sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Reflexão

Sempre desconfiei que o sistema fosse assim. Sempre me alertaram para a falta de carácter da larga maioria dos envolvidos e sempre me avisaram que a única coisa que lhes os move é o interesse pelo poder enquanto forma de patente. O objectivo nunca passa pelo aproveitamento que tal cargo ofereça no sentido de ajudar os próximos, mas sim pela mera ocupação e usufruto de forma a poder mover interesses e recolher benefícios pessoais.

A máquina burocrática, a comunicação social dramatizada, os processos judiciais e o clima de instabilidade e insegurança visam unicamente criar um tipo de cenário ideal para o aparecimento de figuras sebastiânicas. Nesses momentos corta-se com o passado e olha-se para o futuro, numa clara demonstração de fiabilidade na democracia, a bóia de salvação de toda a situação. É estranho que uma das nações com identidade cultural mais vincada devido à longa história que possui seja, provavelmente, aquela que menos ideias retirou do passado.

Não sei se a democracia é o mais fiável de todas as formas de governação, não sei se o progresso é possível sem olharmos para o que ficou para trás, mas sei que, no fundo desta amargurada alma, mora a maior das desilusões pela incapacidade do ser humano em corrigir aquilo que está errado. Temos a ambição e o raciocínio para evoluir, mas será que perdemos a coragem?

1 comentário:

Akuma Kanji disse...

Deve ter ficado perdida algures sim, e a motivação também não é muita. Portugal já só é uma nação unida quando se trata de futebol, no resto é puro individualismo.