domingo, dezembro 14, 2008

2008
5 coisas em que ficamos mestres neste ano


1) Eleições Americanas
2) Como os bancos sobrevivem em termos de crise
3) Existência de 2 tipos de corrupção: activa e passiva
4) O duplo-pivot na apresentação dos Noticiários
5) Transformação total do conceito Ana Malhoa

sexta-feira, novembro 14, 2008

Bem visto

"É preciso investir na educação dos filhos como fez a avó de Obama: meteu-o numa escola privada cara".
João Vaz, jornalista, "Correio da Manhã", 14-11-2008

sábado, novembro 08, 2008

Será o espírito de 'mudança' suficiente?


Seguindo as perguntas elaboradas pelo André no seu vox clamantis in deserto sobre as capacidades de mudança de Barack Obama, deixo aqui, em jeito de comentário, as minhas ideias sobre os resultados das eleições americanas.

Será que o Barack Hussain Obama agirá em defesa dos interesses do mundo ou dos interesses dos EUA?
Parece-me que o plano é agir claramente em defesa dos americanos. Obama parece acreditar que uma América forte é o suficiente para que os outros países sigam o exemplo das suas políticas. Talvez devido a essa ideia de fomento interior ao invés do exterior, escolheu alguém mais conservador (Joe Biden) para vice-presidente.

Será que o discurso de mudança, proferido com voz de profeta, não tocou o nosso imaginário?
Num mundo onde estamos cada vez mais de mãos atadas face aos poder dos grandes empresários e dos políticos mutáveis, é óbvio que quando aparece alguém com [muito] poder a querer mudar o estabelecido, entramos num ídilio que nos permite encarar o futuro com a esperança que finalmente alguma coisa mude para melhor.

Será que a sociedade portuguesa reagiria bem a "um candidato Cigano à C.M. Lores, um Angolano à CM Amadora, um luso-brasileiro à CM Setúbal ou um luso-ucraniano à C.M. Loulé?"
Portugal ainda não está preparado para nada disso. O exemplo tem que vir de cima, daí que apenas se Obama tiver sucesso, as coisas possam mudar um pouco por aqui. Basta perguntar-nos quantos negros, ciganos ou luso-brasileiros temos no topo da classe política portuguesa para termos a resposta se estamos ou não preparados para essa mudança.

Será que foi por magia que a abstenção nos Estados Unidos foi das mais baixas dos últimos 100 anos?
Os EUA mudaram-me muito nos últimos 30 anos, com a emergência de grandes camadas de população preenchidas por hispânicos da América Latina e afro-americanos que, face ao poder conservador estabelecido, viram em Obama alguém capaz de olhar por eles com real capacidade de mudar a sua condição de vida. Daí que tenham acorrido em massa ás mesas de voto.

Será que os jovens americanos são menos alienados do que os Portugueses?
Os jovens portugueses são altamente conservadores e influenciáveis pela opinião dos pais. Querem fazer tudo aquilo que os pais fizeram, assim como acabam por pensar muito como as anteriores gerações. Os americanos são mais independentes nesse aspecto, daí que sejam mais aptos a influências exteriores do que os jovens portugueses.

domingo, novembro 02, 2008

Quando vemos o início do caos...

Como terra de sonho e futuro que é, o Barreiro decidiu há uns anos que deveria ter, tal como Montijo, Almada e Alcochete, uma estrutura gigantesca capaz de oferecer lojas e lazer. Porém, numa tentativa de ser diferente, decidiu-se fazer o fórum no centro do Barreiro. Cedo começou a contestação do comércio tradicional que viu com maus olhos um espaço para lojas internacionais a preços mais competitivos. Resolvido esse problema através de compensações físicas e monetárias ou simplesmente pelo conformismo de nada poder fazer para combater o grande espaço comercial, o comércio tradicional sente-se incapaz de sobreviver nos tempos futuros.

Este é o caos comercial que se segue, mas infelizmente não é tudo. Ao nível do tráfego, o Barreiro vai ser possivelmente uma das zonas mais caóticas do território nacional, equiparando-se apenas a áreas como Sete Rios ou Praça de Espanha. E isto porquê? Explicação relativamente simples através de vários factores negativos para a arrumação do trânsito: excesso de semáforos, poucas rotundas, estacionamento pago nos pisos subterrâneos do fórum, pouco estacionamento fora do Fórum, necessidade de estacionamento para os habitantes barreirenses que antes do Fórum já têm dificuldades em conseguir lugar, um dos acessos principais (Av. Alfredo da Silva) completamente em obras), outros acessos ainda por acabar (Largo das Obras) e por fim, obras em toda a parte (Mercado Municipal, Estações e Apeadeiros da linha ferroviária, etc) e estradas em péssimo estado.

Com isto tudo, é fácil de antever que o Barreiro será simplesmente caótico após a inauguração do Fórum. Boa sorte para todos nós.

(clique para ampliar)
- A vermelho: áreas em profunda remodelação
- A verde: semáforos nos acessos à cidade

sábado, outubro 18, 2008

Top Retro cá de casa

5) Espelho Made in Marrocos
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4) Caixa de Música com Porta Pratos
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3) Globo terrestre com URSS, Jugoslávia e Checoslováquia
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2) Candeeiro dos anos 70/80
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1) Cubo de Rubik. Proveniência desconhecida

quinta-feira, outubro 02, 2008

Greve da Soflusa

Mais um mês, mais uma greve de 3 dias. Sempre a pensar no utente, a Soflusa decidiu uma vez mais protestar face à diferença salarial entre os operadores e os mestres das embarcações. Talvez tenham razão naquilo que reinvidicam, no entanto, um pouco por todo o Barreiro, vai fazendo cada vez mais confusão esta luta, pois além do inevitável cansaço que uma travessia mais longa para chegar a Lisboa implica, as pessoas começam também a questionar-se se é razoável, numa sociedade em plena crise social, estar uma classe de trabalhadores a entrar em greve porque dizem merecer ganhar tanto como os seus superiores. Além de parecer uma clara utopia, os utentes lesados pela greve acreditam que 3 dias de greve é um completo exagero [isto baseado naquilo que ouço um pouco por todo o Barreiro] visto que é muito condicionador a quem se desloca para trabalhar desculpar-se sistematicamente aos seus patrões pelos possíveis atrasos que uma greve desde género implica.
Numa era em que manter os empregos é uma tarefa árdua, todo este movimento grevista deixa no ar uma nuvem de hipocrisia díficil de aguentar pelos utentes da Soflusa.

sábado, agosto 30, 2008

By the way...

"Portugal é hoje um paraíso criminal onde alguns inocentes imbecis se levantam para ir trabalhar, recebendo por isso dinheiro que depois lhes é roubado pelos criminosos e ajuda a pagar ordenados aos iluminados que bolsam certas leis".

- Barra da Costa, criminologista, "Jornal de Notícias", 30-08-2008

quinta-feira, agosto 28, 2008

Mais um mail de perguntas idiotas

Há pessoal que se deve julgar no direito de fazer perguntas destas, pura e simplesmente porque têm um espírito curioso e tudo lhes faz confusão, ou então porque não têm mesmo mais nada que fazer. Perguntas como "Porque temos consciência?" ou "Porque há pessoas que julgam ter renascido dos mortos?" têm muito mais interesse do que aquelas que aqui deixo e respondo:

P - Como é que se escreve zero em algarismos Romanos?
R - O povo romano era sobretudo prático e ter um algarismo que vale zero é irrelevante para a vida.

Porque é que os Flintstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo?
Porque o Son Goku mudava a cor do cabelo quando passava para super guerreiro? Porque os Pokemons saem de dentro de bolas? It's just a fuckin' cartoon!

Porque é que os filmes de batalha espaciais têm explosões tão barulhentas se o som não se propaga no vácuo?
Há pessoal que descobre qualquer coisa e parte logo para a desmistificação total. A maior parte da malta que gosta de Sci-Fi sabe disso, no entanto é só perguntar que qualquer um diz que o Star Wars não seria o mesmo se a Death Star não tivesse feito barulho nenhum.

Se depois do banho estamos limpos porque é que lavamos a toalha?
Se não for lavada a suavidade vai-se toda. Claro que para quem toma banho de palha de aço isso tanto faz...

Se Deus está em todo lugar, porque é que as pessoas olham para cima para falar com ele?
Pirâmides, Obeliscos, Dólmens e Catedrais não dizem nada? Sim, estão todos a apontar para o céu e são todos marcos religiosos. O Cristianismo apenas seguiu o exemplo.

Se os homens são todos iguais, porque é que as mulheres escolhem tanto?
As mulheres que escolhem muito são normalmente as que tiveram várias decepções, daí que digam que são todos iguais.

Porque é que a palavra 'Grande' é menor do que a palavra 'Pequeno'?
Interessa o sentido das palavras, não o seu número de letras.

Porque é que 'Separado' se escreve tudo junto e 'Tudo junto' se escreve separado?
Interessa o sentido das palavras, não a sua morfologia.

Se o vinho é liquido, como pode existir vinho seco?
Esta até é engraçada, pois o vinho seco, como tem mais açúcar por litro do que um vinho normal, acaba por nos dar sede depois de o bebermos. Olha que há coisas...

Porque é que as luas dos outros planetas têm nome mas a nossa se chama só Lua?
Lua é o nome do satélite natural da terra. Chamar lua a um outro satélite de outro planeta não é de todo correcto, no entanto é o recorrente. Não vejo problemas nisso.

Por que as pessoas apertam o comando da televisão com mais força quando a pilha está fraca?
É uma forma de aliviar a frustração por terem perdido poder sobre a TV, visto que parou exactamente nos morangos com açúcar e o botão para mudar de canal não quer funcionar.

O Instituto que emite os certificados de qualidade ISO 9002 tem qualidade certificada por quem?
Pelos elaboradores dos certificados ou instituição acima desta. Caso não haja, parabéns, chegaste ao mais alto dos degraus de certificação de qualidade!

Quando inventaram o relógio como sabiam que horas eram para poder acertá–lo?
Andaram os povos ancestrais a medir o tempo através do Sol, da Lua, das marés e dos ventos para quê? Para vir um parvo qualquer gozar com o trabalho deles desta maneira?

Se a ciência consegue desvendar até os mistérios do DNA, porque é que ninguém descobriu ainda a fórmula da Coca-Cola?
Isso é porque ainda não experimentaram a Coca-Cola do Pingo Doce. É igualzinha!

Como foi que a placa 'É Proibido Pisar a Relva' foi lá colocada?
Antes da relva crescer? Pelo jardineiro? Pelo dono da relvinha? Oh well...

Porque é que quando alguém nos pede que ajudemos a procurar um objecto perdido temos a mania de perguntar: 'Onde é que perdeste?
Por acaso tenho o felicidade de não perguntar isso... não devo ser deste mundo aparentemente.

Porque é que há pessoas que acordam os outros para perguntar se estavam a dormir?
Eu por acaso pergunto "Estás acordado/a?" Enfim, não sou definitivamente deste mundo, onde perguntas escusadas reinam e ocupam espaço no mundo virtual.
Sobre o dirigismo em Portugal
Acabou há poucos minutos a entrevista efectuada pela SIC ao presidente do Comité Olímpico Português, Vicente Moura de seu nome, tendo resultado desta uma profunda crítica aos órgãos de comunicação social, pois segundo o mesmo, foi passada uma mensagem em Portugal diferente daquilo que realmente aconteceu em Pequim. Concluída com a promessa de enviar ao governo um relatório detalhado do que falhou nos Jogos Olímpicos, Vicente Moura salientou ainda que existe a necessidade de encontrar alguém adequado para falar à imprensa em nome da comitiva.

Na minha perspectiva, penso que Vicente Moura esteve bem na sua função. Além de ter conseguido criar pressão competitiva nos atletas através do número de medalhas que esperava alcançar (se tivesse dito que só esperava 2 medalhas chamavam-lhe de conformado e pouco ambicioso), conseguiu depois reconhecer que a pressão sobre a comitiva começou a ser exagerada (culpa integral da comunicação social que empolou a 1ª semana sem medalhas a um nível de escândalo) e soube canalizar as atenções quando chamou a si a notícia da sua demissão, dando a cobertura necessária para Nelson Évora realizar a sua final sem expectativas desmedidas.

Dito isto, estranha-me que se veicule pela comunicação social que o dirigismo olímpico português precisa de mudanças rapidamente quando escândalos de corrupção abalam o futebol português constantemente. Esses sim devem ser criticados e julgados o mais brevemente possível e de forma justa. Isto para não falar dos presidentes que prometem títulos ano após ano sem sucesso e no entanto sobrevivem à frente dos seus clubes.

Voltando ao Olimpismo, há que dizer que, no meio de toda esta algazarra desmedida à volta dos Jogos, esqueceu-se do principal: a concepção dos Jogos Olímpicos é a sua participação, competição e glória. Conquistar tudo isso está ao alcance de poucos, porém não devemos criticar quem atinge só a participação, pois só isso já é um feito digno de realce num mundo cada vez mais crítico, selvagem e desprezador dos feitos individuais ou colectivos.

É ainda na participação que está a base do desporto, por isso é inteira competência dos dirigentes apelarem à mesma e não colocar entraves monetários, físicos ou psicológicos à sua prática. Ao menosprezarem a participação, os dirigentes tornam-se nos principais inimigos do desporto, daí que diga que a atitude de valorização do grupo por parte de Vicente Moura (mesmo quando muitos tentavam quebrar o espírito de equipa) tenha sido um dos melhores exemplos de gestão dado por um alto cargo do desporto português nos últimos tempos.

quinta-feira, agosto 21, 2008

Balanço Olímpico de Portugal nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008


2 medalhas, uma de ouro e outra de prata. Este é o pecúlio português, que à vista desarmada parece pouco, mas que se trata somente da mais vencedora presença portuguesa na prova!

Parece pouco porque as expectativas dadas pelo Comité Olímpico Português ao governo (que possibilitaram assim um maior investimento em relação a 2004) foram cifradas em 4 medalhas. Parece igualmente pouco tendo em conta que o número de atletas portugueses presentes em Pequim foi o mais alto de sempre. E finalmente, parece pouco pois a nossa tendência negativista tornou os fiascos numa notícia com mais impacto do que os bons resultados.

Visto isto, importa afirmar que Portugal poderia ter trazido melhores resultados, inclusive mais uma ou duas medalhas. A falta de sorte nos momentos decisivos pode explicar algo, assim como a falta de mentalidade vencedora de alguns atletas. Ainda assim, folgo em saber que o investimento efectuado acabou por dar frutos. Não tanto nas grandes promessas a medalhas (que já passarei a referir em pormenor) mas sim nos desconhecidos, naqueles que fizeram excelentes resultados e que ganharam em Pequim uma experiência muito útil para o futuro. Entre esses nomes destaco Ana Cabecinha, Vera Santos, Ana Hormigo, Diogo Ganchinho ou Marco Freitas. São nomes para o futuro e dos quais se espera já algo para 2012.

Por outro lado, há uma palavra a dizer sobre os experientes que fizeram bons resultados nestes jogos: António Pereira e a dupla Bernardo Santos -Afonso Domingos, assim como Bruno Pais obtiveram excelentes resultados, dignos de menção. Se conseguirem manter a forma pode ser que consigam ir mais além em 2012, embora a idade acabe na maior parte das vezes por ser um obstáculo intransponível em desporto.
Segue agora a análise individual dos candidatos portugueses a medalhas à partida para estes jogos:

Vanessa Fernandes: Líder do Ranking Mundial Feminino, foi apenas superada na prova por uma australiana imparável. A medalha de prata sabe a pouco tendo em conta o grande valor de Vanessa, mas por outro lado não deixou de ser a confirmação de um talento dourado do desporto português. Nota 16 (de 0 a 20)

Telma Monteiro: Infelizmente o 9º lugar obtido não representa o valor desta jovem e aguerrida atleta. As provas não lhe correram de feição e não superou o peso de estar nuns JO, mas fica a experiência para 2012. Nota 9

Gustavo Lima: Lutou muito contra todos e ficou a um pequeno passo das medalhas. O 4º lugar representa um grande dissabor, mas fica na retina a luta deste bravo português. Nota 16

Nélson Évora: Grandioso espectáculo no triplo salto onde alcançou o lugar mais alto do pódio. Excelente performance e confiança. Depois de ter sido o porta-estandarte da comitiva, foi igualmente o salvador da mesma ao nível das medalhas. Nota 20Francis Obikwelu: Foi decepcionante vê-lo acabar a eliminatória a perder para adversários que Obikwelu num dia normal supera. Mesmo com o espectro de um temível Bolt, Obikwelu ficou muito além da fasquia traçada por ele mesmo. Nota 8

Naide Gomes: Foi possivelmente a maior decepção. Passou de favorita a desqualificada num ápice e sem qualquer honra. Em 2012 esperamos que ela tenha superado o trauma que estes jogos lhe deixarão. Nota 6

terça-feira, agosto 05, 2008

Perguntas e respostas


Qual a acção a tomar para saber "ler" notícias?
- Procurar aquilo que nos é útil e não aquilo que é passageiro.

O que fazer quando a desinspiração é o motor de vida dos jovens?
- Ouvir o que eles têm a dizer e aumentar assim a nossa auto-estima.

Como acompanhar a moda?
- Perguntando a alguém mais velho se estamos suficientemente ridículos.

Como poupar dinheiro?
- Não ter cartão multibanco.

Porque é que os velhos resmungam tanto?
- Porque é a moda mais velha da humanidade.

sexta-feira, julho 25, 2008

O preço da miséria

A inflação galopante do Zimbabwe oferece-nos estes casos: a nova nota de 100 mil milhões de dólares do Zimbabwe dá para comprar algo como 3 ovos ou um quilo de arroz. Vincula-se que é necessária uma ampla reforma no preço do dinheiro neste país de África ao que eu acrescento: urge sim uma reforma total no modo como o país está a ser conduzido. No estado em que as coisas estão, o futuro do Zimbabwe não passará de um mito.

sábado, julho 12, 2008

Fados

A discussão em torno da Fundação Amália mostra-me de forma inequívoca que os valores do fado que a acompanhavam foram com ela para a tumba. Dizem-me que alguém tem que gerir o que por ela foi deixado, embora ninguém queira assumir a completa responsabilidade de tal tarefa, pois o fardo é pesado demais. Curiosamente, quem participa na discussão são exactamente aqueles que, acabado o funeral, se levantaram logo exigindo que o seu espólio fosse para o local certo. Claro que nunca se deram ao trabalho de explicar qual o caminho desse local, deixando os seus bens - que não passam disso, bens pessoais da fadista - entregues a si mesmos. Já passa algum tempo do falecimento da fadista e é pena, que aqueles que se insurgiram contra o interesse do Estado no espólio, peçam agora que este actue.

Pelo meio, encontro em Lisboa um japonês, com uma guitarra portuguesa ao lado, lendo artigos de fado, embrenhado num mundo que para nós portugueses, diz cada vez menos, muito devido a todas as quezílias e interesses que reinam no fado-negócio.
A esperança do fado encontra-se nestes ilustres desconhecidos turistas, que tentam aos poucos assimilar a cultura fadista, ouvindo aqui e acolá aquelas intragáveis palavras que dizem que apenas os portugueses podem apreciar na plenitude o fado. Triste, muito triste o nosso fado, quando queremos guardar o sentimento só para nós.

Submissões

O que é pior: a angústia da decisão ou a decisão angustiante?

domingo, junho 15, 2008

O fim da pior semana socrática

Esta semana foi, sem grandes dúvidas, a pior semana vivida pelo governo de Sócrates durante o seu mandato. O estado de anarquia em que parte da sociedade entrou revelou-nos cenários que, embrenhados numa vida quotidiana e já de si difícil, julgávamos impossíveis de acontecer. É certo que não foi o princípio de uma guerra, mas também há a reconhecer que foi uma balbúrdia pior que a do buzinão da ponte em 1995 (que se revelou o princípio do fim do governo cavaquista) e, tendo em conta esse facto, é importante perguntar: será que o protesto dos camionistas marca igualmente o fim de Sócrates como PM?

É curioso que parte da resposta a essa questão tenha vindo de onde menos se esperava: da Irlanda. O Não irlandês no referendo ao Tratado de Lisboa foi para Sócrates a última facada pelas costas que poderia ter recebido numa semana indescritivelmente má, pois o esforço levado a cabo por ele na política externa foi imenso e, falhando esta, desvaneceu-se igualmente uma das suas últimas tábuas de salvação. As restantes são apenas duas: os valores estatísticos positivos numa era de dificuldade económica global e a oposição frágil. De salientar que apenas a estatística ainda é controlada por ele, ou seja, Sócrates tem agora muito pouco por onde se agarrar quando chegarmos às eleições.

Falo nisto sob a perspectiva das várias opiniões que tenho ouvido, pois considero que Sócrates tem procedido bem com algumas políticas que já há muito deveriam ter sido elaboradas. Refiro-me concretamente à aposta nas energias renováveis, à reestruturação dos sectores da educação e da saúde e ao reordenamento da função pública. Em teoria, isto já devia ter sido feito há longos anos atrás, contudo, a maneira como está a ser feito tem sido demasiado tecnocrata. Todos sabemos que são processos difíceis face a muitos valores tradicionais e anti-progressistas incutidos nas pessoas, mas ainda assim este governo deveria ter maior capacidade de visão aos problemas reais das pessoas. Como fazê-lo? Essa é a grande questão que este governo não vai solucionar, nem possivelmente nenhum que lhe venha a suceder. É um problema acima de tudo de modelo. A nossa democracia carece de comunicação entre os governantes e o cidadão comum, sendo que o intermediário - vulgo deputado - está preso perante a opinião da sua bancada e não defende seriamente o território que o elegeu, ou seja, o deputado é apenas um número, um voto. Esse é possivelmente o maior problema do nosso modelo democrático e que dificulta em muito a tarefa de quem deseja impor medidas ajustadas à realidade.

quinta-feira, maio 01, 2008

Cabo da Boa Esperança

Todos nós temos os nossos Adamastores. Não importa quão fortes sejam, a única possibilidade que temos é avançar e desafiá-los. Só assim se consegue a glória, veneração, respeito ou, tendo em conta o mundo actual, alguma tranquilidade.

quarta-feira, abril 30, 2008

Verdade Universal
As estrelas maiores morrem mais depressa

sexta-feira, março 28, 2008

Chelas-Barreiro

Com o apoio dado pelo LNEC à opção Chelas-Barreiro, quase de certeza que o debate da melhor opção para a terceira travessia sobre o Tejo fica arrumado. Não duvido que uma nova ponte seja fundamental para melhorar a acessibilidade a Lisboa, no entanto, fica a ideia que o processo foi demasiado acelerado para um país que ainda há pouco tempo investiu tanto numa outra ponte. Para realçar a questão, há que também contar com o investimento recentemente realizado pela Soflusa nos novos navios que fazem a ligação entre Barreiro e Lisboa e que, com uma nova ponte, podem vir a cair em desuso. Por fim, dá-me também a impressão que as outras alternativas não foram realmente tidas em conta. Algés-Trafaria é um percurso que mais cedo ou mais tarde se irá realizar, mas que foi praticamente esquecido neste processo. Pelo meio, a CM Barreiro e do Seixal já estão a tratar de reconstruir a ponte que outrora unia as duas freguesias e que possibilitará um fluxo de trânsito para sudoeste da península de Setúbal, exactamente onde encaixaria a ponte Algés-Trafaria. Parece-me que este assunto de enorme importância nacional foi tratado com alguma leviandade por parte dos responsáveis governamentais e pelas restantes forças políticas e consequentemente, poderá ter um enorme impacto negativo na nossa já frágil economia.

sexta-feira, março 14, 2008

Desmistificação da manifestação dos professores

Recolhi alguns comentários e ideias sobre a greve dos professores, que segundo os organizadores, levou mais de 100 mil professores à rua e cheguei à conclusão que, de facto, alguém está muito enganado, senão vejamos:
  • O Terreiro do Paço tem cerca de 2km² e a meu quarto tem 16m². Se eu meter 100 mil pessoas em 2km², isso significa que, em proporção, caberiam 50 pessoas num espaço semelhante ao do meu quarto, o que me parece possível apenas se se amontoarem todos em cima uns dos outros. Pelas imagens de televisão vimos muitas clareiras e não vimos professores ao colo uns dos outros, logo diria que tivessem apenas metade desses 100 mil.
  • Dessas 50 mil pessoas que se manifestaram no Terreiro do Paço (e em outros locais de Lisboa), acho que apenas metade ou um terço era realmente professor, pois grande maioria dos docentes levaram com eles família (a maior parte o cônjuge, outros até os filhos).
  • Há ainda a juntar aqueles que receberam SMS e que acabaram por aderir e aqueles que estiveram lá em apoio dos professores. Eu recebi uma SMS para "juntar-me à luta", mas não fui. Contudo, acredito que devam ter ido umas 10 mil pessoas via sms, convite ou meramente por apoio político ou social.
Analisando bem a coisa, estariam somente um quarto dos 100 mil professores que foram anunciados. É certo que 25 mil professores contestários das políticas governamentais ainda é um número bem sonoro e que deve ser ouvido pelo governo, mas no fundo, fica a ideia que a questão foi muito empolada pela comunicação social devido a um número que realmente não aconteceu.

Para mim, a sindicalização e partidarização do protesto dos professores não os leva a lado nenhum. Se querem realmente ser ouvidos unam-se, façam greve ou levem o caso para Bruxelas. Remeter tudo para um conjunto de indivíduos que apenas quer encher os bolsos é aquilo que se passa durante o resto do ano.

quinta-feira, março 06, 2008

Sigla desconhecida até hoje

PPP = Parceria Público-Privada

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

CTT acusa DECO de difamar os serviços de correios

O debate que a SIC Notícias efectuou sobre este assunto opôs o director geral da DECO e um representante dos CTT e foi suficientemente incisivo para as comadres se zangarem. Não sei se divulgaram verdades, mas deu para perceber que cada um defendeu a sua dama fortemente. A mim pareceu-me que o representante dos CTT estava exaltado demais e atacou (muitas vezes injuriosamente) a DECO nos seus métodos de avaliação e comparação. Não condeno que se critique a DECO, até acho que tal deve ser feito de forma a que esta associação evolua nos seus critérios, mas acho que tem que se manter algum nível na crítica, pois a DECO é hoje um dos poucos pilares sob os quais os portugueses se podem apoiar nos casos de engano ou burla por parte das empresas e seus produtos. Tudo bem que os CTT se sintam indignados por uma má avaliação da DECO, mas que se fale em difamação e não em má crítica é um claro sinal de desconforto e exaltação no seio da maior empresa de correios nacional.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Reflexão

Sempre desconfiei que o sistema fosse assim. Sempre me alertaram para a falta de carácter da larga maioria dos envolvidos e sempre me avisaram que a única coisa que lhes os move é o interesse pelo poder enquanto forma de patente. O objectivo nunca passa pelo aproveitamento que tal cargo ofereça no sentido de ajudar os próximos, mas sim pela mera ocupação e usufruto de forma a poder mover interesses e recolher benefícios pessoais.

A máquina burocrática, a comunicação social dramatizada, os processos judiciais e o clima de instabilidade e insegurança visam unicamente criar um tipo de cenário ideal para o aparecimento de figuras sebastiânicas. Nesses momentos corta-se com o passado e olha-se para o futuro, numa clara demonstração de fiabilidade na democracia, a bóia de salvação de toda a situação. É estranho que uma das nações com identidade cultural mais vincada devido à longa história que possui seja, provavelmente, aquela que menos ideias retirou do passado.

Não sei se a democracia é o mais fiável de todas as formas de governação, não sei se o progresso é possível sem olharmos para o que ficou para trás, mas sei que, no fundo desta amargurada alma, mora a maior das desilusões pela incapacidade do ser humano em corrigir aquilo que está errado. Temos a ambição e o raciocínio para evoluir, mas será que perdemos a coragem?

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

E ainda assim, perante situações que deveriam ser vistas da forma mais natural possível, nós ainda ficamos estáticos e sem saber como agir.

domingo, fevereiro 03, 2008

A Nova História

O rumo da História para os tempos que se seguem terá que ser feito através da má História, isto é, da opinião do historiador sobre os acontecimentos. O interesse da população pela História centra-se nas emoções e essas, como todo o sentimento fácil e pouco objectivo que a globalização proporciona, só podem ser transmitidas pela adjectivação dos períodos e factos históricos. O método funcionalista continuará a ser usado, mas será certamente mais importante o resultado do debate entre o pólo trágico e o romântico do que a visão assertiva e imparcial das outras ciências. A parcialidade é o futuro da História.

terça-feira, janeiro 29, 2008

1812

A BBC History Magazine chegou à conclusão que 1812 foi o pior ano de toda a história inglesa, pois quase tudo o que podia correr mal, acabou por se suceder, afectando grande parte da população que viveu em agonia nesse período. Entre os acontecimentos negativos que se destacaram nesse ano encontramos estes:
  • Em guerra com a França de Napoleão há 20 anos;
  • Os luddistas (movimento contra a Revolução Industrial) destruiram novas máquinas, pois viam estas como ameaças às condições de vida dos trabalhadores. Perto de 20 foram enforcados;
  • Taxas e impostos altíssimos devido à guerra e a colheitas desastrosas;
  • O Primeiro-Ministro Spencer Perceval foi morto a tiro na Casa dos Comuns (foi o único PM inglês a ser assassinado);
  • Os Estados Unidos declararam guerra à Inglaterra por força das disputas comerciais com França;
  • O Rei George III enlouqueceu e o seu filho George IV passou para regente.
Foi esta a situação que fez com que a BBC afirmasse que 1812 foi o pior ano dos ingleses. Entre os outros concorrentes a pior ano, tivémos: 1349 (a peste negra), 1536 (supressão religiosa por parte de Henry VIII) e 1937 (colapso económico, caminho para a guerra). Como nota final, acrescentar que nem tudo em 1812 foi mau para os ingleses, pois ganharam batalhas aos espanhóis na guerra peninsular e viram nascer o escritos Charles Dickens nesse mesmo ano.

domingo, janeiro 27, 2008

As respostas ao mail

Recebi um mail cujo título era "perguntas idiotas sem resposta" e qual não é o meu espanto quando consigo responder a quase todas elas, seja a resposta tão idiota como a pergunta ou sustentando-me naquilo que é acho o mais lógico. Aqui vai:

- Porque é que os ginecologistas saem do consultório para as mulheres se despirem?
- Não são só os ginecologistas, quase todos os médicos saem. Talvez seja para deixar a pessoa à vontade, talvez porque vão buscar qualquer registo médico que lhes faça falta ou pura e simplesmente vão ao W.C (as salas de consultório não o costumam ter e as consultas podem demorar à volta de uma hora, o suficiente para começar a apertar a bexiga).

- Se uma pessoa comprar um terreno, ela possui o terreno todo até ao centro da terra?
- Não, a pessoa possui o terreno até onde o PDM deixar.

- Porque é que se chama 'Alcoólicos Anónimos' quando a primeira coisa que fazemos é dizer 'O meu nome é Zé e sou alcoólico'?
- Dentro deles não tem mal saber-se o nome. São ou querem ser anónimos em relação ao resto da sociedade.

- Porque é que há luz no frigorífico e não há no congelador?
- Possivelmente porque a lampâda no congelador não aguenta a temperatura deste.

- Porque é que a água mineral que corre pelas montanhas durante séculos tem uma 'data para consumo'?
- Qualquer água dentro de um garrafa, acaba por ficar choca. O facto de estar bem selada só lhe vai dar mais tempo de vida.

- Porque é que as torradeiras têm sempre uma opção para uma temperatura tão alta que queima as torradas todas?
- A minha não tem essa opção. Deve ser porque sou old-fashion.

- Porque é que os pilotos kamikaze usam capacete?
- Muitos desses pilotos eram chefes de família. Por muito sentido de honra que tivessem, acredito que no fundo quisessem sobreviver.

- Quem foi a primeira pessoa que olhou para uma vaca e disse 'Acho que vou espremer estas coisas compridas e beber o que quer que saia de lá'?
- A necessidade aguça o engenho. Se tou com fome, porque não leite de vaca? Se as crias dela bebem dali, eu também posso. Quem foi não interessa, sabe-se é que foi esperto e deixou escola. Acho que a pergunta tinha mais sentido se fosse em relação aos ovos da galinha.

- Porque é que quando o Incrível Hulk se transforma, rebenta toda a roupa menos as cuecas?
Porque se ele rebentasse tudo não podia ser alvo de comercialização infantil. Duvido que na indústria erotico-pornográfica fizesse sucesso.

- Porque é que quando uma pessoa pergunta as horas aponta para o pulso e quando pergunta onde é a casa de banho não aponta para as partes?
- Porque o relógio tava no pulso e a casa de banho não está nas nossas partes!

- Porque é que o Pateta anda em pé e o Pluto anda de quatro? São ambos cães!
- Ia jurar que o pateta era assim mais pró cavalo, como o Horácio ou a Clarabela.

- As pessoas cegas conseguem ver os seus sonhos?
- Pergunta insultuosa. Quem a fez (alguém achou que era relevante,pois aparece neste mail) é completamente idiota.

- Se o óleo de milho é feito de milho, e o óleo vegetal é feito de vegetais, do que é feito o óleo de bebé?
- Porque há gente demasiado literal, capaz inclusive de fazer essas questões.

- Porque é que quando uma pessoa te diz que há um bilião de estrelas no céu tu acreditas e quando te diz que tens as cuecas molhadas tu precisas de apalpar para ter a certeza?
Porque se tal te acontecer és insensível ou incontinente. É apenas normal que verifiques com o tacto.

- Porque é que as agulhas para injecções letais dos condenados à morte são esterilizadas?
- O Estado já tem responsabilidade que chegue no processo. Provavelmente o gajo morria mas o Estado levava indemnização por negligência médica.

- Porque é que ainda estás a ler isto? Não tens mais nada para fazer?
- Por acaso não tenho mesmo. Estou desempregado e com tempo de sobra. Além disso é sábado.
O objectivo

A maioria das opiniões leva-nos a duas posições: a primeira refere-se à reprodução como missão natural e genealógica e a segunda remete-nos para a alteração de algo para melhor, isto é, a criação não-humana. Criação é pois a palavra-chave.
Palavras-chave são contudo, o que cai mais rapidamente em desuso, pois não se aplicam a nada e são o cúmulo da subjectividade.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Desportos Estranhos IV

Lançamento do atum


Desportos Estranhos III

Salto à vara em chamas


Desportos Estranhos II

Ciclo-futebol

Desportos Estranhos I

Corrida de casas-de-banho no gelo


quinta-feira, janeiro 17, 2008

After Tommy Lawrence had let in a fluke goal between his legs:

- "Sorry, boss, I should have kept my legs together," said Lawrence.
- "No, Tommy, your mother should have kept her legs together!," replied Bill Shankly

terça-feira, janeiro 15, 2008

FIFA, UEFA, COI, IAAF... tudo farinha do mesmo saco

Oscar Pistorius, um sul-africano amputado desde os 11 meses de idade, não poderá participar nos Jogos Olímpicos de Pequim. Ontem, a 14 de Janeiro de 2008, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) recusou ao jovem de 21 anos a possibilidade de competir no evento, ajuizando que as próteses que usa ao correr são uma vantagem mecânica evidente. Tal conclusão foi elaborada por um estudo da Universidade de Colónia, que afirma o seguinte:

"As próteses" [em fibra de carbono] são consideradas uma ajuda tecnológica e, desse modo, estão em claro desacordo com a Regra 144.2 da IAAF" (regra que proibe qualquer vantagem dada em provas por determinada tecnologia)

O estudo comprovou ainda que Pistorius beneficia, com suas próteses, de uma vantagem mecânica de mais de 30% sobre alguém que não as utiliza.

Parece-me a mim que a IAAF está para as novas tecnologias como a Igreja Católica está para o preservativo. Ambas sabem das vantagens mas ninguém quer avançar para uma nova mentalidade, mais justa e de acordo com o progresso. Querem prender-se ao passado, porque esse é o que os mantêm no poder: quanto menos alterarem, melhor.
O caso de Pistorius é digno de várias interpretações, mas eu fico com esta: se a IAAF acha que o atleta é beneficiado em relação aos outros, então que mudem algo nas próteses do atleta. Peguem na perna de um atleta normal e metam peso equivalente na prótese de Pistorius. Façam algo. Negarem-no baseados numa lei já antiga (ainda que justa) demonstra pouca preocupação pela questão. Este é um daqueles casos em que se deve discutir mais a lei e não tanto o processo.
Oscar Pistorius conseguiu vencer uma dificuldade que muitos outros apenas lamentariam e agora clama pelos seus direitos, tão simples como "quero correr com as próteses, porque sem elas não consigo".

sábado, janeiro 12, 2008

La Foto de La Madre

"[...] Jorge Semprún me contó en la entrevista que le hice para EL PAIS Semanal que la guerra le dejó sin una foto de la madre. Ningún retrato de ella, ningún rastro gráfico de su rostro, nada, sólo su memoria le devolvía la belleza de su porte, su elegancia, cierta alegría; ella murió muy joven, a principios de los años treinta, de una enfermedad leve que se complicó estúpidamente. Los baúles y los recuerdos se quedaron en España, se extraviaron, no cruzaron la frontera, se evaporaron. Fue una de las consecuencias de la guerra, acaso la más leve, entonces, de otras gravísimas pérdidas. Una vez aparecida la entrevista, un señor me escribió al periódico, para contarme que su propia madre guardaba algunas fotos de la madre de Semprún. Ayer me encontré con Jorge, en el homenaje que los editores madrileños rindieron a Jesús de Polanco. Ya le habían contactado, le iban a enviar la foto de su madre. Era una noticia feliz, y él estaba feliz. Dentro de esa noticia hay multitud de sentimientos, algunos íntimos, otros públicos. Produce un regocijo íntimo, muy puro, recuperar lo que los años ya te han resignado a perder. Perder, qué tremenda palabra. Y encontrar. Qué palabras [...]"

domingo, janeiro 06, 2008

Descubra as diferenças

Photobucket

No espaço de apenas sete anos, o monolugar de fórmula 1 da Ferrari sofreu toda esta mudança estética. Já nem comparo com os carros de há 10 ou 20 anos atrás, senão a diferença seria completamente abismal. A F1 tem essa magia, a de nos provocar curiosidade em saber o que o futuro nos reserva. Olhando cada ano para mais um novo bólide, fica a questão:
- Que raio vão eles mudar mais?

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Assassínios? É só um incidente...

"... Houve, há alguns dias, um incidente lamentável de turistas franceses assassinados na Mauritânia, mas o país é seguro. Há incidentes como em todos os países do mundo. Na nossa opinião, não se justificava o cancelamento do rali. Todas as garantias de segurança foram dadas para a realização do rali nas melhores condições..."

Habib Abderrahmane, Conselheiro da embaixada da Mauritânia em Paris,
[sobre o cancelamento do Lisboa-Dakar 2007]

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Sobre o filme Tróia
  1. Adaptar para cinema uma epopeia de Homero é sempre um trabalho inglório, pois é impossível ganhar ao original.
  2. Não há exageros visuais no filme. Uma boa notícia numa era em que os programas de imagem fazem a maior parte do trabalho.
  3. As emoções das personagens estão aquém do esperado. A passagem do estado de cólera funesta para a de compaixão pelo inimigo por parte de Aquiles é pouco ou nada trabalhada.
  4. Devido ao facto do realizador e produtor terem optado por incluir o Cavalo de Tróia no filme, o papel de Ulisses foi de maior relevo, algo que não acontece na Ilíada.
  5. Entre enormes imprecisões em relação ao mito, uma das que mais choca é a morte de Agamemnón na tomada de Tróia. A versão mais aceite é a de que Agamemnón morreu às mãos das sua esposa no banho, como acto de vingança pelas constantes infidelidades.
  6. Outra das grandes imprecisões reside na morte de Menelau por Heitor. Ao contrário do que nos mostra o filme, Menelau sobrevive ao combate com Páris e é um dos sobreviventes da guerra. Andará à deriva pelo mar durante vários anos, tal como Ulisses.
  7. O filme opta por mostrar apenas a componente humana e esse é provavelmente o seu maior êxito. Não existe acção nem influência directa dos deuses no filme, apenas respeito pelos mesmos (a excepção é a deusa Tétis).
  8. O filme custou cerca de 230 milhões de dólares e as receitas de bilheteira pelo mundo rondaram os 500 milhões de dólares.