segunda-feira, janeiro 29, 2007

"Sou uma enciclopédia"

Ouvi esta frase hoje. A pessoa que a disse está no direito de afirmar tal coisa, pois a censura entre amigos é um eco triste de desconfiança e, como tal, não deve exercida. Não acho no entanto que tal afirmação seja de alguém curioso. Ao invés, diria que é de alguém conformado com a fórmula do mundo. Se me perguntarem o que fez avançar a Humanidade nos últimos milénios, responderia que foi a busca eterna por mais e melhor. É claro que esta busca eclodiu muitas vezes em guerras sangrentas e na extinção de preciosas vidas, mas para mim, tal busca não deixa de ser um bom propósito. Sempre se trata de um objectivo, por miserável que seja. Contudo, o que de certeza não fará avançar a Humanidade é a estagnação, sendo que pensamentos dogmáticos e sentimento de que tudo se sabe são as forças que sustentam os obstáculos à evolução da nossa espécie.

domingo, janeiro 14, 2007

Extinção comum

Medo. Um estado de espírito, motivado pelas recordações do passado, pelos traumas exteriores, por aquilo que desconhecemos e nos é revelado. A surpresa, parte ambígua desta trama, representa a excitação pelo novo e as atitudes que não entram de acordo com a realidade comum. Emoções, estados de espírito ou estados de alma, a explicação nunca pode ser simples apesar de na realidade, o ser. A ciência explica-nos a causa, enquanto o efeito fica à deriva, naufragando pelas concepções e juízos dos outros.

Quando arrotamos é o nosso corpo que o faz. Incontrolável, chama a atenção do que está à nossa volta, fora do nosso controlo. Pedimos perdão. Por algo que não fizemos. Falam-se em falsos moralismos e penso neste caso, involuntário, incontrolável e ainda assim punível pelas regras e condutas de um habitat onde os nossos antepassados grunhiam, mas em que pelo menos não existiam hipocrisias.

Do involuntário passamos para o involuntário. Não controlamos nada, embora pensemos que sim, que existe um ponto intermédio. É esta a maravilha da mente, aquela coisa que tanto nos dá que pensar e que por vezes, mais parece um obstáculo que um instrumento útil à espécie.