segunda-feira, março 01, 2004

Triste sina

Mentes perversas não me chegam para convencer dos crimes cometidos. Muito menos no caso da pedofilia. A demência de tais actos não pode ser desculpada com nenhuma pena excepto a morte. A pena capital é o único meio de findar vidas desesperadas, instruídas à vingança, não olhando à raça, sexo ou idade do ser humano.
Na Bélgica iniciou-se hoje o julgamento de Dutroux, o principal suspeito de crimes de pedofilia ocorridos no ano de 1997 no mesmo país. Devido à leveza da justiça belga, o máximo que pode aspirar o suspeito é a prisão perpétua. Oxalá viva longos anos enclausurado entre as grades, que sofra apenas metade do que as crianças que violou sofreram.
Loubna Ben-Aissa era uma pequena rapariga que vivia feliz, na doce ingenuidade da infantilidade quando, um "homem" a espancou, violou e deixou-a a sofrer dentro de um baú até ela dar o seu último suspiro. Que género de crime cometeu esta criança para morrer assim? Que género de crimes praticaram as crianças que morrem diariamente à fome? Que crimes fizeram as crianças para serem baleadas sem piedade em conflitos que os mais velhos deveriam ter posto termo há muitos anos atrás?
Por muito que se reze a uma religião, por muitas lamentações que suspiremos, por muitas explicações que possamos dar, estas crianças morreram injustamente num mundo estúpido. É este o fenómeno da Humanidade? Passamos o tempo a mandar a sujidade para debaixo do tapete, até que um dia alguém decide levantar o tapete. Quando esse dia chegar, e porque o homem é um ser mesquinho e teimoso, entraremos novamente em guerra, a última que acabará decerto com este mundo. No fundo é capaz de ser o melhor, visto como diz o poeta: "o mundo é das crianças", e a partir do momento que elas não têm espaço para nele viver, o melhor é acabar definitivamente com ele.

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