terça-feira, janeiro 29, 2008

1812

A BBC History Magazine chegou à conclusão que 1812 foi o pior ano de toda a história inglesa, pois quase tudo o que podia correr mal, acabou por se suceder, afectando grande parte da população que viveu em agonia nesse período. Entre os acontecimentos negativos que se destacaram nesse ano encontramos estes:
  • Em guerra com a França de Napoleão há 20 anos;
  • Os luddistas (movimento contra a Revolução Industrial) destruiram novas máquinas, pois viam estas como ameaças às condições de vida dos trabalhadores. Perto de 20 foram enforcados;
  • Taxas e impostos altíssimos devido à guerra e a colheitas desastrosas;
  • O Primeiro-Ministro Spencer Perceval foi morto a tiro na Casa dos Comuns (foi o único PM inglês a ser assassinado);
  • Os Estados Unidos declararam guerra à Inglaterra por força das disputas comerciais com França;
  • O Rei George III enlouqueceu e o seu filho George IV passou para regente.
Foi esta a situação que fez com que a BBC afirmasse que 1812 foi o pior ano dos ingleses. Entre os outros concorrentes a pior ano, tivémos: 1349 (a peste negra), 1536 (supressão religiosa por parte de Henry VIII) e 1937 (colapso económico, caminho para a guerra). Como nota final, acrescentar que nem tudo em 1812 foi mau para os ingleses, pois ganharam batalhas aos espanhóis na guerra peninsular e viram nascer o escritos Charles Dickens nesse mesmo ano.

domingo, janeiro 27, 2008

As respostas ao mail

Recebi um mail cujo título era "perguntas idiotas sem resposta" e qual não é o meu espanto quando consigo responder a quase todas elas, seja a resposta tão idiota como a pergunta ou sustentando-me naquilo que é acho o mais lógico. Aqui vai:

- Porque é que os ginecologistas saem do consultório para as mulheres se despirem?
- Não são só os ginecologistas, quase todos os médicos saem. Talvez seja para deixar a pessoa à vontade, talvez porque vão buscar qualquer registo médico que lhes faça falta ou pura e simplesmente vão ao W.C (as salas de consultório não o costumam ter e as consultas podem demorar à volta de uma hora, o suficiente para começar a apertar a bexiga).

- Se uma pessoa comprar um terreno, ela possui o terreno todo até ao centro da terra?
- Não, a pessoa possui o terreno até onde o PDM deixar.

- Porque é que se chama 'Alcoólicos Anónimos' quando a primeira coisa que fazemos é dizer 'O meu nome é Zé e sou alcoólico'?
- Dentro deles não tem mal saber-se o nome. São ou querem ser anónimos em relação ao resto da sociedade.

- Porque é que há luz no frigorífico e não há no congelador?
- Possivelmente porque a lampâda no congelador não aguenta a temperatura deste.

- Porque é que a água mineral que corre pelas montanhas durante séculos tem uma 'data para consumo'?
- Qualquer água dentro de um garrafa, acaba por ficar choca. O facto de estar bem selada só lhe vai dar mais tempo de vida.

- Porque é que as torradeiras têm sempre uma opção para uma temperatura tão alta que queima as torradas todas?
- A minha não tem essa opção. Deve ser porque sou old-fashion.

- Porque é que os pilotos kamikaze usam capacete?
- Muitos desses pilotos eram chefes de família. Por muito sentido de honra que tivessem, acredito que no fundo quisessem sobreviver.

- Quem foi a primeira pessoa que olhou para uma vaca e disse 'Acho que vou espremer estas coisas compridas e beber o que quer que saia de lá'?
- A necessidade aguça o engenho. Se tou com fome, porque não leite de vaca? Se as crias dela bebem dali, eu também posso. Quem foi não interessa, sabe-se é que foi esperto e deixou escola. Acho que a pergunta tinha mais sentido se fosse em relação aos ovos da galinha.

- Porque é que quando o Incrível Hulk se transforma, rebenta toda a roupa menos as cuecas?
Porque se ele rebentasse tudo não podia ser alvo de comercialização infantil. Duvido que na indústria erotico-pornográfica fizesse sucesso.

- Porque é que quando uma pessoa pergunta as horas aponta para o pulso e quando pergunta onde é a casa de banho não aponta para as partes?
- Porque o relógio tava no pulso e a casa de banho não está nas nossas partes!

- Porque é que o Pateta anda em pé e o Pluto anda de quatro? São ambos cães!
- Ia jurar que o pateta era assim mais pró cavalo, como o Horácio ou a Clarabela.

- As pessoas cegas conseguem ver os seus sonhos?
- Pergunta insultuosa. Quem a fez (alguém achou que era relevante,pois aparece neste mail) é completamente idiota.

- Se o óleo de milho é feito de milho, e o óleo vegetal é feito de vegetais, do que é feito o óleo de bebé?
- Porque há gente demasiado literal, capaz inclusive de fazer essas questões.

- Porque é que quando uma pessoa te diz que há um bilião de estrelas no céu tu acreditas e quando te diz que tens as cuecas molhadas tu precisas de apalpar para ter a certeza?
Porque se tal te acontecer és insensível ou incontinente. É apenas normal que verifiques com o tacto.

- Porque é que as agulhas para injecções letais dos condenados à morte são esterilizadas?
- O Estado já tem responsabilidade que chegue no processo. Provavelmente o gajo morria mas o Estado levava indemnização por negligência médica.

- Porque é que ainda estás a ler isto? Não tens mais nada para fazer?
- Por acaso não tenho mesmo. Estou desempregado e com tempo de sobra. Além disso é sábado.
O objectivo

A maioria das opiniões leva-nos a duas posições: a primeira refere-se à reprodução como missão natural e genealógica e a segunda remete-nos para a alteração de algo para melhor, isto é, a criação não-humana. Criação é pois a palavra-chave.
Palavras-chave são contudo, o que cai mais rapidamente em desuso, pois não se aplicam a nada e são o cúmulo da subjectividade.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Desportos Estranhos IV

Lançamento do atum


Desportos Estranhos III

Salto à vara em chamas


Desportos Estranhos II

Ciclo-futebol

Desportos Estranhos I

Corrida de casas-de-banho no gelo


quinta-feira, janeiro 17, 2008

After Tommy Lawrence had let in a fluke goal between his legs:

- "Sorry, boss, I should have kept my legs together," said Lawrence.
- "No, Tommy, your mother should have kept her legs together!," replied Bill Shankly

terça-feira, janeiro 15, 2008

FIFA, UEFA, COI, IAAF... tudo farinha do mesmo saco

Oscar Pistorius, um sul-africano amputado desde os 11 meses de idade, não poderá participar nos Jogos Olímpicos de Pequim. Ontem, a 14 de Janeiro de 2008, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) recusou ao jovem de 21 anos a possibilidade de competir no evento, ajuizando que as próteses que usa ao correr são uma vantagem mecânica evidente. Tal conclusão foi elaborada por um estudo da Universidade de Colónia, que afirma o seguinte:

"As próteses" [em fibra de carbono] são consideradas uma ajuda tecnológica e, desse modo, estão em claro desacordo com a Regra 144.2 da IAAF" (regra que proibe qualquer vantagem dada em provas por determinada tecnologia)

O estudo comprovou ainda que Pistorius beneficia, com suas próteses, de uma vantagem mecânica de mais de 30% sobre alguém que não as utiliza.

Parece-me a mim que a IAAF está para as novas tecnologias como a Igreja Católica está para o preservativo. Ambas sabem das vantagens mas ninguém quer avançar para uma nova mentalidade, mais justa e de acordo com o progresso. Querem prender-se ao passado, porque esse é o que os mantêm no poder: quanto menos alterarem, melhor.
O caso de Pistorius é digno de várias interpretações, mas eu fico com esta: se a IAAF acha que o atleta é beneficiado em relação aos outros, então que mudem algo nas próteses do atleta. Peguem na perna de um atleta normal e metam peso equivalente na prótese de Pistorius. Façam algo. Negarem-no baseados numa lei já antiga (ainda que justa) demonstra pouca preocupação pela questão. Este é um daqueles casos em que se deve discutir mais a lei e não tanto o processo.
Oscar Pistorius conseguiu vencer uma dificuldade que muitos outros apenas lamentariam e agora clama pelos seus direitos, tão simples como "quero correr com as próteses, porque sem elas não consigo".

sábado, janeiro 12, 2008

La Foto de La Madre

"[...] Jorge Semprún me contó en la entrevista que le hice para EL PAIS Semanal que la guerra le dejó sin una foto de la madre. Ningún retrato de ella, ningún rastro gráfico de su rostro, nada, sólo su memoria le devolvía la belleza de su porte, su elegancia, cierta alegría; ella murió muy joven, a principios de los años treinta, de una enfermedad leve que se complicó estúpidamente. Los baúles y los recuerdos se quedaron en España, se extraviaron, no cruzaron la frontera, se evaporaron. Fue una de las consecuencias de la guerra, acaso la más leve, entonces, de otras gravísimas pérdidas. Una vez aparecida la entrevista, un señor me escribió al periódico, para contarme que su propia madre guardaba algunas fotos de la madre de Semprún. Ayer me encontré con Jorge, en el homenaje que los editores madrileños rindieron a Jesús de Polanco. Ya le habían contactado, le iban a enviar la foto de su madre. Era una noticia feliz, y él estaba feliz. Dentro de esa noticia hay multitud de sentimientos, algunos íntimos, otros públicos. Produce un regocijo íntimo, muy puro, recuperar lo que los años ya te han resignado a perder. Perder, qué tremenda palabra. Y encontrar. Qué palabras [...]"

domingo, janeiro 06, 2008

Descubra as diferenças

Photobucket

No espaço de apenas sete anos, o monolugar de fórmula 1 da Ferrari sofreu toda esta mudança estética. Já nem comparo com os carros de há 10 ou 20 anos atrás, senão a diferença seria completamente abismal. A F1 tem essa magia, a de nos provocar curiosidade em saber o que o futuro nos reserva. Olhando cada ano para mais um novo bólide, fica a questão:
- Que raio vão eles mudar mais?

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Assassínios? É só um incidente...

"... Houve, há alguns dias, um incidente lamentável de turistas franceses assassinados na Mauritânia, mas o país é seguro. Há incidentes como em todos os países do mundo. Na nossa opinião, não se justificava o cancelamento do rali. Todas as garantias de segurança foram dadas para a realização do rali nas melhores condições..."

Habib Abderrahmane, Conselheiro da embaixada da Mauritânia em Paris,
[sobre o cancelamento do Lisboa-Dakar 2007]

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Sobre o filme Tróia
  1. Adaptar para cinema uma epopeia de Homero é sempre um trabalho inglório, pois é impossível ganhar ao original.
  2. Não há exageros visuais no filme. Uma boa notícia numa era em que os programas de imagem fazem a maior parte do trabalho.
  3. As emoções das personagens estão aquém do esperado. A passagem do estado de cólera funesta para a de compaixão pelo inimigo por parte de Aquiles é pouco ou nada trabalhada.
  4. Devido ao facto do realizador e produtor terem optado por incluir o Cavalo de Tróia no filme, o papel de Ulisses foi de maior relevo, algo que não acontece na Ilíada.
  5. Entre enormes imprecisões em relação ao mito, uma das que mais choca é a morte de Agamemnón na tomada de Tróia. A versão mais aceite é a de que Agamemnón morreu às mãos das sua esposa no banho, como acto de vingança pelas constantes infidelidades.
  6. Outra das grandes imprecisões reside na morte de Menelau por Heitor. Ao contrário do que nos mostra o filme, Menelau sobrevive ao combate com Páris e é um dos sobreviventes da guerra. Andará à deriva pelo mar durante vários anos, tal como Ulisses.
  7. O filme opta por mostrar apenas a componente humana e esse é provavelmente o seu maior êxito. Não existe acção nem influência directa dos deuses no filme, apenas respeito pelos mesmos (a excepção é a deusa Tétis).
  8. O filme custou cerca de 230 milhões de dólares e as receitas de bilheteira pelo mundo rondaram os 500 milhões de dólares.