Voto de castigo ou o não-voto?
Sigo com essa dúvida após a vitória do PSD nas eleições para o Parlamento Europeu. Ao ganhar com uma margem acima dos 30%, esta vitória foi a de uma equipa que joga num estádio vazio pois o interesse no jogo há muito que foi perdido, como mostra a abstenção acima dos 60%, tornando a vitória do PSD algo menos valorizada do que seria se a participação às urnas fosse maior.
Assim, é impossível ver a vitória do PSD como um voto de castigo ao PS. É pelo contrário, a normal inclinação dos votantes portugueses após o desgaste governativo. O mesmo se passaria caso o PSD estivesse perto de terminar um mandato de 4 anos. O verdadeiro voto de castigo está na abstenção que os portugueses demonstraram. Foi uma manifestação clara de descontentamento para com a classe política e neste aspecto há que valorizar o resultado do Bloco de Esquerda, pois conseguiu mobilizar os seus eleitores como se de umas legislativas se tratasse. Além disso, foi sem dúvida o partido com a mensagem mais clara em relação à Europa, contrariamente ao Bloco central que preferiu virar a sua mensagem para o anti-partido rival.
Como os resultados não mentem, o que se viu é que o PSD acabou por ganhar essa luta fratricida, mas teve, apesar do sucesso eleitoral, algumas baixas. Feitas as contas, o PSD perdeu um mandato em relação a 2004 (e concorria com o CDS, pelo que se pode dizer que perdeu ainda mais 2) e o PS perdeu cerca de 5.
Quanto ao futuro, acredito que nas autárquicas e legislativas, com maior mobilização do povo, o PS igualará/suplantará os resultados do PSD nestas eleições. Contudo, também se deve ler que a derrota nestas Europeias não foi totalmente devido à falta de mobilização da esquerda. É verdade que o PS foi o partido mais afectado com a falta de militância a estas eleições, no entanto, há a reter que os partidos de direita souberam mobilizar como há muito não se via. Creio por isso que a soma da arrogância do governo com a boa estratégia da direita acabou por ser a chave destas eleições.
Quanto ao Barreiro, o resultado destas eleições permite-nos ler que o voto CDU perdeu força para o PS. Se estas eleições forem vistas como antecâmara para as autárquicas, é de crer que a eleição seja mais equilibrada do que se pensava, pois somado o castigo ao PS nacional com a militância CDU, o resultado entre os dois partidos não é assim tão distante como se esperaria (9%). Finalizando, o BE acaba como 3ª força política no Barreiro e castiga de forma inesperada o PSD, que comecará a ver que a aposta em valores jovens não é algo que o Barreiro aprecie muito.
Assim, é impossível ver a vitória do PSD como um voto de castigo ao PS. É pelo contrário, a normal inclinação dos votantes portugueses após o desgaste governativo. O mesmo se passaria caso o PSD estivesse perto de terminar um mandato de 4 anos. O verdadeiro voto de castigo está na abstenção que os portugueses demonstraram. Foi uma manifestação clara de descontentamento para com a classe política e neste aspecto há que valorizar o resultado do Bloco de Esquerda, pois conseguiu mobilizar os seus eleitores como se de umas legislativas se tratasse. Além disso, foi sem dúvida o partido com a mensagem mais clara em relação à Europa, contrariamente ao Bloco central que preferiu virar a sua mensagem para o anti-partido rival.
Como os resultados não mentem, o que se viu é que o PSD acabou por ganhar essa luta fratricida, mas teve, apesar do sucesso eleitoral, algumas baixas. Feitas as contas, o PSD perdeu um mandato em relação a 2004 (e concorria com o CDS, pelo que se pode dizer que perdeu ainda mais 2) e o PS perdeu cerca de 5.
Quanto ao futuro, acredito que nas autárquicas e legislativas, com maior mobilização do povo, o PS igualará/suplantará os resultados do PSD nestas eleições. Contudo, também se deve ler que a derrota nestas Europeias não foi totalmente devido à falta de mobilização da esquerda. É verdade que o PS foi o partido mais afectado com a falta de militância a estas eleições, no entanto, há a reter que os partidos de direita souberam mobilizar como há muito não se via. Creio por isso que a soma da arrogância do governo com a boa estratégia da direita acabou por ser a chave destas eleições.
Quanto ao Barreiro, o resultado destas eleições permite-nos ler que o voto CDU perdeu força para o PS. Se estas eleições forem vistas como antecâmara para as autárquicas, é de crer que a eleição seja mais equilibrada do que se pensava, pois somado o castigo ao PS nacional com a militância CDU, o resultado entre os dois partidos não é assim tão distante como se esperaria (9%). Finalizando, o BE acaba como 3ª força política no Barreiro e castiga de forma inesperada o PSD, que comecará a ver que a aposta em valores jovens não é algo que o Barreiro aprecie muito.
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