A teia
Adoro as pessoas que conseguem transmitir em palavras os seus sentimentos. São únicas. Podem por vezes achar que o que escreveram é sinóptico demais e pouco clarividente para os outros, mas o que realmente interessa é que conseguiram transcrever em palavras o que lhes ia na cabeça. Não digo na alma porque isso é um frase feita que me desagrada, até porque a visão da alma é algo que me escapa, do qual sou céptico. Já acreditei na natureza para além do que observamos, mas por alguma razão consegui fugir dessa teia. Só a desilusão, só uma imperfeição nessa teia nos transporta para essa falta de fé. Infelizmente aconteceu-me. Não há volta a dar para retornar a essa rara prisão agradável, o que há a fazer é seguir em frente, olhar o mundo no seu vazio, tentar encontrar respostas frias e calculistas para assuntos que não devem ser analisados dessa forma. Através desta frieza consigo discernir a fonte de todo o mal, mas não a consigo reparar. Esta é capaz de ser a maior tristeza do mundo: saber qual a raíz do mal e nada poder fazer para a solucionar...mesmo que saibamos a solução, isto porque falta-me estar dentro da teia, falta-me a crença na alma. Apenas acreditando na alma conseguimos ajudar quem necessita de ajuda, mesmo que o caminho seja muito mais longo que o de uma pessoa calculista e sem sentido de alma. Um psicólogo sem o sentido de alma é o melhor analista dos problemas, mas unicamente o psicólogo pleno de alma consegue curar. O psicólogo perfeito tem que ser, obviamente, esquizofrénico. Surreal, mas só o psicólogo doente é capaz de milagres para os quais não temos forças para sarar.
1 comentário:
Hola.. gracias por pasarte por mi blog >_<
Saludos
Enviar um comentário