Divago.
A noite aproxima-se de mim. O mundo meu que aos outros pertence, devolvo. Sem gratidão, ela foge. Consigo leva as ilusões que o dia semeou, que os ventos frios sonharam. Nada mais há a esperar, o dia seguinte é um dilúvio de pensamentos incosequentes, a vida cegou-me e aos demais que esta terra povoam (mas não semeiam), é lhes pedida a colheita. O usufruto aos outros pertence enquanto à oração me condeno. Oro a deuses que não existem, a ilusões que alimento, a ícones que me lembro. Mas nenhum me dá um sinal...como podem os outros acreditar? A colheita da desilusão é capaz de retirar o fardo da ignorância? Quero crer que sim para aspirar a um dia me tornar como eles: fúteis e desenquadrados num sistema que vagueia regras. Quero reclamar a minha razão, mesmo sabendo que nunca serei dono da verdade. Se tenho o trabalho de entender porque não hei de querer orgulho aos meus ombros? O trabalho traz orgulho, o desencanto as divagações. E a divagar me encontro, em marés altas que o mundo não sente mas que me abalroam. O que seria do mundo sem os outros e o que seria do mundo sem mim?
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