terça-feira, agosto 28, 2007

Que descanse em paz

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Herói de Sevilha, Antonio Puerta marcou aquele que os adeptos sevilhanos chamam "o golo que mudou as nossas vidas" frente ao Shalke 04 nas meias-finais da Taça UEFA de 2006, garantindo a final da mesma que a equipa do Sevilha FC viria a vencer. Puerta faleceu hoje vítima de problemas cardíacos. Resta a memória de um grande jogador, com um pé esquerdo fantástico e que amou apenas um clube durante a sua vida. Clube que, tal como o mundo do futebol, chora agora a sua morte.

terça-feira, agosto 14, 2007

O futebol na Europa do Norte: último bastião da competitividade saudável?

Hoje é dia de Benfica - Copenhaga. A transmissão é feita pela SIC e o estádio tem uma boa moldura humana. Estão reunidos pois os ingredientes necessários para mais uma noite de verborreia intelectual um pouco por todo o lado. Escrevo isto ao intervalo, quando as equipas estão empatadas a um golo e quando o benfiquismo começa de novo a comiserar-se. Não que isso me importe. Importa-me no entanto que tal comiseração faça esquecer aquilo que de facto se passa na realidade. Ao contrário do que toda a comunicação social diz, o Benfica não é superior ao Copenhaga. Mesmo que ganhe hoje (até pode ser de goleada), isso não faz do Benfica melhor. Se um clube é fundado com o propósito do desporto, então que seja fiel a essa causa, algo que o Benfica e a grande parte dos clubes portugueses deixou de fazer há vários anos. Digo isto baseado em factos ocorridos no primeiro tempo do Benfica - Copenhaga. Os primeiros minutos bastaram para se ter um ideia de como as coisas funcionam: jogadores pouco interessados em jogar entre si, mergulhos ludibriadores da acção do árbitro, comentadores a tirarem mérito ao golo do Copenhaga e à sua táctica estática e uns adeptos rebeldes que assobiam cada vez que um jogador de encarnado cai nem chão, nem que 90% das vezes seja mergulho ou fita. Tudo isto é um insulto ao desporto digno, respeitador e justo e tudo isto afasta muita gente dos estádios. Valha a verdade que o Benfica e os restantes clubes portugueses não são os únicos a usarem tais esquemas. Toda a latinidade usa e abusa de um espírito de guerra que nada abona para o desporto. Como tal, aprendi a respeitar as equipas do Norte da Europa. Estes são fiéis aos princípios de jogo e vê-se que têm prazer em cumprir a sua missão dentro do campo. Acredito que também nessa área do globo o negócio e os malabarismos comecem a chegar, mas ainda assim e pelo que vi hoje, é bom saber que ainda há quem jogue futebol de maneira correcta e procurando ganhar com as suas potencialidades e não com as decisões do árbitro.

domingo, agosto 12, 2007

Convicções

- Soube através de um primo meu que abriu um concurso há uns meses atrás para ocupar o cargo de electricista na Câmara Municipal de Odemira, vaga para a qual nenhuma candidatura respondeu. O problema não passa pela estabilidade no emprego, mas exactamente na mobilidade para o mesmo. Cada vez me convenço mais disso.

- A Câmara Municipal do Barreiro decidiu elaborar um cartaz espectacular para as festas da cidade: Xutos e Pontapés, Da Weasel, Floribela, Carlos do Carmo, entre outros conhecidos do panorama nacional. Aplaudo que tais artistas venham ao Barreiro, mas questiono igualmente como pode a autarquia pagar a estes artistas quando a situação financeira concelhia é dramática. Mesmo com apoios privados para a maior parte dos espectáculos, julgo que a Câmara investiu em algo que não lhe trará retorno, mas apenas prestígio. Convenço-me cada vez mais que o prestígio é que ganha eleições, contrariamente ao rigor político.

- O Sporting ganhou a Supertaça Cândido de Oliveira e aparentemente foi beneficiado pelo árbitro. Se o futebol serve como lição de vida, então que se retenha o seguinte: só contam os objectivos alcançados, a justiça é um mero obstáculo moral na execução de tais objectivos. Nisto não quero acreditar, mas tenho a convicção que as pessoas bem sucedidas têm quase todas problemas com a justiça.

sábado, agosto 11, 2007

A arte de fazer as perguntas certas


Ana Lourenço: O processo apito dourado serve para esconder os maus resultados do Benfica?
Pinto da Costa: Não tenha a minima dúvida!

Dá gosto quando o jornalismo é assim feito: simples, directo e incisivo.

terça-feira, agosto 07, 2007

Tudo aquilo que já sabemos

A recente subida das taxas de juros veio pôr mais uma vez a nu o drama das famílias portuguesas, que lutando diariamente por um melhor nível de vida, têm que passar pelos mais diversos obstáculos que o governo central e as políticas europeias vão impondo. A dificuldade com que as famílias pagam os empréstimos bancários e a inflexibilidade dos bancos face à situação económica dos seus clientes representam de forma clara o fosso entre os ricos e os pobres, ajudando à extinção da classe média, cada vez mais rara em Portugal. Além disso, tal inflexibilidade representa também a força que o sector bancário tem no governo central, visto as políticas deste último irem quase sempre em abono do sector privado. É importante perceber que Portugal caminha cada vez para o subdesenvolvimento e não o contrário. Os governos têm que compreender que a protecção ao sector privado não dá garantias de sustentabilidade política a longo prazo. É certo que evita muitos problemas nas discussões de projectos de lei, pois garante pontes de entendimento entre os diversos grupos activos da vida portuguesa, contudo tratam-se de políticas a curto prazo e com as quais Portugal não sairá da penumbra em que se meteu. É necessário mudar a forma de fazer política, não se refugiando no apoio do sector privado e procurando atender às necessidades dos portugueses que não ganham o suficiente para sobreviverem. Esse sim é o epicentro do problema e não a conjuntura internacional, pois essa nenhum país consegue resolver sozinho, nem mesmo a maior potência mundial, onde grandes obras de engenharia também caem.