quinta-feira, julho 15, 2004

É este o mundo em que (sobre)vivemos

É o país mais pobre do continente sul-americano e em alguns aspectos a sua situação social é pior do que a existente no Sudão. Os numerosos golpes de estado que se vão sucedendo nas últimas décadas e o esquecimento da comunidade internacional provocaram o desaparecimento quase total, do Haiti.

A insegurança é o principal problema e a polícia apenas dispõe de 6.000 agentes efectivos para velar pelos 8 milhões de habitantes do território.
80% da população haitiana sobrevive com menos de um dólar diário e não tem acesso a água potável e a electricidade. A SIDA cresce assombrosamente numa população em que a esperança média de vida não supera os 50 anos.

A história do Haiti é marcada pela saga dos ditadores Duvalier (François Duvalier e Jean-Luc Duvalier) e pelas Tonton Macoutes (voluntários a quem era dada licença para torturar e matar os opositores das políticas dos Duvaliers).
Em 1994, o país caribenho foi ocupado pelas tropas dos Estados Unidos, que devolveram o poder a Jean Bertrand Aristide. O seu governo manteve-se por 3 meses, quando as revoltas provocadas pela sua corrupçao o obrigaram a exilar-se na África do Sul.
Instaurou-se depois um governo provisório até às eleições do próximo ano. Muitos haitianos consideram que esta será a última oportunidade para erguer um país devastado política e socialmente.

É este o mundo que olhamos todos os dias e que continua, estranhamente, a rodar sobre si próprio, como se nada disto estivesse a acontecer. Pensamos nós que por vezes todo o mal do mundo nos cai em cima, mas para variar, esquecemo-nos daqueles que nada têm e que dariam tudo o que têm (que é pouco) para terem uma oportunidade como a nossa. Daí eu achar que os nossos problemas são cada vez mais rídiculos comparados com os problemas daqueles que pisam o mesmo mundo que nós.
Mais uma vez caí na real...


Sem comentários: