terça-feira, agosto 14, 2007

O futebol na Europa do Norte: último bastião da competitividade saudável?

Hoje é dia de Benfica - Copenhaga. A transmissão é feita pela SIC e o estádio tem uma boa moldura humana. Estão reunidos pois os ingredientes necessários para mais uma noite de verborreia intelectual um pouco por todo o lado. Escrevo isto ao intervalo, quando as equipas estão empatadas a um golo e quando o benfiquismo começa de novo a comiserar-se. Não que isso me importe. Importa-me no entanto que tal comiseração faça esquecer aquilo que de facto se passa na realidade. Ao contrário do que toda a comunicação social diz, o Benfica não é superior ao Copenhaga. Mesmo que ganhe hoje (até pode ser de goleada), isso não faz do Benfica melhor. Se um clube é fundado com o propósito do desporto, então que seja fiel a essa causa, algo que o Benfica e a grande parte dos clubes portugueses deixou de fazer há vários anos. Digo isto baseado em factos ocorridos no primeiro tempo do Benfica - Copenhaga. Os primeiros minutos bastaram para se ter um ideia de como as coisas funcionam: jogadores pouco interessados em jogar entre si, mergulhos ludibriadores da acção do árbitro, comentadores a tirarem mérito ao golo do Copenhaga e à sua táctica estática e uns adeptos rebeldes que assobiam cada vez que um jogador de encarnado cai nem chão, nem que 90% das vezes seja mergulho ou fita. Tudo isto é um insulto ao desporto digno, respeitador e justo e tudo isto afasta muita gente dos estádios. Valha a verdade que o Benfica e os restantes clubes portugueses não são os únicos a usarem tais esquemas. Toda a latinidade usa e abusa de um espírito de guerra que nada abona para o desporto. Como tal, aprendi a respeitar as equipas do Norte da Europa. Estes são fiéis aos princípios de jogo e vê-se que têm prazer em cumprir a sua missão dentro do campo. Acredito que também nessa área do globo o negócio e os malabarismos comecem a chegar, mas ainda assim e pelo que vi hoje, é bom saber que ainda há quem jogue futebol de maneira correcta e procurando ganhar com as suas potencialidades e não com as decisões do árbitro.

Sem comentários: