Pátria, Comércio e Madeira
O que é a pátria? Que conceito é esse que nos movimenta em direcção à guerra? A pátria torna-nos primitivos, faz-nos lutar contra um inimigo por uma causa, faz-nos matar por um objectivo. A pátria é aquilo que mais animalesco há em nós, pois não é possível pátria sem que haja inimigo. Quando todos os valores da civilização nos apontam para os códigos de ética, para fazer o bem e condenar o mal, surge então a pátria como elo de ligação entre as pessoas de uma determinada região, raça ou classe contra algo que lhes parece errado e que deve ser alterado. O grande mérito da democracia é permitir que se altere algo sem derramamento de sangue, mas por outro lado é também a democracia o habitat perfeito para a pátria. A delimitação de fronteiras e a hierarquia dos homens regidos sobre um código de leis fomenta a valorização de uma força que muitos chamam de pátria, outros de nação e alguns mais radicais de portugalidade. Para mim é positivo clamarmos que a terra que habitamos é a ideal, pois só assim lhe damos o devido valor, mas por outro lado, torna-se terrivelmente negativo tomarmos a terra que não é a nossa como inimiga. A pátria faz-nos isso e é devido à sua existência e força que vários políticos a usam a seu favor.
Veja-se o caso de Alberto João Jardim na Madeira. Para Jardim aquela é a sua terra e tudo o que está para além dela é território inimigo. É certo que trata Portugal continental de maneira diferente e vê este território como uma região amiga pois para além de lhe doar fundos para o crescimento da Madeira também fala a mesma língua, mas fica-se por aqui. Tudo o que seja além-fronteiras portuguesas é pátria inimiga e por isso não merece pisar a "nossa" terra. Primeiro foram os chineses e depois os espanhóis, para Jardim são todos inimigos da pátria portuguesa e num plano mais avançado, inimigos da pátria madeirense. Ao contrário de Jardim, penso que o investimento espanhol não é mau, assim como o chinês também não o é. A realidade é que economia e politica só devem ser juntas para actos governativos e nunca para actos de patriotismo. O investimento espanhol e o chinês é útil ao nosso país porque, contrariamente ao que diz Alberto João Jardim, obriga o nosso comércio a adaptar-se ao comércio mundial onde a velocidade de adaptação é a chave para o sucesso. O fénomeno das falências nas pequenas e médias empresas não é só nosso, por isso a solução consiste em deixarmos de vez de nos fiar em valores patriotas que por muito apelativos que sejam, não alimentam as famílias portuguesas.
Veja-se o caso de Alberto João Jardim na Madeira. Para Jardim aquela é a sua terra e tudo o que está para além dela é território inimigo. É certo que trata Portugal continental de maneira diferente e vê este território como uma região amiga pois para além de lhe doar fundos para o crescimento da Madeira também fala a mesma língua, mas fica-se por aqui. Tudo o que seja além-fronteiras portuguesas é pátria inimiga e por isso não merece pisar a "nossa" terra. Primeiro foram os chineses e depois os espanhóis, para Jardim são todos inimigos da pátria portuguesa e num plano mais avançado, inimigos da pátria madeirense. Ao contrário de Jardim, penso que o investimento espanhol não é mau, assim como o chinês também não o é. A realidade é que economia e politica só devem ser juntas para actos governativos e nunca para actos de patriotismo. O investimento espanhol e o chinês é útil ao nosso país porque, contrariamente ao que diz Alberto João Jardim, obriga o nosso comércio a adaptar-se ao comércio mundial onde a velocidade de adaptação é a chave para o sucesso. O fénomeno das falências nas pequenas e médias empresas não é só nosso, por isso a solução consiste em deixarmos de vez de nos fiar em valores patriotas que por muito apelativos que sejam, não alimentam as famílias portuguesas.