ajudando à extinção da classe média, cada vez mais rara em Portugal. Além disso, tal inflexibilidade representa também a força que o sector bancário tem no governo central, visto as políticas deste último irem quase sempre em abono do sector privado. É importante perceber que Portugal caminha cada vez para o subdesenvolvimento e não o contrário. Os governos têm que compreender que a protecção ao sector privado não dá garantias de sustentabilidade política a longo prazo. É certo que evita muitos problemas nas discussões de projectos de lei, pois garante pontes de entendimento entre os diversos grupos activos da vida portuguesa, contudo tratam-se de políticas a curto prazo e com as quais Portugal não sairá da penumbra em que se meteu. É necessário mudar a forma de fazer política, não se refugiando no apoio do sector privado e procurando atender às necessidades dos portugueses que não ganham o suficiente para sobreviverem. Esse sim é o epicentro do problema e não a conjuntura internacional, pois essa nenhum país consegue resolver sozinho, nem mesmo a maior potência mundial, onde grandes obras de engenharia também caem.

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