Os cegos não podem ter um Deja Vu
Não me apetece falar de nada, apenas sinto o desejo de escrever aqui, à espera que assunto apareça, corrigindo o que escrevo...enfim, passando algum tempo a testar a minha prática com os dedos no teclado. Por falar nisso, gostava de saber quanto músculos utilizamos quando escrevemos num teclado. Será que são mais do que quando estamos a escrever numa folha? Provavelmente são. Já agora, creio que a utilização dos teclados ao invés da escrita deverá influenciar o nosso desenvolvimento futuramente: tal como o polegar se afastou gradualmente do resto dos dedos, também alguma (de)formação irá existir no futuro. Isto se não acabarem com o mundo primeiro. O mundo em que todos nós vivemos, usamos as nossas capacidades de raciocínio básicas e complexas, em que forçamos o físico muitas vezes além do recomendado. O mundo que continua em rotação e em órbita constante e que nós, na insignificância do nosso ser, dizemos muitas vezes que é uma merda. Interessantes, no mínimo, estas afirmações. Acho que não devia ter escrito uma asneira agora. Estraguei o post, agora já toda a gente vai dizer que sou mal-educado e que não tenho respeito por ninguém. Mas não fazem de propósito, é uma questão de subconsciente. Uma pessoa que tenha umas teorias bem argumentadas mas que se explane dizendo milhares de asneiras não tem crédito. Por muito que gostemos dessa pessoa, o nosso subconsciente diz-nos que essa pessoa não presta. É como o Deja Vu. Não sabemos porque é assim, a verdade é que acontecem. Dizem que é um atraso da memória visual para com a memória instalada no nosso cérebro. E dizem também que acontece a quem passa muitas horas frente a um computador. Partindo desta teoria, os cegos não podem ter um Deja Vu: Fixe, consegui ter acesso a uma informação extremamente válida para o meu futuro. Aliás, vou até colocar como título isso. Claro que as pessoas que lêem "os cegos não podem ter um Deja Vu" ficam logo atraídos pelo que vou escrever, apesar de só estar a dizer merda irrelevante. Disse merda outra vez. E outra vez. É um ciclo, e é também das palavras que fazem parte do vocabulário activo da maior parte dos portugueses. Alguns politicos preferem dizer "palerma", expressão tão usual como "cretino" ou "idiota". Os politicos nunca chamam "estúpido" uns aos outros porque, diz-se por aí, tem um sentido altamente perjurativo. E como toda a gente lhes liga, eles não podem dar maus exemplos. Por isso é que já vi colegas a serem expulsos da aula porque chamaram estúpido a não sei quem. Se tivessem chamado palerma provavelmente poderiam ter continuado na aula....
...ou não!
domingo, março 28, 2004
sexta-feira, março 26, 2004
segunda-feira, março 22, 2004
sábado, março 20, 2004
Inveja escocesa
Em declarações a um jornal britânico, Martin O´Neill, treinador do Celtic Glasgow (clube que muito admiro) disse que ia rezar para que o Olympique Lyonnais eliminasse o FC Porto na Liga dos Campeões. Acrescentando, O'Neill afirma também que Mourinho é um "fala-barato" enquanto critica as pretensas simulações dos jogadores portistas na final da Taça UEFA 2002/2003. Por estranho que pareça, eu até pensava que estes treinadores tinham posturas idênticas, pois ambos são arrogantes, lançam muitas "postas" aos adversários e apresentam resultados fantásticos. Dos méritos de Mourinho todos os portugueses sabem, quanto aos de O'Neill, basta dizer que a nível escocês prepara-se para ganhar o campeonato e a Taça, enquanto continua em prova na Taça UEFA. Mas porque só fala agora o britânico quando já se passou tanto tempo? Partindo do pressuposto que ele não levou tantos meses para assimilar o que aconteceu em Sevilha, é fácil de adivinhar que há outras razões para estas críticas. Uma delas é o boato sobre a saída de Alex Ferguson do Manchester United. Um dos nomes mais bem posicionados para lhe suceder é, imagine-se, Martin O´Neill! E nada melhor do que repetir as palavras de Sir Alex Ferguson sobre as simulações dos jogadores portistas para cair no goto dos adeptos ingleses, mais propriamente, dos adeptos do Man Utd. Nesta história toda fico apenas com pena do Celtic, que vê o seu grande nome envolvido numa disputa de interesses. Saiba-se também que os adeptos do Celtic na final de Sevilha portaram-se de uma maneira exemplar e inclusivé, respeitaram os festejos portugueses. Tomara eu que todos os adeptos portugueses fossem tão educados como os escoceses do Celtic.
Quanto a Mourinho, ele não deve ter dado muita importância ao caso, até porque ele não precisa de ser papagaio de ninguém para chegar a um grande clube europeu.
Em declarações a um jornal britânico, Martin O´Neill, treinador do Celtic Glasgow (clube que muito admiro) disse que ia rezar para que o Olympique Lyonnais eliminasse o FC Porto na Liga dos Campeões. Acrescentando, O'Neill afirma também que Mourinho é um "fala-barato" enquanto critica as pretensas simulações dos jogadores portistas na final da Taça UEFA 2002/2003. Por estranho que pareça, eu até pensava que estes treinadores tinham posturas idênticas, pois ambos são arrogantes, lançam muitas "postas" aos adversários e apresentam resultados fantásticos. Dos méritos de Mourinho todos os portugueses sabem, quanto aos de O'Neill, basta dizer que a nível escocês prepara-se para ganhar o campeonato e a Taça, enquanto continua em prova na Taça UEFA. Mas porque só fala agora o britânico quando já se passou tanto tempo? Partindo do pressuposto que ele não levou tantos meses para assimilar o que aconteceu em Sevilha, é fácil de adivinhar que há outras razões para estas críticas. Uma delas é o boato sobre a saída de Alex Ferguson do Manchester United. Um dos nomes mais bem posicionados para lhe suceder é, imagine-se, Martin O´Neill! E nada melhor do que repetir as palavras de Sir Alex Ferguson sobre as simulações dos jogadores portistas para cair no goto dos adeptos ingleses, mais propriamente, dos adeptos do Man Utd. Nesta história toda fico apenas com pena do Celtic, que vê o seu grande nome envolvido numa disputa de interesses. Saiba-se também que os adeptos do Celtic na final de Sevilha portaram-se de uma maneira exemplar e inclusivé, respeitaram os festejos portugueses. Tomara eu que todos os adeptos portugueses fossem tão educados como os escoceses do Celtic.
Quanto a Mourinho, ele não deve ter dado muita importância ao caso, até porque ele não precisa de ser papagaio de ninguém para chegar a um grande clube europeu.
sexta-feira, março 19, 2004
Economistas
Que raça estranha a dos economistas. Que seres tão frios e apaixonados pelos números e pelo debate da globalização. Comparo-os a pequenos artesãos que se fecham em casa a construir uma nova invenção que apesar de não mudar o mundo, vai fazer deles ricos. Este alheamento do mundo é que lhes concede fazer declarações em época de reflexão política como "as aplicações Customer Relationship Management são outra área essencial que nos permitiu desenvolver soluções integradas e abrangentes de Enterprise Resource Management". Como se não chegasse, depois declaram que "Portugal é um país benchmark". O comum português ao saber isto e mais preocupado com os prováveis atentados terroristas do que com economia, pensa imediatamente que esta referência a Portugal, ainda mais com um termo técnico, só pode significar perigo eminente. E se o economista acrescentar "Portugal é seguramente um país a apostar", aí deve ser o pânico generalizado. Por isso é melhor que os pequenos artesãos fiquem mas é caladinhos e entretidos com a sua invenção em vez de usarem termos como flutuação de mercados ou ambiente standard porque isto já anda demasiado tenso para estes lados.
Que raça estranha a dos economistas. Que seres tão frios e apaixonados pelos números e pelo debate da globalização. Comparo-os a pequenos artesãos que se fecham em casa a construir uma nova invenção que apesar de não mudar o mundo, vai fazer deles ricos. Este alheamento do mundo é que lhes concede fazer declarações em época de reflexão política como "as aplicações Customer Relationship Management são outra área essencial que nos permitiu desenvolver soluções integradas e abrangentes de Enterprise Resource Management". Como se não chegasse, depois declaram que "Portugal é um país benchmark". O comum português ao saber isto e mais preocupado com os prováveis atentados terroristas do que com economia, pensa imediatamente que esta referência a Portugal, ainda mais com um termo técnico, só pode significar perigo eminente. E se o economista acrescentar "Portugal é seguramente um país a apostar", aí deve ser o pânico generalizado. Por isso é melhor que os pequenos artesãos fiquem mas é caladinhos e entretidos com a sua invenção em vez de usarem termos como flutuação de mercados ou ambiente standard porque isto já anda demasiado tenso para estes lados.
segunda-feira, março 15, 2004
O PSOE ganhou as eleições espanholas e José Zapatero (tem cara de ultra-corrupto) é o novo presidente. E depois? A merda já foi feita, isto agora são pormenores. E pior, não sei como ele conseguiu pôr tantos sonrisas quando ganhou as eleições, estando a Espanha de luto. Essa imagem do presidente a rir após ter ganho as eleições é elucidativa do quanto os governantes se preocupam com o povo real, aquele que ainda sofre as consequências do 11-M.
sábado, março 13, 2004
O Sol levantar-se-á de novo, mas por quanto tempo?
Por muito que queira pensar sobre o assunto, não consigo decifrar a verdadeira motivação que leva a cometer-se atentados como o de 11 de Março de 2004. Al Qaeda, ETA ou qualquer outro fundamentalismo apenas me causa repugnância e estranheza pelo mundo em que habitamos. No principio deste mês questionava as crenças e explicações para os actos de pedofilia cometidos em Bruxelas em 1997, e após este ataque, mais mergulhado em confusão e constrangimento me sinto. Eu sei que no mundo não são tudo rosas e que a criminalidade nos grandes centros urbanos aumenta a cada dia, assim como as divisões políticas são cada vez mais e que as fanáticas facções religiosas se multiplicam pelos países de terceiro mundo e até nos países ditos desenvolvidos. O que continuo sem compreender é como pode o homem continuar a chacinar falsos inimigos, apenas porque eles não acreditam no mesmo que ele? Onde está o respeito pelas opiniões de outros, onde está o respeito que as inscrições antigas clamam?
Aparte estas interrogações por detrás da tragédia, há que não esquecer a verdadeira tragédia, as 1400 pessoas (entre mortos e feridos) que não puderam estar nas gigantescas manifestações de ontem. As 1400 vítimas de uma barbárie que nem os antigos bárbaros seriam capazes de cometer. As 1400 almas que sem saberem como e porquê, viram-se envolvidas na luta que às élites pertence. É assim que a democracia dita leis. A nós (ao povo), cabe-nos esperar o melhor dos nossos governantes enquanto sofremos com os males que eles não conseguem pôr cobro. O que aconteceu no dia 11 de Março de 2004 é também um falhanço da Democracia, que nos faz pensar qual o estado político que lhe seguirá e como pode esse estado superar a Democracia, que ainda assim, considero a melhor escolha?
Questões a pensar, após uma tragédia de difícil esquecimento e que soa a alerta em vésperas de Europeu.
Por muito que queira pensar sobre o assunto, não consigo decifrar a verdadeira motivação que leva a cometer-se atentados como o de 11 de Março de 2004. Al Qaeda, ETA ou qualquer outro fundamentalismo apenas me causa repugnância e estranheza pelo mundo em que habitamos. No principio deste mês questionava as crenças e explicações para os actos de pedofilia cometidos em Bruxelas em 1997, e após este ataque, mais mergulhado em confusão e constrangimento me sinto. Eu sei que no mundo não são tudo rosas e que a criminalidade nos grandes centros urbanos aumenta a cada dia, assim como as divisões políticas são cada vez mais e que as fanáticas facções religiosas se multiplicam pelos países de terceiro mundo e até nos países ditos desenvolvidos. O que continuo sem compreender é como pode o homem continuar a chacinar falsos inimigos, apenas porque eles não acreditam no mesmo que ele? Onde está o respeito pelas opiniões de outros, onde está o respeito que as inscrições antigas clamam?
Aparte estas interrogações por detrás da tragédia, há que não esquecer a verdadeira tragédia, as 1400 pessoas (entre mortos e feridos) que não puderam estar nas gigantescas manifestações de ontem. As 1400 vítimas de uma barbárie que nem os antigos bárbaros seriam capazes de cometer. As 1400 almas que sem saberem como e porquê, viram-se envolvidas na luta que às élites pertence. É assim que a democracia dita leis. A nós (ao povo), cabe-nos esperar o melhor dos nossos governantes enquanto sofremos com os males que eles não conseguem pôr cobro. O que aconteceu no dia 11 de Março de 2004 é também um falhanço da Democracia, que nos faz pensar qual o estado político que lhe seguirá e como pode esse estado superar a Democracia, que ainda assim, considero a melhor escolha?
Questões a pensar, após uma tragédia de difícil esquecimento e que soa a alerta em vésperas de Europeu.
sexta-feira, março 12, 2004
quarta-feira, março 10, 2004
Ao poeta e à obra
É a história responsável pela imortalidade das figuras e dos factos. É a ela que devemos agradecer a maior parte das explicações do passado e, possivelmente, do futuro.
O poeta que passa à imortalidade é aquele que se insurge contra o tempo, não necessita dele para realizar a sua visão, pensamento, quiçá filosofia. É ao poeta que agradecemos a perspectiva histórica: de forma errada. Situar os poetas no tempo é um exercicio contra a humanidade. Muitos deles (poetas) reflectem nas suas palavras a inspiração do momento - prezo demais tais escritores, mas outros, instruídos pela revolta à sociedade em que viveram ou vivem, preferem atirar-se a ela, contribuíndo assim para o estudo histórico mas descontextualizando-se da real e eterna mensagem - a mensagem interior, a do ser humano, para sempre eterna.
Por isso, aos leitores de Fernando Pessoa é dada a escolha: amar ou odiar? Eu prefiro amar e odiar igualmente a sua obra. Nesta conta-se um índividuo angustiado, de óptima formação e educação, sofredor no mundo em que vivia. O imortal dos seus textos é a referência aos seus dissabores amorosos e problemas existenciais, é isto que define o carácter imortal da sua obra.
Qualquer tópico de relação histórica é um passo atrás na mente criativa de um poeta, são menos versos de intensidade humana, menos utopia, mais realidade.
Não é por isso que digo não à história. Ela é e será uma das principais fontes de estudo do comportamento humano, das massas e do mundo. Mas ela não tem emoção, é limitada nos sentimentos. Não a condeno por isso, porque não é a ela que cabe a expressão das sensações que nos fluem a vida. Ela deverá ser sim, categórica mas susceptível de mudança, tirana mas ouvinte de todos os relatos e documentos, solitária e dependente das outras ciências.
No entanto, a fronteira entre a mera mortalidade e plena imortalidade não se esgota na acreditação de quaisquer Deus(es), é sim um esforço que não retribuímos aos poetas, amantes das emoções e das palavras, e tristes pelo povo e pelo presente. Para melhor compreender como é o meu ideal de poeta, talvez seja melhor citar um dos tais:
Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...
Antero de Quental
É assim através da luta pelo não envolvimento com o resto do mundo que o poeta perpetua a sua obra, não caíndo na exacta descrição dos seus olhos, não se tornando um historiador sofista.
É a história responsável pela imortalidade das figuras e dos factos. É a ela que devemos agradecer a maior parte das explicações do passado e, possivelmente, do futuro.
O poeta que passa à imortalidade é aquele que se insurge contra o tempo, não necessita dele para realizar a sua visão, pensamento, quiçá filosofia. É ao poeta que agradecemos a perspectiva histórica: de forma errada. Situar os poetas no tempo é um exercicio contra a humanidade. Muitos deles (poetas) reflectem nas suas palavras a inspiração do momento - prezo demais tais escritores, mas outros, instruídos pela revolta à sociedade em que viveram ou vivem, preferem atirar-se a ela, contribuíndo assim para o estudo histórico mas descontextualizando-se da real e eterna mensagem - a mensagem interior, a do ser humano, para sempre eterna.
Por isso, aos leitores de Fernando Pessoa é dada a escolha: amar ou odiar? Eu prefiro amar e odiar igualmente a sua obra. Nesta conta-se um índividuo angustiado, de óptima formação e educação, sofredor no mundo em que vivia. O imortal dos seus textos é a referência aos seus dissabores amorosos e problemas existenciais, é isto que define o carácter imortal da sua obra.
Qualquer tópico de relação histórica é um passo atrás na mente criativa de um poeta, são menos versos de intensidade humana, menos utopia, mais realidade.
Não é por isso que digo não à história. Ela é e será uma das principais fontes de estudo do comportamento humano, das massas e do mundo. Mas ela não tem emoção, é limitada nos sentimentos. Não a condeno por isso, porque não é a ela que cabe a expressão das sensações que nos fluem a vida. Ela deverá ser sim, categórica mas susceptível de mudança, tirana mas ouvinte de todos os relatos e documentos, solitária e dependente das outras ciências.
No entanto, a fronteira entre a mera mortalidade e plena imortalidade não se esgota na acreditação de quaisquer Deus(es), é sim um esforço que não retribuímos aos poetas, amantes das emoções e das palavras, e tristes pelo povo e pelo presente. Para melhor compreender como é o meu ideal de poeta, talvez seja melhor citar um dos tais:
Espírito que passas, quando o vento
Adormece no mar e surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...
Antero de Quental
É assim através da luta pelo não envolvimento com o resto do mundo que o poeta perpetua a sua obra, não caíndo na exacta descrição dos seus olhos, não se tornando um historiador sofista.
terça-feira, março 09, 2004
Tanto futebol...
Pois é, o FC Porto fez uma exibição memorável no teatro dos sonhos (Old Trafford) e passou para a eliminatória seguinte da Liga dos Campeões. Do jogo há a destacar o golo de Costinha aos 89 minutos que garantiu a passagem. Um golo "à Costinha", fazendo lembrar o célebre golo frente à Roménia nos ultimos instantes da partida, a contar para o Europeu de 2000.
Já começou também o paleio barato: "o FCP está entre as 8 melhores equipas da Europa", "que venha o Real Madrid", etc...nada que não seja habitual, embora sinceramente, prefira ouvir falar os portistas em vez dos benfiquistas, já que estes últimos além de serem em maior número (começo a duvidar da teoria dos 6 milhões) são também mais chatos. Basta ganharem ao Sporting que saem logo todos à rua com os cachecóis e os barretes.
E por falar em futebol, hoje num conferência que decorreu na faculdade, salientou-se novamente o "espírito europeu" - essencial para traçar o bom caminho de uma Europa cada vez mais famigerada pelas suspeitas e falta de transparência. E relacionando o futebol e toda a disputa verbal, no campo e económica que assume na sociedade de hoje, não é dificil de adivinhar que o futebol é hoje um instrumento de patriotismo, nada benéfico à união da Europa e porventura, até prejudicial a esta.
Pois é, o FC Porto fez uma exibição memorável no teatro dos sonhos (Old Trafford) e passou para a eliminatória seguinte da Liga dos Campeões. Do jogo há a destacar o golo de Costinha aos 89 minutos que garantiu a passagem. Um golo "à Costinha", fazendo lembrar o célebre golo frente à Roménia nos ultimos instantes da partida, a contar para o Europeu de 2000.
Já começou também o paleio barato: "o FCP está entre as 8 melhores equipas da Europa", "que venha o Real Madrid", etc...nada que não seja habitual, embora sinceramente, prefira ouvir falar os portistas em vez dos benfiquistas, já que estes últimos além de serem em maior número (começo a duvidar da teoria dos 6 milhões) são também mais chatos. Basta ganharem ao Sporting que saem logo todos à rua com os cachecóis e os barretes.
E por falar em futebol, hoje num conferência que decorreu na faculdade, salientou-se novamente o "espírito europeu" - essencial para traçar o bom caminho de uma Europa cada vez mais famigerada pelas suspeitas e falta de transparência. E relacionando o futebol e toda a disputa verbal, no campo e económica que assume na sociedade de hoje, não é dificil de adivinhar que o futebol é hoje um instrumento de patriotismo, nada benéfico à união da Europa e porventura, até prejudicial a esta.
segunda-feira, março 08, 2004
Sonho
Com o frio deste ultimos dias, apetece é enfiar-nos numa casinha ladeada de neve e de onde o fumo sai através de uma chaminé sempre fumegante, o que nos faz imaginar uma sala acolhedora, com umas cadeiras almofadadas e com uma lareira diante de um senhor que vai apreciando o seu belo cachimbo e pensando nas eventualidades da sua vida, que decerto não terá sido fácil. Em suma, quero uma casa destas. Na serra da Estrela, na Lapónia, em Andorra-la-vella, qualquer local montanhosa com neve serve.
Curiosidade
O meu irmão veio agora contar-me a sequência do marcador no Jogo Grasshoppers - Zürich. Então é assim: 0-2, de seguida a equipa da casa reduz para 1-2, os forasteiros adiantam-se novamente para 1-4, o Grasshoppers reduz novamente aos 2-4, de seguida o Zürich amplia ainda mais para 2-5, e neta altura ja pensavam que estava o jogo ganho, mas uma 2ª parte de luxo levou o resultado até aos...imagine-se....6-5!!! Jogo de loucos que faz lembrar os meus jogos de futebol ao fim-de-semana que terminam quase sempre em 10-8, 10-9 ou qualquer coisa assim parecida.
Com o frio deste ultimos dias, apetece é enfiar-nos numa casinha ladeada de neve e de onde o fumo sai através de uma chaminé sempre fumegante, o que nos faz imaginar uma sala acolhedora, com umas cadeiras almofadadas e com uma lareira diante de um senhor que vai apreciando o seu belo cachimbo e pensando nas eventualidades da sua vida, que decerto não terá sido fácil. Em suma, quero uma casa destas. Na serra da Estrela, na Lapónia, em Andorra-la-vella, qualquer local montanhosa com neve serve.
Curiosidade
O meu irmão veio agora contar-me a sequência do marcador no Jogo Grasshoppers - Zürich. Então é assim: 0-2, de seguida a equipa da casa reduz para 1-2, os forasteiros adiantam-se novamente para 1-4, o Grasshoppers reduz novamente aos 2-4, de seguida o Zürich amplia ainda mais para 2-5, e neta altura ja pensavam que estava o jogo ganho, mas uma 2ª parte de luxo levou o resultado até aos...imagine-se....6-5!!! Jogo de loucos que faz lembrar os meus jogos de futebol ao fim-de-semana que terminam quase sempre em 10-8, 10-9 ou qualquer coisa assim parecida.
quinta-feira, março 04, 2004
Ran, os senhores da guerra
Eis o filme que hoje passava no canal holywood de manhã. Fiuei estupefacto uma vez mais com a qualidade deste filme realizado por Akira Kurusawa no ano de 1985. O melhor elogio que se pode dar é dizer que o Ultimo Samurai é ridículo comparado a este filme (com as devidas diferenças no argumento, claro está). Se já viram, ou possuem intenções de ver, recomendo vivamente. Atenção também à fotografia do filme: ambiente muito escuro quando necessário e extraordinária luminosidade nas cenas épicas.
Eis o filme que hoje passava no canal holywood de manhã. Fiuei estupefacto uma vez mais com a qualidade deste filme realizado por Akira Kurusawa no ano de 1985. O melhor elogio que se pode dar é dizer que o Ultimo Samurai é ridículo comparado a este filme (com as devidas diferenças no argumento, claro está). Se já viram, ou possuem intenções de ver, recomendo vivamente. Atenção também à fotografia do filme: ambiente muito escuro quando necessário e extraordinária luminosidade nas cenas épicas.
terça-feira, março 02, 2004
E vivó velho!
E se um dia alguém desatar ao pontapé num estádio? É um jogo de futebol normal e praticado num honroso fair-play pensará qualquer um. Mas não! Das trevas recambolescas e burocráticas da pacata civilização de Marco de Canaveses surge o aventureiro Avelino Ferreira Torres, capaz de pôr cobro à falta de arruamentos e de produzir o pior exemplo que um autarca pode dar. Pelo meio insulta jornalistas, chamando-os de mentirosos e aldrabões. E na última das suas forças, consegue dizer que tudo o que fez repetiria sem mudar nada. No final apenas me ocorre a palavra "herói" para definir este senhor. O herói que o povo gostaria de tornar mártir, qual D. Sebastião do novo milénio.
E se um dia alguém desatar ao pontapé num estádio? É um jogo de futebol normal e praticado num honroso fair-play pensará qualquer um. Mas não! Das trevas recambolescas e burocráticas da pacata civilização de Marco de Canaveses surge o aventureiro Avelino Ferreira Torres, capaz de pôr cobro à falta de arruamentos e de produzir o pior exemplo que um autarca pode dar. Pelo meio insulta jornalistas, chamando-os de mentirosos e aldrabões. E na última das suas forças, consegue dizer que tudo o que fez repetiria sem mudar nada. No final apenas me ocorre a palavra "herói" para definir este senhor. O herói que o povo gostaria de tornar mártir, qual D. Sebastião do novo milénio.
segunda-feira, março 01, 2004
Triste sina
Mentes perversas não me chegam para convencer dos crimes cometidos. Muito menos no caso da pedofilia. A demência de tais actos não pode ser desculpada com nenhuma pena excepto a morte. A pena capital é o único meio de findar vidas desesperadas, instruídas à vingança, não olhando à raça, sexo ou idade do ser humano.
Na Bélgica iniciou-se hoje o julgamento de Dutroux, o principal suspeito de crimes de pedofilia ocorridos no ano de 1997 no mesmo país. Devido à leveza da justiça belga, o máximo que pode aspirar o suspeito é a prisão perpétua. Oxalá viva longos anos enclausurado entre as grades, que sofra apenas metade do que as crianças que violou sofreram.
Loubna Ben-Aissa era uma pequena rapariga que vivia feliz, na doce ingenuidade da infantilidade quando, um "homem" a espancou, violou e deixou-a a sofrer dentro de um baú até ela dar o seu último suspiro. Que género de crime cometeu esta criança para morrer assim? Que género de crimes praticaram as crianças que morrem diariamente à fome? Que crimes fizeram as crianças para serem baleadas sem piedade em conflitos que os mais velhos deveriam ter posto termo há muitos anos atrás?
Por muito que se reze a uma religião, por muitas lamentações que suspiremos, por muitas explicações que possamos dar, estas crianças morreram injustamente num mundo estúpido. É este o fenómeno da Humanidade? Passamos o tempo a mandar a sujidade para debaixo do tapete, até que um dia alguém decide levantar o tapete. Quando esse dia chegar, e porque o homem é um ser mesquinho e teimoso, entraremos novamente em guerra, a última que acabará decerto com este mundo. No fundo é capaz de ser o melhor, visto como diz o poeta: "o mundo é das crianças", e a partir do momento que elas não têm espaço para nele viver, o melhor é acabar definitivamente com ele.
Mentes perversas não me chegam para convencer dos crimes cometidos. Muito menos no caso da pedofilia. A demência de tais actos não pode ser desculpada com nenhuma pena excepto a morte. A pena capital é o único meio de findar vidas desesperadas, instruídas à vingança, não olhando à raça, sexo ou idade do ser humano.
Na Bélgica iniciou-se hoje o julgamento de Dutroux, o principal suspeito de crimes de pedofilia ocorridos no ano de 1997 no mesmo país. Devido à leveza da justiça belga, o máximo que pode aspirar o suspeito é a prisão perpétua. Oxalá viva longos anos enclausurado entre as grades, que sofra apenas metade do que as crianças que violou sofreram.
Loubna Ben-Aissa era uma pequena rapariga que vivia feliz, na doce ingenuidade da infantilidade quando, um "homem" a espancou, violou e deixou-a a sofrer dentro de um baú até ela dar o seu último suspiro. Que género de crime cometeu esta criança para morrer assim? Que género de crimes praticaram as crianças que morrem diariamente à fome? Que crimes fizeram as crianças para serem baleadas sem piedade em conflitos que os mais velhos deveriam ter posto termo há muitos anos atrás?
Por muito que se reze a uma religião, por muitas lamentações que suspiremos, por muitas explicações que possamos dar, estas crianças morreram injustamente num mundo estúpido. É este o fenómeno da Humanidade? Passamos o tempo a mandar a sujidade para debaixo do tapete, até que um dia alguém decide levantar o tapete. Quando esse dia chegar, e porque o homem é um ser mesquinho e teimoso, entraremos novamente em guerra, a última que acabará decerto com este mundo. No fundo é capaz de ser o melhor, visto como diz o poeta: "o mundo é das crianças", e a partir do momento que elas não têm espaço para nele viver, o melhor é acabar definitivamente com ele.
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