O Sol levantar-se-á de novo, mas por quanto tempo?
Por muito que queira pensar sobre o assunto, não consigo decifrar a verdadeira motivação que leva a cometer-se atentados como o de 11 de Março de 2004. Al Qaeda, ETA ou qualquer outro fundamentalismo apenas me causa repugnância e estranheza pelo mundo em que habitamos. No principio deste mês questionava as crenças e explicações para os actos de pedofilia cometidos em Bruxelas em 1997, e após este ataque, mais mergulhado em confusão e constrangimento me sinto. Eu sei que no mundo não são tudo rosas e que a criminalidade nos grandes centros urbanos aumenta a cada dia, assim como as divisões políticas são cada vez mais e que as fanáticas facções religiosas se multiplicam pelos países de terceiro mundo e até nos países ditos desenvolvidos. O que continuo sem compreender é como pode o homem continuar a chacinar falsos inimigos, apenas porque eles não acreditam no mesmo que ele? Onde está o respeito pelas opiniões de outros, onde está o respeito que as inscrições antigas clamam?
Aparte estas interrogações por detrás da tragédia, há que não esquecer a verdadeira tragédia, as 1400 pessoas (entre mortos e feridos) que não puderam estar nas gigantescas manifestações de ontem. As 1400 vítimas de uma barbárie que nem os antigos bárbaros seriam capazes de cometer. As 1400 almas que sem saberem como e porquê, viram-se envolvidas na luta que às élites pertence. É assim que a democracia dita leis. A nós (ao povo), cabe-nos esperar o melhor dos nossos governantes enquanto sofremos com os males que eles não conseguem pôr cobro. O que aconteceu no dia 11 de Março de 2004 é também um falhanço da Democracia, que nos faz pensar qual o estado político que lhe seguirá e como pode esse estado superar a Democracia, que ainda assim, considero a melhor escolha?
Questões a pensar, após uma tragédia de difícil esquecimento e que soa a alerta em vésperas de Europeu.
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